segunda-feira, 27 de novembro de 2023

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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Pedro Catão por Mário Mendes Junior.

O Romance da Minha Vida Publicado em janeiro 7, 2015 por Maninho Comentar O ROMANCE DA MINHA VIDA Pedro Catão Baturité 1947 A primeira das virtudes é a dedicação à Pátria. Napoleão Bonaparte PREFÁCIO Mario Mendes Junior Amante de documentos antigos, principalmente se relacionados a Baturité, numa visita à minha prima Augusta Naurício, esta me presenteou, dos arquivos de seu pai, Dr. Pedro Wilson Mendes, a autobiografia do historiador Pedro Catão. Datada de 1947, escrita do próprio punho do Historiador de Baturité, Pedro Wilson, recebeu o documento para, talvez, escrever o prefácio. Em meu poder, entreguei o original ao Edson André, o guardião da História baturiteense. Da minha parte resolvi publicá-la no blog www.maninhodobaturite.com.br., para conhecimento geral da raridade. Quem se der ao prazer de ler a obra, na certa, se encantará com a intelectualidade do autor. De outro modo lamentará a falta da biografia do Pedro Catão adulto. Essa parte da vida do intelectual, se ele realmente escreveu sumiu no denso nevoeiro do tempo. Restou o tempo vivido pela criança. Neste o leitor verá submergir, nas entrelinhas, um mundo de subsídios essenciais para quem se dedica à micro história e a genealogia das famílias nordestinas. ANTELÓQUIO Ao transpor o marco miliário anual da 74ª. Viagem em derredor do Sol, na minha já longa jornada terrena, embora obscura e cheia de decepções e desencantos, lembrei-me de registrar algo dela como o meu precário testamento da vida, semelhante ao célebre conhecido humorista (Rabelais) assim resumido: - “Nada possuo e devo muito: – o resto deixo para os pobres”. Já que não posso ter consolação do trágico Esquilo, quando exclamou em idêntica situação: – “Morro; mas a minha obra e o meu exemplo sobrevivem.” O que equivale a dizer: – Morri para viver mais! Ademais, não se trata de uma obra doutrinária, ou mesmo de um livro de arte propriamente dito, senão de rápidas anotações de um canhenho autobiográfico. Sem aspiração aos lauréis ou a convicções – uma simples narrativa prestada como um mero depoimento pessoal. Efetivamente, assim se deve pautar, a nosso ver, esta filantrópica literatura introspectiva, ou automemorial, malgrado ao que com justeza lhe objeta o genial Padre Antônio Vieira: – Ninguém há tão reto juiz de si próprio que, ou diga o que é, ou seja, o que diz. Entronca-se ela no místico autor na “Cidade de Deus”, o glorioso Santo Agostinho desenvolvendo-se em Goethe e J. J. Rousseau e entre nós com Paulo Setúbal na sua já laureada obra póstuma “Confiteor”, e no primoroso Humberto de Campos fazendo, de seus revezes de lutador, desajudada fonte perene de ensinamentos e consolação para os que o lêem e bendizem-no. Por outro lado, considero o natalício – mormente após o cinqüentenário como em verdade ele o é – um afastamento do berço, onde tudo é riso e avanço ao túmulo, onde tudo é misterioso e sombrio, e por isso encaro-no sempre com melancolia e sem festa, e tão somente pelo muito que nele sofri e o pouco que aprendi, assim o catalogo! O Douto escritor platino José Ingeniéros divide a idade humana em três estágios: – A idade da espécie, que vai da primeira infância ao raciocínio desenvolvido; a idade social ou adulta, e a idade individual da mentalidade experiente do ancião que por fim exausta tende regressar à primeira. Mais incisivo e simbólico é ainda o interessante apólogo do imaginoso publicista pátrio, cujo nome de pronto não me recordo, e que também de memória passo a recompor. Quando o Onipotente saiu a distribuir as idades pelas espécies animadas, elegeu o homem, como animal superior o rei da Criação, e deu-lhe a longevidade de cinqüenta anos para gozar o seu reinado! Depois se dirigiu ao burro e concitando-o a reconhecer àquele soberano, deu-lhe quarenta anos para assim obedecê-lo e servi-lo, carregando-o e às suas coisas. O asno então reclamou tão longo o ciclo de servidão – e pediu se retirasse ao menos um decênio no que foi imediatamente atendido. Em seguida encaminhou-se o Criador ao cão e exortando-o ainda àquela vassalagem ao homem, a quem deveria fielmente defender e por sentido ao seu lar e seus bens, deu-lhe quarenta anos de existência, que o cão também achou pesado, e exorou abatimento de um decênio sendo deferido. Enfim chegou Deus ao mono, recomendando-lhe igualmente sujeição ao homem, a quem deveria agradar e divertir durante quarenta anos de vida que lhe concedia, e que também arrazoadamente implorou subtração de dez anos. O homem então solicitou lhe fossem outorgados aqueles decênios que os outros haviam abdicado, sendo-lhe isso lhe concedido. É por isso que o homem só é realmente pleno e integral no gozo da vida até o cinqüentenário; dos cinqüenta aos sessenta é burro de carga; dos sessenta aos setenta é cão que bota sentido à casa, às filhas moças e aos bens; e de setenta em diante e símio, cuja hilaridade diverte!.. Eu, como se vê, já atingira esta última, faze, a do macaco! Acordei, portanto tardiamente… já bem longe e esquecido dos sonhos, de que bem canta o poeta: “Morre um afeto, outro nasce, Passa um desejo, outro vem; Depois de um sonho, outro sonho, “De tantos que a vida tem”. Meus afetos nunca morreram, mas os meus desejos também jamais passaram, nem se cumpriram! Não houve sonhos, ou melhor – só houve sonhos, mas sonhos tristonhos! ANTECEDENTES 1868 - 1888 Nasci nesta tão malograda quão pouco amada cidade de Baturité, antiga Vila de Monte Mor o Novo da América, Estado do Ceará (EUB) no prédio urbano, no. 86 atual, (ex-18) da Rua 15 de Novembro (então do Comércio) às 10 horas e dezoito minutos antemeridianas, do domingo 26 de Abril de 1868, dia consagrado pelo Credo Católico a São Pedro de Rates, mártir, 1º. Arcebispo de Praga. Baturité é topograficamente situado no sopé da vertente oriental da Serra que lhe dá o nome, e que significa serra por excelência (da corruptela de ibi terra, tira alta, serra, e o superlativo eté, segundo o Des. Paulino Nogueira), sobre um pequeno platô, circundado por dois regatos algo perenes, Aracoiaba e Putiú e pelas cordilheiras e colinas da citada serra, tendo assim o aspecto pitoresco e risonho de um Oasis. Lembra vagamente com seus coqueirais, laranjais e mogunbeiras, e suas ermidas e casaria brancas, as praias de Olinda, ou a baía de Vitória! Em 1864, um século após a instalação da Vila, vinte e três anos após a criação da Comarca e seis depois da elevação à cidade meu pai chegou a Baturité como Juiz de Direito, vindo do Icó, donde já tinha vindo aquele mister, de Pernambuco, seu Estado natal. Cerca de três anos depois de sua chegada aqui meu genitor enviuvou e ligou-se a minha mãe também viúva sem filhos, nascendo eu em 1868, como já se disse, e como primeiro rebento da segunda geração de cada um, e de ambos. Nota-se a priori o predomínio do algarismo oito e seus múltiplos no fato do meu nascimento, tal qual o meu nordestino – Estado que têm nesse número quase sempre as suas principais crises climatéricas, justificando o rifão já nele popularizado: – No Ceará é oito, ou oitenta e oito… Conto precisamente hoje (26 de abril de 1942) setenta e quatro anos de existência mundial, ou seja, 888 meses (74×12). Convertendo para dias, e atento às alterações do calendário, inclusive 17 bissextos, somam 27.023, ou seja, 648.672 horas, donde há deduzir a fração do dia inicial (10 horas e 18 minutos); ao todo 3.891.314 minutos. Mas como durmo calculadamente oito horas diárias, este tempo fica desfalcado de um terço, pouco mais de 24 anos, e assim reduzido a 50 anos, si bem que seja aquela talvez a melhor porção da minha existência! Segundo horóscopo astrológico que, há anos, a gentileza de um amigo mandou levantar em centro exotérico, o céu da minha natividade astral tinha o Sol no signo de Taurus, a Lua e Venus em Gemini e o planeta Saturno, como governante e ascendente, em Sagitário, sendo este planeta em nada propício, acrescentam os entendidos, aos que nele se iniciam neste vele de lágrimas. Do mesmo passo não eram também lisonjeiras as antevisões deduzidas das condições fisiológicas do meu natal: meu Pai, que começava comigo o primeiro rebento dos três da segunda prole, tinha àquela época 53 anos, pois nascera em 1815, e minha mãe 38, porquanto era do fim de 1830. Sou filho, portanto, da árvore já idosa e trabalhada, ou esgotada. Aparentemente, no entanto, fui uma criança forte e sadia e de peso regular, não obstante não ter educação física cuidada, e durante minha infância apenas me abateu o sarampo. Minha cor morena e pálida e meu temperamento acentuadamente linfático, nervoso e bilioso, fizeram-me taciturno, pouco expansivo e tímido, algo irresoluto, o que tornou falhas a maioria dos meus tentames, apesar de certa ascendência espontânea sobre meus coevos Era meu supra dito genitor louro de olhos azuis, estatura acima de mediana e como magistrado, exercia as funções de Juiz de Direito da Comarca a cujo múnus, além da família, exclusivamente se devotava. Tinha sido um moço ardoroso democrata tomando parte na revolução pernambucana de 1848, chamada Rebelião Praieira, com Nunes Machado e Pedro Ivo, e sendo obrigado por isso, e com fracasso dela, a se foragir na Europa, morando nove anos em Paris, até 1857, quando alcançando anistia regressou ao Brasil, ingressando na magistratura. Já sendo formado em Direito pela Academia de Olinda, seu berço natal, naquele interregno, de seu exílio, conquistou mais o diploma de bacharel em ciências fisícas e matemáticas e outro em medicina, profissões de que pouco uso fez, tendo, contudo formulado um preparado farmacêutico para reumatismo (pílulas caninana) e um tratado em autógrafo sobre o cálculo infinitesimal, conforme ouvi em família. E foram tais, parecem, as desilusões que sofreu naquela empreitada cívica, que arrefeceu quase de todo em política, se dedicando à progênie – seis filhos do primeiro leito, e eu e duas meninas do segundo, principalmente a mim único varão, a quem passava horas inteiras bordando preleções empíricas, abeberadas talvez em Flamarion, para me incutir com aquelas fantasiosas noções elementares de ciência matemática astronômica. Era igualmente um espírito construtor e progressista, assim se revelando desde a Academia, onde muito se esforçou pelo incremento da Biblioteca deste estabelecimento, merecendo por isso encômios de Clóvis Beviláqua na sua “História da Faculdade de Direito do Recife.” No Icó, cidade que florescia por esse tempo com a láurea de princesa dos Sertões, realizou com outros a edificação de um Teatro tomando por modelo o Santa Izabel do Recife. Aqui, logo que chegou foi distinguido com o cargo de Presidente Honorário de uma associação literária da terra, intitulada Phoenix dramática e consagrada a este gênero. Minhas irmãs unilaterais secundavam carinhosamente meu Pai na minha educação infantil, encaminhando-a para a piedade cristã, ensinando-me preces e hinos, xácaras e lendas, como o de Santa Iria, Santa Genoveva e outras. Minha Mãe era como eu, de cor morena, olhos castanhos escuros e cabelos pretos e crespos e, sertaneja inculta e nordestina cearense, era extremada até o sacrifício na afeição maternal, sem, contudo, abdicar de usar do castigo corporal, que ela, como Gabriel de Tarde, julgava indispensável na educação humana, e o sábio Salomão já preconizava nos provérbios bíblicos (Cap.19 v.18 e 29 v.15). Seu pai, dela, e meu avô materno, uma vez única, quase de relance passaram por nossa casa, de viagem emigrando de Quixeramobim, onde residia, para Fortaleza, na seca de 1877, quando faleceu. Sei igualmente que se imiscuíra no levante confederado de 1824, sendo preso na Paraíba com o Major Luis Rodrigues Chaves, quando seguiam como emissários dos republicanos cearenses para os de Pernambuco. Pouco conheço, conforme se colige, da nossa genealogia, o que entre nós é quase generalizado. Sei, no entanto, pelo que colhi no lar, que entre meus antepassados houve um batavo de proporções agigantadas, que viera para o Brasil ao tempo de Nassau, e aqui ficara jungido por interesses pecuniários, após a evacuação daquele valoroso povo do nosso torrão. Ainda hoje em nossa família atavicamente surdem indivíduos “arranha céus”, como repercussão daquele avoengo, que era extremado republicano (impulsionado talvez pela aversão aos vencedores) e de que, seguindo a tradição, o meu avô paterno se envolveu nas sedições de 1817 e 1824. Foi a esse tempo que, de acordo com o uso de cognome patriota de guerra, os companheiros apelidaram-no de Catão pela sua austeridade, e que por fim absolveu o nome patronímico da família. Ultrapassados os seis anos de idade fui matriculado numa escola pública primária das duas que existiam antanho na cidade para o sexo masculino afora duas para o feminino. A aula funcionava em uma sala, cujo quadrilátero correspondia a duas portas das quatro de frente do prédio baixo, e ainda hoje obsoleto, da Rua Sete de Setembro atualmente numero 60, sendo as demais dependências ocupadas pelo professor e sua família. O teto em telha var, sem forro, e o pavimento de tijolo de ladrilho, com paredes laterais branqueadas a cal, e uma barra de alcatrão no sopé. Apinhavam-se nela em fila bancos toscos de madeira dura e áspera e alguns quadros negros aos flancos. Em um destes havia um cântaro de barro com um caneco enferrujado, para a dessedentação dos alunos. Uma mesa de cedro sobre pequeno estrado com uma escrivaninha ao centro, uma fixa de madeira para senha dos que saiam sob licença e uma palmatória, que, como da praxe, era enfeitada nas festas escolares pelos tímidos. Como adorno um quadro místico do Calvário, ladeado por duas bandeiras cruzadas: uma pintada de verde e amarelo, (aberta), e outra de encarnado e azul, (cerrada), dos partidos – grego e asturiano –, respectivamente, que se emulavam aos sábados em argumentação predeterminada, triunfando o que reunisse o maior número de quinais sobre o adversário, rodeando vitoriosa a escola manifestação com o estandarte desfraldado, cantando o hino do trabalho, enquanto seus contrários ficavam detidos ao lado de seu pendão fechado. Este sistema suprira em parte as cruezas dos anteriores argumentos e sabatinas a bolos rigorosos de palmatória, que tanto amedrontava aos timoratos, alem das malquerenças e vinditas seqüentes. Foi ainda ele transmudado por outro, a reclamos dos meninos aplicados, que eram prejudicados pelos legionários desidiosos que não estudavam: O Professor habilmente transformou os partidos pelas denominações de forte e fraco, sendo sempre forte o que ganhava ou mesmo empatava com seu páreo. Quando transpus o limiar daquele recinto senti-me atônito ao lado da mucama, que me conduzia com a guia aonde vinha a minha individualização escrita por meu pai para a respectiva matricula. O Professor recebeu-a, fez-me uma carícia e começou a transladá-la para um livro, enquanto aguardávamos de pé. A meninada olhava-me de soslaio, ora gentil ora ridente, como quando me via de merenda, que lhe podia dar, e ora zombeteira e hostil, como quase sempre, quando nada tinha a lhe ofertar, até que terminada a inscrição, a mucama foi despedida e eu incorporado, tomando assento amedrontado em um dos bancos, que me foi indicado. Foi assim, pode-se dizer o primeiro contato do mundo exterior que tive. E, não obstante, tão depressa no seu convívio assimilei a sua desenvoltura, que logo depois fui por eles mesmos alcunhado de Malasarte. O labor escolar era antanho nos dias uteis (salvo às quintas feiras) no horário de dez da manhã às duas da tarde, sem qualquer trégua ou recreio (Hoje se diria das dez à quatorze do dia): Era ele saudado ou iniciado ou saudado por um hino e finalizado por outro, sendo ainda admitido estudar tabuada e o silabário cantarolando melopéias corais, sob fundamento do cântico auxiliar a memória e facilitar a decoração; Das dez às onze era consagrado o tempo à caligrafia, das onze às doze à aritmética ou contas, em frente aos quadros negros, o resto às lições decoradas de catecismo e gramática e a leitura em compêndios de ensino moral e de história da pátria, sendo às quartas feiras um curso de letra manuscrita. Não se cogitava de educação física ou higiênica, limitando-se esta última apenas a exposição das mãos abertas em palma ao Professor para prová-las asseadas e de unhas aparadas. Havia vestígios do antigo regime de ensino mútuo de decuriões ou monitores, coadjuvante cognominado de método de Lencastre, decretado pela velha lei de 1827, que estabelecia os castigos corporais, concretizados em bolos ou pancadas de férula, prisões, segregações, posições e atitudes humilhantes e ridículas etc. Além das férias anuais, em dezembro, e dos domingos e santificados, comemorava-se apenas o Sete de Setembro, data da Independência Nacional. O trabalho apesar de menos lisonjeado, era mais cultuado e praticado! (ESPAÇO EM REFERENCIA A PAGINA 18 FALTANTE DO TRABALHO MANUSCRITO) …moço competente e igualmente zeloso, porém tuberculoso, tendo falecido com pouco tempo de exercício sendo sua vaga ocupada por seu irmão Juvêncio da Costa Lobo, também competente e compenetrado, mas afetado da mesma moléstia. Embora tanta precariedade e contratempos, aproveitei e progredi, e meu pai exultou, quando com três semanas de freqüência escolar apenas, deletrei com correção os letreiros ou dísticos dos estabelecimentos das vias urbanas. E foi talvez a última emoção que lhe proporcionei, porquanto insidiosa congestão cerebral logo empós o arrebatou ao túmulo, em 12 de janeiro de 1875. Não compreendi de súbito a profundeza do golpe que me fulminara, mas ao sentir, noites depois do vácuo tenebroso da minha orfandade, prorrompi em soluços lancinantes acompanhado das minhas irmãzinhas e de minha Mãe, que debulhada em pranto embalde procurava nos confortar. Foi aquela em verdade, a noite do meu infortúnio, que ainda hoje se prolonga intérmina e caliginosa. Para maior desventura sobreveio-o ao Ceará a mais solapadora crise dos seus anais, que o assolou devastadoramente e o flagelou três longos anos. Minha Mãe, viúva pobre, lutou heroicamente para nos manter, auxiliada pelos meus dois cunhados casados com irmãs do primeiro leito, que sucessivamente se sucederam em nossa tutela, e cuja honradez e amor ao trabalho e ao dever muito me exemplificou. Passada aquela tremenda provação, que tudo anormalisou, completei o curso primário, única instrução que recebi por intermédio de terceiro, alem de seis meses de aula particular dos Professores José Remígio de Freitas e Cícero Pordeus, com que anos depois (em 1892) fiz preparatório no Liceu Cearense. Fui como se vê perfeito autodidata. Assim alfabetizado entrei também para a oficina do semanário local (“O Baturité”) que era redigido pelo meu cunhado Amaro Cavalcante, então Professor de latim e Advogado, a guisa de aprender aquela arte gráfica, mas com o intuito de melhorar as condições de um jornaleco manuscrito (O Papagaio) que mantinha com outros camaradas para discutir com o “Diabinho”, de Francisco Ayres de Miranda, (que morreu Capitão de engenheiro do Exército Nacional,) a moda do que se dava com os homens e frações partidárias da terra. Com efeito, o jornaleco transformou-se logo para letra de forma já com novo título “O Torpedo” e depois “Zuadelo”. Tínhamos ainda um grupo dramático anexo, que encenava os dramalhões de capa e espada em voga (“A Cruz do Juramento, “Antônio O Pirata” e outros) que uma associação de mancebos da cidade elevava o proscênio, e eu resumia de memória e transmudava para o nosso repertório. Depois fundamos uma congregação cultural, sob égide de “Instrutora Juvenil”, que homenageava as datas pátrias e apreciava em júri os seus vultos e fatos históricos e até aos mundiais. Com o movimento e questões sociais. Lembro-me que foi bastante calorosa a discussão sobre o feminismo ou sufragismo, então em foco na Inglaterra, com as exacerbações espetaculosas de Luísa Michel e outras paladinas. Eu liderava uma corrente… Publicado em Filhos de Baturité, Informes | Marcado com Pedro Catão

Baturité do Passado Major Pedro Catão

Conforme Ananias Arruda (A Verdade 26/04/1952) Pedro Catão se tornou um católico praticante, encontrando conforto espiritual na velhice. Foi Prefeito de Baturite, no período de dezembro de 1928 a outubro de 1930. Foi jornalista, advogado, vereador e promotor publico. Publicou uma novela da escola romântica: A Serrana, perfil de Mulher. (Pedro Catão). Foi um dos redatores do Jornal OITENTA E NOVE. Foi com Pedro Sombra e o Dr. Pedro de Queiroz, diretor do jornal O TEMPO, surgido em 14 de marco de 1889, literário e noticioso, cognominado o Jornal dos Pedros. Em 25 de marco de 1891, apareceu o Jornal O SECULO sob a direção de Dr. Manuel Estelita Cavalcante Pessoa, Candido Taumaturgo e Pedro Catão, e que existiu ate fevereiro de 1893. Publicou MEMORIA HISTORICA, GEOGRAFICA E ESTATISTICA DE BATURITE.

Baturité do Passado José Augusto Pinheiro

Baturité do Passado Hotel Canuto

Baturité do Passado Jornal A Verdade

Baturité do Passado Jornal A Verdade

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Primeiras Vilas do Ceará

VILAS INSTALADAS NO CEARÁ A criação das vilas também estava relacionada à preocupação em aplicar a justiça e do controle social das populações, na medida em que tais vilas serviriam para as autoridades policiarem as populações e administrarem as áreas próximas. Ceará em Fotos e Histórias: A Instalação de Vilas no Ceará (cearaemfotos.blogspot.com) 1 Aquiraz (Vila de São José do Ribamar) 13/02/1699 A 27 de junho de 1713, agora sob fortes protestos dos moradores da fortaleza, a vila foi definitivamente instalada em Aquiraz. Por esta razão muitos consideram Aquiraz a primeira capital do Ceará. A decisão de instalar a vila em Aquiraz não foi das mais acertadas. www.fortalezaemfotos.com.br/2015/04/a-instalacao-da-vila-de-fortaleza.html 2 Fortaleza (Vila de Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção) 13/04/1726 Os Limites entre as duas vilas cearenses, São José de Ribamar do Aquiraz e Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção eram estabelecidos pelo riacho Precabura: o que ficava a leste do riacho até Aracati ou Mossoró, era Aquiraz; o que ficava a Oeste até a Ibiapaba, era Fortaleza. É dessa época, mais ou menos, a primeira planta da capital cearense, descoberta pelo historiador Padre Serafim leite e publicada no 3° volume de sua História da Companhia de Jesus no Brasil. www.fortalezaemfotos.com.br/2015/04/a-instalacao-da-vila-de-fortaleza.html 3 Icó (Vila do Arraial da ribeira dos Icós) 04/05/1738 Moradores da Ribeira do Icó solicitação a criação da vila e apoiada pelo desembargador Marques Cardoso, a criação da vila foi resolvida pela Ordem régia de 17 de outubro de 1735, em consulta do Conselho Ultramarino, mandada por em prática por Provisão de 20 de outubro de 1736, expedida ao Governador e Capitão-General de Pernambuco, sendo a instalação em 4 de maio de 1738, pelo 4º Ouvidor do Ceará Vitorino Pinto da Costa Mendonça, com o nome de Arraial da Ribeira dos Icós. www.lhs.unb.br/atlas/Vila_de_Ic%C3%B3 4 Aracati (Vila de Santa Cruz do Aracati) 11/04/1747 No ano de 1747, na região próxima ao rio Jaguaribe, foi estabelecida a Vila de Santa Cruz do Aracati. Essa criação ocorreu por meio de uma carta régia que determinou a fundação da vila e escolheu o local para sua instalação, conhecido como Cruz das Almas, ao sul do antigo povoado. O responsável por implementar essa iniciativa foi o ouvidor-geral da capitania, Manoel José de Farias. Dessa forma, a Vila de Santa Cruz do Aracati foi estabelecida e começou a se desenvolver ao longo do tempo. História – Tesouro do Ceará (aracati.org) 5 Viçosa do Ceará (Vila Real de Viçosa) 07/07/1759 A 7 de julho de 1759, a Aldeia da Ibiapaba foi elevada à categoria de Vila, recebendo o nome de Vila Viçosa Real da América, cuja instalação foi feita pelo o Ouvidor da Comarca de Pernambuco, Desembargador Bernardo Coelho da Gama Casco, que esteve na Vila para instala, em comunicado feito ao povo na Igreja Matriz. Viçosa do Ceará – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 6 Caucaia (Vila Nova de Soure) 15/11/1759 15 de novembro de 1759 A festa solene de instalação, realizou-se no largo da Igreja Matriz, no dia 15 de novembro de 1759, sendo oficializada a denominação de Vila Nova de Soure. Após os 184 anos, houve a denominação de Soure para Caucaia, pelo Decreto-Lei 1.114, de 30 de dezembro de 1943. História do Município – Câmara Municipal de Caucaia www.cmcaucaia.ce.gov.br/historia-do-municipio/ 7 Parangaba (Vila Real de Arroches) 27/10/1759 A Casa de Câmara e Cadeia foi estabelecida na Villa de Arronches, precisamente em 27 de outubro de 1759; a Câmara era composta por Mestre-de-Campo, Capitão, Vereadores e Procurador, sendo extinta em 1835 quando Arronches perde a condição de vila e freguesia, incorporando-se a Fortaleza (capital da província do Ceará, séc. XIX), por meio da legislação provincial. Mapa Cultural do Ceará - Casa da Câmara da Villa de Arronches e Intendência Municipal da Villa de Porangaba - Mapa Cultural do Ceará (secult.ce.gov.br) 8 Messejana (Vila Nova de Messejana da América) 01/01/1760 No dia 1º de janeiro de 1760 foi fundada a "Vila Nova de Messejana da América", após a expulsão dos jesuítas do Brasil na era Pombalina, em 1759. Nos séculos XVII, Messejana viveu de progresso e teve uma importante função econômica dentro do Ceará, pois serviu de via de seu escoamento de gado na época da carne de sol e charque. Messejana (Fortaleza) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 9 Baturité (Vila Real de Monte Mór o Novo da América) 14/04/1764 O ouvidor, a 31 de março de 1764, publica edital para instalação de Baturité, que foi inaugurada a 14 de abril do mesmo ano, com o nome de Monte-mor o Novo d’América, no lugar da antiga missão de Nossa Senhora da Palma, com o orado da mesma. Vila de Baturité - Atlas Digital da América Lusa. www.lhs.unb.br/atlas/Vila_de_Baturit%C3%A9. Os autos de elevação da antiga missão de Nossa Senhora da Palma à condição de "Vila de Montemor o Novo d'América"49 (Baturité) estabeleceram uma área de 165 braças50 de comprimento por 135 braças de largura para sua instalação, onde seria alinhada uma praça de 80 braças de comprimento por 45 de largura. Também determinou que cada lado da praça deveria ter 48 casas, das quais 44 com 30 palmos51 de frente, e as outras 4 destinadas para as "casas de câmaras e mais oficinas públicas", com 60 palmos; que a igreja tinha 80 por 40 palmos. Além disso, ordenou o tamanho dos lotes da igreja, da Casa de Câmara e Cadeia e demais oficinas, e ainda a largura das ruas. Um pouco mais de um mês após a fundação de Monte-mor o Novo d'América, no dia 14 de junho de 1764, o mesmo ouvidor-geral Victorino Soares Barbosa, criou a Vila Real do Crato52. SciELO - Brasil - Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas Observação; É preciso fazer a correção dos dados históricos sobre a emancipação politica de Baturité. Existe uma completa desinformação nos sites e outros meios de informação, inclusive do Site Oficial da Prefeitura Municipal de Baturité. Que receio é esse de admitir uma verdade que nos honra? Fomos uma das 16 áreas administrativas que formaram a Provincia do Ceará. Temos 259 anos de emancipação política, administrando um território que inicialmente ia da Ribeira que atualmente divide Acarape de Guaiúba até o Rio Choró, atual extrema entre Itapiúna e Quixadá. De nosso território, saíram os atuais municípios Itapiúna, Capistrano, Aracoiaba, Ocara, Redenção, Acarape, Barreira, Aratuba, Mulungu, Guaramirana e Pacoti. 10 Crato 21/06/1764 Um pouco mais de um mês após a fundação de Monte-mor o Novo d'América, no dia 14 de junho de 1764, o mesmo ouvidor-geral Victorino Soares Barbosa, criou a Vila Real do Crato52. O termo de demarcação determinou para a vila uma área de 300 braças quadradas, com uma praça central com 30 braças de cada lado, com uma igreja de 50 palmos de frente por 100 de fundo em seu lado oeste, além de 20 palmos na frente para futuras ampliações. Também estabeleceu 11 ruas com 40 palmos, onde deveriam ser demarcadas 222 áreas para moradias, sendo 70 na praça central. SciELO - Brasil - Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas A povoação de Miranda elevou-se à categoria de vila em 16 de dezembro de 1762, tendo sido instalada em 21 de junho de 1764 como Vila Real do Crato, no século XVIII, desmembrada da cidade de Icó e constituindo com essa, Lavras e Umari os mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. Foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 628, de 17 de outubro de 1853. Crato (Ceará) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Crato, 257 anos de história • 21/06/2021 A povoação de Miranda elevou-se à categoria de vila em 16 de dezembro de 1762, tendo sido instalada em 21 de junho de 1764 como Vila Real do Crato, no século XVIII, desmembrada da cidade de Icó e constituindo com essa, Lavras e Umari os mais importantes núcleos de povoamento na época colonial no interior do Nordeste. Foi tornada cidade pela Lei Provincial nº 628, de 17 de outubro de 1853. Crato, 257 anos de história - Na Sombra do Juazeiro 11 Sobral (Vila Distinta e Real de Sobral) 1773 Destas iniciativas surgiram a povoação chamada Caiçara, que foi elevada à categoria de vila em 1773 com a denominação de Vila Distinta e Real de Sobral[15] e recebeu foros de cidade em 1841. Sobral (Ceará) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 12 Granja (Vila Real de Granja)22/06/1776 Nos idos de 1702, Miguel Machado e seu irmão, receberam, datado de 3 de agosto daquele ano, no Recife, uma doação de cinco léguas de terras com uma de largo na margem oriental do Rio Coreaú, medindo-as o desembargador Cristóvão Soares Reimão [1]. A povoação Coreaú, antiga Macaboqueira, é elevada a vila em 1776 [2], com o nome de Vila Real da Granja [3], com o orado de São José [4]. Vila Real da Granja - Atlas Digital da América Lusa (unb.br) A povoação de Santa Cruz do Coreaú, São José do Coreaú ou Macaboqueira foi elevada à categoria de vila, com a denominação de Granja, por alvará que criou o município. Os historiadores divergem, apresentando cinco datas: 26, 27 e 29 de junho e 27 e 29 de julho. Prefeitura de Granja 13 Quixeramobim (Vila de Campo Maior de Santo Antonio de Quixeramobim) 13/06/1789 Em 22 de fevereiro de 1789, o governador de Pernambuco, D. Tomás José de Melo, em face da Carta Régia de 22 de julho de 1766, autoriza ao Dr. Manuel de Magalhães Pinto e Avelar de Barbedo, ouvidor-geral da comarca do Ceará, a elevar à categoria de vila a então povoação de Santo Antônio do Boqueirão de Quixerarnobim, instalando-se o município no dia 13 de junho de 1789, com a denominação de Nova Vila do Campo Maior.[5] Quixeramobim – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Prefeitura de Quixeramobim 14 Ipu (Vila Nova de D’el Rei) 1791 Guaraciaba do Norte Ceará - CE Histórico Guaraciaba do Norte teve durante sua vida política e administrativa, várias denominações, todas aliadas, ligadas à sua formação. O seu mais antigo nome de Rua Nova, originou-se da formação da principal via, de casas de beira e bica, que surgiu no promissor arraial do cimo da Serra de Ibiapaba. Isto mais ou menos nos meados do século XVIII, quando se povoaram as terras férteis que demoravam no alto da Serra da Ibiapada e que se prestavam, admiravelmente, ao cultivo de café e de cana de açúcar. No decorrer dos anos, o povo reclamou a criação do município, conseguindo a tão desejada emancipação política a 12 de maio de 1791. Na mesma data e pelo mesmo alvará, a povoação foi elevada à categoria de Vila com o nome de ?Vila Nova El Rei?, extinta várias vezes e definitivamente restaurada, já com o nome de Campo Grande, aos 9 de janeiro de 1883, e o município com o mesmo topônimo, conforme a lei nº 1.798 de 10 de janeiro de 1879, desmembrando-o definitivamente do município de ipu. História da cidade de Guaraciaba do Norte - CE (prefeituradeaguiabranca.com.br) 15 Russas (Vila de São Bernardo de Russas) 6/08/1801 Desde o século XVIII a população da ribeira do Jaguaribe aspirava por autonomia política. Em 15 de junho de 1801, o governador da capitania do Ceará, Bernardo Manuel de Vasconcelos, ordenou ao ouvidor Manuel Leocádio Rademaker que transformasse em vila a povoação de Sítio Igreja das Russas, que ficou conhecida como São Bernardo das Russas. A vila foi instalada em seis de agosto daquele mesmo ano. IBGE | Cidades@ | Ceará | Russas | História & Fotos 16 Tauá (Vila de São João do Principe) 03/05/1802 Em uma portaria de 14 de dezembro de 1801, foi indicado o ouvidor da Capitania Gregório da Silva para viajar até aquela localidade e estudar a possibilidade de sua elevação à vila. Se observou a prestação de diversas homenagens à comitiva pela população e, em cerimônia realizada com a presença de todos, foi lida a ata que erigia a povoação em Vila com a denominação de São João do Príncipe, a 03 de maio de 1802 Tauá – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Prefeitura de Tauá (taua.ce.gov.br) 17 Jardim (Vila de Santo Antonio do Jardim) 30/08/1814 Em 1799, o povoado recebeu a visita de Frei Vital de Frascarolo. Sua passagem ficou perpetuada num cruzeiro por ele erguido, no dia 29 de junho à frente da capela, onde foi transplantado no centro do cemitério de São Miguel e hoje está á frente da Matriz Santo Antônio de Jardim. Em 30 de agosto de 1814, o território foi desmembrado de Crato, quando passou a denominar-se Vila de Santo Antonio do Jardim. Jardim (Ceará) – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) 18 Lavras da Mangabeira (Vila São Vicente das Lavras da Mangabeira) 20/08/1816 Elevado à categoria de vila com a denominação de São Vicente das Lavras, por Resolução Régia de 20-05-1816, desmembrando-se de Icó. A sede da povoação de São Vicente Ferrer de Lavras de Mangabeira foi Instalada em 08-01-1818. Entre 1700 e 1822 foram criadas dezoito vilas e seus termos no território cearense: Vila de Aquiraz (1713); Vila de Fortaleza (1723); Vila do Icó (1736); Vila de Santa Cruz do Aracati (1748); Vila Real de Soure, atual Caucaia (1755); Vila de Messejana (1756); Vila Real de Arronches, atual Parangaba (1759); Vila Viçosa Real (1759); Vila de Monte-mor o Novo d'América, atual Baturité (1764); Vila Real do Crato (1764); Vila Real de Sobral (1773); Vila Real de Granja (1776); Vila de Campo Maior de Santo Antônio de Quixeramobim (1789); Vila Nova d'El Rei, atual Ipu (1791); Vila de São Bernardo de Russas (1801); Vila de São João do Príncipe, atual Tauá (1802); Vila de Jardim (1814); e a Vila de Lavras da Mangabeira (1817). SciELO - Brasil - Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas Os primórdios da organização do espaço territorial e da vila cearense: algumas notas Essa necessidade da Coroa de manter o controle e o domínio sobre a colônia exigia um poder centralizado; no entanto, isso não foi possível, pois a grande extensão territorial do país dificultava a fiscalização. A incapacidade de Portugal em controlar o território dotou as câmaras municipais de relativa autonomia para governar, possibilitando a instalação de algumas vilas. Pontes (2010, p. 24) aponta a pecuária como o principal fator responsável pela criação das primeiras vilas cearenses. Segundo a autora, intensifica-se o criatório e o comércio do gado, bem como o beneficiamento da carne e do couro para o mercado interno, fatos que impulsionaram a formação das outras oito primeiras Vilas. Na bacia do Banabuiu – Quixeramobim prosperou a primeira Vila da região central do Estado, que foi a de Quixeramobim (1789); As bacias do Acaraú e do Coreaú tornaram-se os berços das vilas de Sobral (1766), Granja (1776) e Guaraciaba do Norte (1791); assim como a bacia do Rio Jaguaribe deu origem às vilas de Russas (1799) e Tauá (1801) na bacia do Salgado foram criadas as Vilas de Jardim (1814) e Lavras da Mangabeira (1816). Assim, em pouco mais de um século, entre 1699 e 1822, já havia uma relativa concentração populacional e de Vilas ao longo dos Rios Jaguaribe-Salgado, Acaraú e do Coreaú, com menor destaque para as bacias do Banabuiu-Quixeramobim. Formação territorial do Ceará: das 16 vilas originais aos 184 municípios atuais Vládia da Silva; Francisco Amaro Gomes de Alencar Com quase 300 anos de diferença, conheça as cidades mais novas e mais antigas do Ceará O Diário do Nordeste mostra em uma série de reportagens as mudanças no mapa cearense com a criação e extinção de municípios Escrito por Nícolas Paulino, Theyse Viana e Lucas Falconery Só no início da década de 1990, com a criação de seis cidades, o mapa cearense foi definido como o conhecemos hoje: dividido em 184 municípios. Há mais de 300 anos, contudo, eram apenas 16 cidades, que deram origem aos novos territórios por influência econômica, cultural e até por estratégias políticas. Isso faz com que o Ceará tenha Aquiraz, de 323 anos, como a cidade mais velha e o trio Choró, Itaitinga e Fortim, de 30 anos, como o mais jovem. As informações são parte do livro “Formação do Território e Evolução Político-Administrativa do Ceará”, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) CIDADES MAIS VELHAS DO CEARÁ E ANO DE CRIAÇÃO: • Aquiraz (1699) • Fortaleza (1725) • Icó (1735) • Aracati (1747) • Viçosa do Ceará (1759) • Caucaia (1759) • Baturité (1762) • Crato (1762) • Sobral (1766) • Granja (1776) • Quixeramobim (1789) • Guaraciaba do Norte (1791) • Russas (1799) • Tauá (1801) • Jardim (1814) • Lavras da Mangabeira (1816)

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Colaboração para atualização do blog.

Por favor, colabore com este blog. Qualquer contribuição pode ser feita. Entre em contato com o email: marcuscastelo@hotmail.com

segunda-feira, 25 de julho de 2022

2023 - BATURITÉ, 259 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLITICA

7520/3482 João da Costa Receita e Despesa Este livro há de servir para a despeza da Câmara da Real Va. de Monte Mor, O Novo, q´houver de ser feita por seos respectivos procuradores, foi numerado, rubricado por mim, leva no fim, o encerramento. Aquirás, 27 de Fevº de 1773 João da Costa Receita do anno de 1797 Abril 2 1 Ficam carregados em receita viva ao Thezourei- ro atual dos bens do Conselho o Sargento Mor Jo- zé dos Santos Silva duzentos e hum mil du- zentos cincoenta em que ficou alcançado nas contas que lhe foram tomadas pellos oficiaes da Câmara da receita e dispeza ao ano de mil setecentos e noventa e seis como cons- ta do livro dellas que serve com o dito de foreiro art 39 e por que se acha em seo puder o dito alcance assignou com- migo escrivam da Câmara aos 2 de abril de 1797, eu Francisco Pereira Torres es- crivam o escrevi. 201$250 Francisco Pereira Torres Joze dos Santos Silva Abril 2 1 Ficam carregados em receita viva ao Thezoureiro- atual Jozé dos Santos Silva quinze mil reis recebidos do Procurador Jozé de Bar- Barros pago pelo contrato das carnes fres- cas e receitas das secas o capitam Joze Severino do Nascimento de três quartéis vencidas no último de setembro do ano passado] de 1796 das arrematações dos mes- mos contratados como estão em seo puder e por convocação dicam lançados e commo assignou commigo aos 2 de abril de 1797i. 15$000 Francisco Pereira Torres Joze dos Santos Silva 216$250

2023 - BATURITÉ, 259 DE EMANCIPAÇÃO POLITICA.

Termo em que se declara ter a Camara Municipal desta Villa concedido a Antonio Francisco Pinto Camurça por aforamento enfiteuses cento e cincoenta braças de terra Aos vinte e quatro dias do mez de Maio de mil oitocentos e trinta e um concedeo a Camara Municipal desta Villa de Monte Mór o Novo da America por aforamento de enfiteuses a Antonio Francisco Pinto Camurça cento e cincoenta braças de terra na margem direita do Rio Putiú estremando pela parte de cima com terras do mesmo foreiro e pela parte de baixo com terras da foreira Thereza da Cunha, tendo por extremas um pé de juazeiro pagando annualmente tres mil reis pela dita terra que poderá possuir por si e por seus ascendentes e descendentes, vender as bem feitorias com licença desta Camara sem que esta em tempo algum de terra se possa apossar quando dito foreiro a benefici e cumpra com as mais obrigações aqui apontadas e prestou dito foreiro fiança idonea offerecendo por seu Fiador ao Reverendo Vigario Noberto Madeira Barros que foi aceito por ter os requizitos necessarios e para em todo o tempo constar eu de ordem da Camara fiz este termo em que assinarão o foreiro e fiador O Secretario da Camara Municipal João Gomes Brazil Antonio Francisco Pinto Camurça Noberto Mad.a. Barros

domingo, 24 de julho de 2022

2023 - BATURITÉ, 259 DE EMANCIPAÇÃO POLITICA.

EM 14 DE ABRIL DE 1764, BATURITÉ NASCEU COM O NOME DE MONTE MOR, O NOVO DA AMERICA. Termo de afforamento da Camara Municipal de Baturité (1831 a 1876) Ferr.a Termo em que se declara ter a Camara Municipal desta Villa concedido por aforamento enfiteuses cento e três braças de terra a João Jozé Lino Pegado Aos vinte e quatro dias do mez de Maio de mil oitocentos e trinta e um concedeo a Camara Municipal desta Villa de Monte-Mor o Novo da America por aforamento de enfiteuses a João Jozé Lino Pegado cem braças de terra na margem esquerda do rio Aracauaba e ua pequena parte na margem Direita confinando dita terra pela parte de cima com o sitio do Juiz de Paz João Bizerra de Albuquerque servindo de extrema um riaxinho onde está um pé de laranjeira e pela parte de baixo com o sitio do Tenente Gonçalo Gomes da Silveira servindo-lhe de extrema ua gameleira, etendo os competentes fundos, pagando annualmente dous mil reis pela dita terra que poderá possuir por si e por seus ascendentes e descendentes, vender as bemfeitorias com licença da Camara sem que esta em tempo algum de dita terra se possa apossar quando dito foreiro a benefici e cumpra com as mais obrigações aqui declaradas e prestou dito foreiro fiança idônea offerecendo por seu Fiador a Antonio Ricardo Bravo Suçuarana que foi aceito por ter os riquizitos necessarios e para em todo o tempo constar eu de ordem da Câmara fiz este termo em que assinarão o foreiro e fiador aquelle de crus por ser o sinal que uza. O Secretario da Camara Municipal João Gomes Brazil Cruz + de João Jozé Lino Pegado Antonio Ricardo Bravo Suçuarana He hoje de Jerônimo José de Freitas Guimarães (Mendonça) e he hoje rendeiro de 56 braças (Mendonça) Obs. do Secretario João Gomes Brazil: Pertence a Luiza M.a. de Jezus

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Câmara da vila de índios de Monte-mor o Novo: atuação política indígena no início dos oitocentos.

Câmara da vila de índios de Monte-mor o Novo: atuação política indígena no início dos oitocentos. Autor(a) principal: João Paulo Peixoto Costa - IFPI Co-autor(a): - A vila de índios de Monte-mor o Novo da América era a de menor população indígena no Ceará do início do século XIX. Antiga aldeia da Palma, fora erigida à condição de vila em 1764 com a efetivação da política pombalina do Diretório, que visava a integração dos índios à sociedade colonial por meio do trabalho e declarava-os súditos “iguais aos outros” da monarquia portuguesa. Entre suas medidas estava a criação de cargos políticos para as lideranças dos índios nas novas municipalidades, empossados como vereadores, juízes etc. Em Monte-mor o Novo, com alto percentual de extranaturais, os membros indígenas do senado da vila, ainda que minoria, não deixaram de fazer desse espaço um lugar de atuação em prol de suas prerrogativas enquanto vassalos do rei. Esta comunicação visa analisar as práticas políticas dessas autoridades por meio da câmara de Monte-mor o Novo no contexto de intensas transformações do início dos oitocentos, inclusive a formação do Estado nacional brasileiro. Também pretende-se destacar de que maneira os indígenas se colocaram nesses eventos e como seus espaços foram afetados na construção do novo país. A pesquisa se utilizou prioritariamente dos termos de vereação da vila preservados no fundo Câmaras Municipais do Arquivo Público do Estado do Ceará, presentes no livro 54 (1821-1825) e nas pacotilhas de documentos soltos produzidos entre 1829 até a década de 1840, e transcritos por Pedro Catão na Revista do Instituto do Ceará. A análise dos registros permitiu perceber o traquejo administrativo dos indígenas no espaço que lhes era assegurado por lei, ainda que em desvantagem numérica, convivendo com não-índios em situações de equidade política. Foi igualmente possível avaliar a perda dessa prerrogativa em 1830, quando Monte-mor o Novo deixou de ser vila de índios, e a atuação dos indígenas a partir da gradativa abolição de garantias que passaram a vivenciar no nascente Estado nação.

domingo, 15 de maio de 2022

Sitio São Luis - Pacoti

Patrimônio do ciclo áureo do café no Ceará, sua bela e imponente casa com estilo colonial, rodeada de majestosos arcos e colunas, abriga um precioso acervo acumulado desde o início do século XIX. As matas preservadas na propriedade, também guardam riquezas: espécies únicas da fauna e da flora do bioma de mata atlântica com resquícios do amazônico, e antigos cafezais sombreados. No Sítio São Luís é possível vivenciar e conhecer a história da Serra de Baturité, além das memórias de famílias que aqui habitaram. Historicamente, o Sítio São Luís teve por primeiro proprietário o Cel. João Pereira Castelo Branco, baturiteense, filho de Manuel Felipe Castelo Branco e Izabel Gomes da Silveira, irmã do Tenente Gonçalo Gomes da Silveira, de grande atuação no meio político, econômico e social da região nas primeiras décadas do século XIX. Em 1869 João Pereira adquiriu o São Luiz pelo valor de 13:000$00 por compra feita a um parente seu, o capitão José Alexandre Castelo Branco, que por sua vez havia comprado o mesmo sítio em 1858, com o antigo nome de Canna-Brava, do comerciante português Luiz Ribeiro da Cunha de que já falamos. Segundo a antiga escritura, o Canna-Brava situava-se “na Serra de Santa Anna com todas as benfeitorias assim como casas, plantações, engenho de ferro, caldeiras, duas juntas de bois, moendas, e as partes das terras compradas dos herdeiros dos finados Mathias Rodrigues d’Andrade e sua mulher”. O capitão José Alexandre já havia anexado à propriedade que ele passou a denominar São Luís, os sítios confinantes Santana e Castelo. João Pereira era casado com dona Maria de Oliveira Castelo Branco, com quem teve dez filhos: Josefa, Izabel, Luiza, Virgínia, João Pereira Filho, José Pereira, Ana, Amélia, Maria e Manoel Felipe. A filha Luíza era casada com Joaquim Correia Sombra, de Maranguape, onde moravam, sendo o casarão da Família Sombra muito semelhante em sua arquitetura ao da Serra. Hoje ainda possui a fachada preservada e nele funciona a Agência da Caixa Econômica de Maranguape. Provavelmente o vetusto casarão do Sítio São Luís procedeu da reforma da casa grande primitiva nas últimas décadas do século XIX. A estrutura impressiona pelo porte arrojado de suas belas colunas (30 ao todo), admirável pela estrutura sólida de seus arcos de quinas abauladas, toda erguida em tijolo e barro, feitos ali mesmo, com argila escura e queimados em fogo artesanal. Mas a crise econômica em decorrência da queda na produção do café também minou o patrimônio da família Castelo Branco, que já havia contraído elevadíssima dívida. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, quando faleceu o Cel. João Pereira em 1º de dezembro de 1900, seu inventário somou aproximadamente 25 contos de réis em bens, porém as dívidas somavam mais de 77 contos. Automaticamente o Sítio São Luís passou a pertencer ao principal credor: a casa exportadora dos Boris Frères. Em 1930 os irmãos franceses venderam o Sítio para o jovem Dr. Luiz Cícero Sampaio, ex-prefeito de Pacoti, casado com Carmem Nepomuceno e filho do também ex-prefeito Cel. José Cícero Sampaio (Zeca Sampaio) e de dona Maria Pimenta Sampaio (dona Mará). O casarão do Sítio São Luís sobrevive sob os cuidados da família que descende dos Sampaio Nepomuceno e constitui hoje o melhor exemplo de arquitetura colonial da Serra de Baturité. Não tem sido fácil mantê-lo, com sua estrutura secular e de grande porte, contudo os esforços particulares têm mantido suas características originais. Sua bela imagem aparece em todas as propagandas turísticas que o celebram como maior exemplo de nosso patrimônio arquitetônico, mas nenhum apoio financeiro ou mesmo cultural chega até ele... Passo então a palavra à amiga e anfitriã Cláudia Maria Mattos Brito de Góes, atual proprietária do Sítio São Luís, que o descreve melhor que ninguém: Em meio ao intenso verde da exuberante vegetação que cobre a Serra de Baturité, a uma altitude de 679m acima do nível do mar (cota da soleira da porta da frente), em Pacoti, encontra-se uma majestosa construção de imensas colunas brancas que se fecham em arcos simétricos, como uma fortaleza. As paredes altas são características dos antigos casarões da época colonial que usavam tochas de fogo para iluminar o seu interior. Todas as portas e janelas são de cedro maciço, retirado da própria mata que ainda existe no seu entorno. A água pura e cristalina que chega gelada em suas torneiras e vem por gravidade de uma nascente, localizada no alto do morro atrás da casa. Até alguns anos atrás esse encanamento era original, feito com bambu. A enorme cozinha ainda preserva uma antiga central de aquecimento de água, com uma serpentina que passa por dentro do fogão a lenha. Para viabilizar o início da obra, os mestres projetaram a construção de uma barragem nas águas do Rio Pacoti, que demarca os limites em uma das extremas do sítio. Através de uma porta d’água de puro bronze fincada em um dos lados da parede do pequeno reservatório, sai um canal de irrigação que circunda toda a área em volta da casa e segue, dividindo-se em vários sub-canais, percorrendo toda a extensão do vale à frente do casarão. Durante muitas décadas esse canal, conhecido como o Canal dos Holandeses, impulsionou a roda d’água do antigo engenho de cana, ao lado da casa grande. O Sítio São Luís tem hoje uma área remanescente de 210 ha, com mais 40 ha de mata preservada e alguns núcleos de mata nativa totalmente intacta. Conserva ainda antigos roçados de café, alguns com mais de cem anos de idade. O velho casarão já foi cenário de dois longas-metragens. Em julho de 1998, foi o principal cenário do projeto cinematográfico de Florinda Bolkan: “Eu Não Conhecia Tururu”. Em junho de 2007, serviu de locação para o primeiro longa-metragem de época rodado e produzido no Ceará: “Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito”, de Glauber Filho e Joe Pimentel. A imagem do casarão foi assim preservada e imortalizada pela maravilhosa ARTE do CINEMA. O Sítio São Luís mantém a tradição de resgatar a memória de seus antepassados, integrantes de algumas das mais tradicionais famílias da Serra, preservando costumes, fatos e feitos que recordam os momentos alegres e felizes por eles vividos. São exemplos de luta, de lealdade, de união e de coragem, de vidas simples mas de ricas virtudes. Essas histórias, sempre recontadas entre a família, são assim preservadas e repassadas às novas gerações. Em 2015, o Sítio São Luís passou a integrar a “Rota Verde do Café”, tornando-se o “Instituto Sítio São Luís”, entidade sociocultural e turística. Fonte: Texto adaptado do Livro “Pacoti, História & Memória”, de Levi Jucá (Editora Premius, 2014)

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Miguel Joaquim Aires do Nascimento - 1º Juiz de Direito de Baturité - 1841-1843.

Miguel Joaquim Aires do Nascimento (? — ?) foi um político brasileiro. Foi presidente da província do Maranhão, de 24 de novembro de 1863 a 3 de outubro de 1864 e de 19 de julho a 6 de agosto de 1866.[1] Referências 1. ↑ Galvão, Miguel Archanjo (1894). Relação dos cidadãos que tomaram parte no governo do Brazil no periodo de março de 1808 a 15 de novembro de 1889. Rio de Janeiro: Imprensa nacional. p. 75 Ligações externas 1. Relatório que à Assembléia Legislativa Provincial do Maranhão apresentou o 2º vice-presidente da província, desembargador Miguel Joaquim Aires do Nascimento, por ocasião da instalação da mesma Assembléia no dia 3 de maio de 1864 Precedido por Ambrósio Leitão da Cunha Presidente da província do Maranhão 1863 — 1864 Sucedido por Ambrósio Leitão da Cunha Precedido por Lafayette Rodrigues Pereira Presidente da província do Maranhão 1866 Sucedido por Frederico José Correia

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

PESQUISA SOBRE A IGREJA DA BARRA O SITIÁ - BANABUIÚ

FREGUESIA DE LIMOEIRO LIVRO DE REGISTRO DE BATISMO Nº 3 INICIADO EM 17 –07 –1865 ENCERRADO EM 12 –09 –1868 P. 16 Estevão, pardo, filho natural de Damacia escrava dos herdeiros orfãos do falecido Manoel Martins da Costa,nasceu a vinte e seis de Dezembro demil oito centos e sssenta e tres, foi baptisado solemnemente na capella daBarra do Sabiá filial de Quixeramobim pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão de licença minha aos cinco de junho demil oito centos e sessenta e quatro. Forão padrinhos João Tiburcio Castello Branco e Viviana MariaPontes. E para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 15 Valentim, negro, filho natural de Gertrudes escrava de Felis Correia de Brito, nasceu a quatorze de Fevereirodemil oito centos e sessenta e quatro, foi baptisado solemnemente na capella da Barra do Sabiá filial deQuixeramobim pelo padre Antonio Elias Sariava Leão de licença minha aos vinte e sete de março do mesmoanno. Forão seus padrinhos Elias Brito Pereira e Francisca Gomes Barreto representada por Idalina RosaCastello Branco. E para constar mandei fazer o presente em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 36 Ezequiel, pardo, filho natural de Quiteria escrava de D. Candida Ermilinda de Assis, nasceu a dez de Maio demiloito centos e sessenta e cinco, baptisado solemnemente pelo padre Antonio Saraiva Leão, na capella da Barra doSabiá, filial de Quixeramobim a quatro de junho do mesmo anno. Forão seus padrinhos Luis escravo de JoséGorgorio Castelo Branco e Cosma escrava de Martinho Correa Vieira. E para constar mandei fazer este assentoem me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 58 Maria, mulata, filha natural de Joaquina, escrava dos herdeiros do finado Joaquim Victoriano Correa Vieira,nasceu aos trinta e um de Janeiro demil oito centos e sessenta e seis, foi baptisada solemnemente aos tres defevereiro do mesmo anno, pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão, na fazenda Santa Marta. Forão padrinhos JoséAlves Castello Branco e Francisca Rosa Castello Branco. E para constar mandei lavrar este assento em que meassigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 60 Maria, negra, filha natural de Gertrudes, escrava de Felicio Correa, nasceu aos trinta e um de Janeiro do demiloito centos e sessenta e seis, foi baptisada solemnemente aos tres de fevereiro do mesmo anno, pelo padreAntonio Elias Saraiva Leão, na fazenda Santa Marta. Forão padrinhos José Alves Castello Branco e FranciscaRosa Castello Branco. E para constar mandei lavrar este assento em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 71 João, mulato, filho natural de Lucia, escrava de José Correa Lima, nasceu a dezoito de Maio demil oito centos esessenta e seis, foi baptisado solemnemente aos vinte e seis de junho do mesmo anno, por mim abaixo assignadona capella de São João Baptista desta Freguesia do Limoeiro. Forão padrinhos Jose Correa de Lima e Rosa Mariado Espirito Santo. E para constar mandei passar o presente assento em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 103 Catharina, parda, filha natural de Joaquina, escrava de Elias Antonio Correa de Brito, nasceu no dia um deMarço demil oito centos e sessenta e sete, foi baptisada solemnemente aos doze de maio do mesmo anno pelopadre Antonio Elias Saraiva Leão na capella da Barra do Sitiá filial da Freguesia de Quixeramobim. Forãopadrinhos Liberato Pereira d'Aguiar e Francisca Rosa Castello Branco. E para constar mandei fazer esteassempto em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 166 Luis, criolo, filho natural de Quiteria, escrava de Candida Hermilinda Francisca de Assis, nasceu aos trinta e umde Janeiro demil oito centos e sessenta e oito, foi baptisado solemnemente aos oito de março do mesmo annopelo padre Antonio Elias Saraiva Leão na capella da Barra do Sitiá filial da Freguesia de Quixeramobim. Forãopadrinhos Joaquim Francisco de Brito e Francisca Rosa Castello Branco representada por Anna Helenna daIncarnação. E para constar mandei fazer este assempto em que me assigno. O Vigario Francisco Ribeiro Bessa FREGUESIA DE LIMOEIRO LIVRO DE REGISTRO DE BATISMO Nº4 INICIADO EM 19 –09 –1868 ENCERRADO EM 10 –12 –1871 ANO DE 1868 P. 04 Maria, parda, filha natural de Petronilla, escrava de Felix Correa de Brito, desta Freguesia de Quixeramobim,nasceu aos dezenove de Septembro demil oito centos e sessenta e oito, foi baptisada solemnemente aos vinte ecinco de outubro do mesmo anno pelo padre Ambrosio Elias Saraiva Leão na capella da Barra do [...] . Forãopadrinhos Ambrosio Gomes Pimenta representado por Martinho Correa Vieira e Barbara Dominanda CastelloBranco. E para constar mandei fazer o assempto em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa ANO DE 1869 P. 12 Maria, parda, filha natural de Antonia, escrava de Hernesto Honorio Saraiva Leão, nasceu aos seis de Dezembrodemil oito centos e sessenta e oito, foi baptisada solemnemente aos oito de janeiro demil oito centos e sessenta enove pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão na fazenda Gangorra desta Freguesia de São João do Jaguaribe. Forão padrinhos Alexandre Rubento Saraiva Leão representado por Francisco de Brito Saraiva de Lima eOlimpia Francisca de Maria Andrade. E para constar mandei fazer o assempto em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 20 Anna, mulata, filha natural de Joaquinna, escrava dos herdeiros do finado Francisco Bento Saraiva Leão, nasceuaos vinte e dois de Fevereiro demil oito centos e sessenta e nove, foi baptisada solemnemente aos dezoito demarço do mesmo anno pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão no Sítio Gangorra desta Freguesia de São João doJaguaribe. Forão padrinhos Antonio de Barros e [...] . E para constar mandei fazer o assempto em que meassigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 24 Manoel, cabra, filho natural de Joaquina, escrava dos herdeiros de Joaqum Victoriano Correa Vieira, nasceu aosonze de Dezembro demil oito centos e sessenta e oito, foi baptisado solemnemente aos vinte e oito de marçodemil oito centos e sessenta e nove pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão nesta capella da Barra do [...] daFreguesia do Quixeramobim. Forão padrinhos José Rufino Correa de Brito e Francisca Gomes d'Assisrepresentados por Rufino Felix de Brito e Barbara Dominanda Castello Branco. E para constar mandei fazer oassempto em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 24 Maria, cabra, filha natural de Maria, escrava dos herdeiros de Joaquim Victoriano Correa Vieira desta Freguesiado São João, nasceu aos quinze de Fevereiro demil oito centos e sessenta e nove, foi baptisada solemnemente aosvinte e oito de março do mesmo anno pelo padre Antonio Elias Saraiva Leão na capella da Barra do Sitiá daFreguesia de Quixeramobim. Forão padrinhos Jose Rufino Correa de Brito e Francisca Gomes d'Assisrepresentados por Rufino Felix de Brito e Barbara Dominanda Castello Branco. E para constar mandei fazer oassempto em que me assigno. O Vigário Francisco Ribeiro Bessa P. 27 Manoel, cabra, filho natural de Quiteria, escrava de Elias Brito Correa e Francisca Gomes Barreto destaFreguesia de São João, nasceu a seis de Março demil oito centos e sessenta e nove, foi baptisado solemnemente acinco de abril do mesmo anno pelo padre Elias Saraiva Leão nesta capella da Barra do Sitiá filial desta Freguesiade Quixeramobim. Forão padrinhos José Alexandre Gorgonho Castello Branco e Maria Barbosa de Jesusrepresentada por Anna Helena de Jesus. E para constar mandei fazer este assempto em que me assigno. O Vigario Francisco Ribeiro Bessa ANO DE 1870 P. 71 Maria, parda, filha natural de Quiteria, escrava de Candida Hermilinda de Assis, nasceu a quatro de Fevereirodemil oito centos e setenta, foi baptisada solemnemente a cinco de junho do mesmo anno pelo padre AntonioElias Saraiva Leão na capella da Barra do Sitiá filial da matris de Quixeramobim. Forão padrinhos José HenriqueBalthazar de Brito e Rita [...] de Jesus representada por [...] Castello Branco. E para constar mandei fazer esteassempto em que me assigno. O Vigario Francisco Ribeiro Bessa P. 71 Manuel, pardo, filho natural de Maria, escrava do Capitão Lucas Luis Saraiva de Lima, nasceu a vinte e quatrode Abril demil oito centos e setenta, foi baptisado solemnemente aos nove de junho do mesmo anno pelo padreantonio Elias Saraiva Leão no Sítio Reforma desta Freguesia de São João do Jaguaribe. Forão padrinhos JoãoAlexandrino Saraiva Leão representados por Francisco de Brito Saraiva de Lima e Joaquina Francisca Saraiva. Epara constar mandei fazer este assempto em que me assigno. O Vigario Francisco Ribeiro Bessa P. 101 Aos dezessete de Septembro demil oito centos e setenta e um, na Capella da Barra do Sitiá, filial da matris deQuixeramobim, foi solemnemente baptisado com imposição dos santos oleos, pelo padre Antonio Elias SaraivaLeão, de licença minha, o infante Elias, pardo, filho natural de Gertrudes, escrava de Felis Correa de Brito destaFreguesia, nascido aos trinta de julho do mesmo anno, sendo seus padrinhos João Ribeiro Filho por seuprocurador José Maria Mena Barreto e Joaquina Ursulina Maria das Virgens por sua procuradora BarbacianaDominanda Castello Branco. E para constar mandei passar o presente em que me assigno. O Vigario Francisco Ribeiro Bessa P ARÓQUIA DE LIMOEIRO LIVRO DE REGISTRO DE C ASAMENTO NO 1 INICIADO EM 09 –02 –1864 ENCERRADO EM 12 –05 –1872 Antônio Elias Saraiva Leão - Diccionário Bio-bibliográfico Cearense-Barão de Studart Ano: 1808 Antônio Elias Saraiva Leão - Nasceu a 8 de Dezembro de 1808, sendo seus paes o fazendeiro Luiz de Brito Lyra, filho de Cosme Leitão de Souza e de D.a Laura de Tavora, naturaes de Pernambuco, e cujos progenitores foram, se diz, victimas do despotismo brutal do Marquez de Pombal —, e D.a Julia de Santa Anna Maria da Encarnação, filha do Tenente-coronel de milícias Antônio Saraiva Leão, fazendeiro opulento. Cursou latinidade com o então Vigário de Caicó, Francisco de Brito Guerra, adquirindo nomeada como estudante intelligente. Recebeu ordens sacras em 1836 quando começou a freqüentar a Academia de Olinda pela qual foi diplomado Bacharel no anno de 1842. Dahi veio habitar com a avó D.a Anna Baptista da Costa Coelho na fazenda Sacco, a 3 léguas de Morada Nova, que ainda não era povoação. D.a Anna foi quem concorreu com as despezas de sua ordenação. Fez-se capellão da barra do Sitia, cerca da 20 annos, vivendo modestamente. O Bispo D. Luiz Antônio dos Santos procurou attrahil-o, pela noticia de sua illustração e virtudes, para exercer um cargo em Fortaleza, constando que lhe destinava o Vigariato Geral, mas foram vãos todos os esforços do eminente Prelado. Nunca quiz ser parocho e só por obediência occupou a vigairaria de Quixeramobim, durante cerca de tres annos, sendo substituído pelo actual parocho Revd Salviano Pinto Brandão. Nunca veio a Fortaleza apezar de fer sido eleito deputado duas vezes. Era um homem de sentimentos nobres e philantropicos. No período da grande calamidade de 1877 a 1879 se salientou por actos de piedade e caridade. Em seu sitio na fazenda Sacco deixou a distracção de que usava — o jogo de espadilha entre os amigos, por lhe ter chegado aos ouvidos que alguém achava pouco edificante aquelle passatempo. Não cultivava seu talento como merecia, pretextando má saúde, entretanto possuía bons livros de sciencia, direito civil e ecclesiastico. Já um pouco idoso começou a advogar em Quixeramobim, mas tendo obtido para um seu cliente uma sentença, que lhe pareceu injusta e illegal, indignou-se e lavrou um protesto de não mais advogar, o que cumpriu. Fundou uma fazenda de criar — Mont’Alverne—á margem esquerda de Banabuiú, onde celebrava em Oratório os officios divinos. Falleceu em 1896, já privado do uso da vista e da rasão, havia 3 ou 4 annos, na fazenda—Soledade—pertencente a Antônio Elias Saraiva de Brito. Fonte:Diccionário Bio-bibliográfico Cearense-Barão de Studart. Data de Nascimento:8/12/1808

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

9 de agosto de 1858, EMANCIPAÇÃO DE BATURITÉ?

1764 2 – Victorino Soares Barbosa, Ouvidor-Mór, que instalou a Vila de Monte Mór o N’ovo da América em 14 de abril de 1764. (Origem da cidade de Baturité); Delimitou a área da Vila e mediu o terreno das primeiras casas e da futura Matriz na atual Praça da Matriz. 3 - Francisco Soares Correya – Juiz da Villa em 14/04/1764. 4 - João Rodrigues (Roiz) de Freitas – Capitão, Diretor da Villa em 14/04/1764; aparece como ex-tesoureiro em 1776. 1802 7 - Antonio da Motta Silva – Capitão, afiançou em 1802 a João Francisco Tavares de Mello, na arrematação das carnes frescas e secas para 1803; Morava no Riacho do Sangue, Fazenda Jardins. 1804 8 - Francisco José de Moraes – em 1804 afiançou ao Sargento-Mór José Severino de Vasconcellos na arrematação do contrato de carnes frescas e secas para 1805; presente a sessão de 10/10/1824, que aprovou o apoio de Monte Mor Novo à Confederação do Equador. 1805 9 - Antonio Correia Dormont – Arrematou em 1805, o contrato do curral do assogue; Procurador do Conselho da Câmara em 09/05/1815. 1809 10 - Francisco Pereira Torres – em 1809, morava no Putiú; em 21/07/1809 respondeu a diversas proposições que lhe fez a Câmara, por ter sido della escrivão muitos anos, sobre provimentos que deixou o erector da Villa e que já não existem no arquivo. 1810 11 - Francisco Bezerra de Menezes – em 11/12/1810 arrematou contrato de carnes frescas e secas para 1811; em 15/01/1814, afiançou Eufrásio Alves da Silveira, na arrematação do contrato de carnes frescas e secas para 1814. 1824 13 - Manoel Felipe Castel Branco (Manoel Felippe Pereira Castello Branco) – Veio para a Vila com seu Pai Antonio Pereira Castello Branco e seu tio Pedro Pereira Castello Branco, fugindo dos efeitos das secas do fim do século XVIII, aqui se estabelecendo; Tenente Coronel, presente a sessão de 10/10/1824, que aprovou o apoio de Monte Mor Novo à Confederação do Equador, fato que posteriormente rejeitou, passando a comandar a resistência à citada Confederação; Como conseqüência passou a ter notável influência política, a qual transferiu aos descendentes. Vereador, propôs a abertura da estrada Baturité-Redenção pelo Vale do Candéa, que foi traçada por ele mesmo, as suas próprias custas; aforou 185 braças na Villa em 1837; aforou 60 palmos de terreno na Rua Nova em 10/01/1849. Foi comandante de Tropas Militares. 14 - Pedro José de Castello Branco (Pedro José Pereira de Castello Branco) – Herdou a influencia política do pai, foi Vereador (Presidente da Câmara) diversas vezes e Deputado Provincial; arrematou o contrato da facção de um curral do açougue em 26/04/1856; aforou 60 palmos na Rua do Rio Aracauaba em 28/04/1860, onde tem Beco vai fazer uma feira; Quando Presidente da Câmara deu inicio a construção o Mercado Público em 1877 e promoveu a abertura da estrada ligando ao Putiú, a atual Avenida Dom Bosco. 1857 15 - Manoel Dutra de Sousa (Manuel) – Contribuiu muito para o desenvolvimento urbano da Vila; Aforou 355 palmos na Rua da Laranjeira em 21/07/1857, (onde hoje existe o FÓRUM); 1858 (Cidade) 16 - Raimundo Cicero Sampaio (Raymundo Cycero Sampaio) – aforou 40 palmos de chão na Rua que fica por detrás do Rozário em 14/01/1858; Vereador (Presidente da Câmara), em 1877 deu inicio a construção do Prédio da Prefeitura Municipal; EX-ADMINISTRADORES de Baturité. 1. Capitão João Rodrigues de Freitas, primeiro Diretor da Vila Real de Monte Mor o Novo da América. Nomeado por ocasião de sua fundação, a 14 de abril de 1764, na qualidade de Administrador da Vila, por força do ato de nomeação pode-se qualificá-lo como o primeiro prefeito, pois o administrador de então possuía essa autoridade. João Carlos de Oliveira Sacouto - Presidente da Câmara, 10/05/1848 a 14/12/1848. Marcus Silveira Castelo Branco

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Posto de Puericultura de Baturité

Posto de Puericultura* Dr. Severiano Ribeiro: Nome dado em homenagem ao pai do empresário do ramo do cinema Luís Severiano Ribeiro que foi médico em Baturité. Neste local já funcionou a Biblioteca Pública Municipal Senador Menezes Pimentel e atualmente o Mercado Público Afonso Martins ("Mercado dos Peixes"). Na Rua Senador João Cordeiro, esquina com a Travessa Professor Hildo Furtado. *Puericultura: é o cuidado médico, higiênico e nutricional das crianças, da gestação até quatro ou cinco anos de idade.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

HISTÓRICO DE BATURITÉ PEDRO CATÃO REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA'

BATURITÉ (SUBSIDIO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E ESTATÍSTICO) PEDRO CATÃO Geografia política e estatística Cidade do Ceará, situada a 80 quilômetros, mais ou menos, em linha reta ao Sudoeste de Fortaleza,, capital do Estado, com a qual é ligada por duas rodovias, duas linhas telegraficas e 103 quil. da Estrada de Ferro de seu nome, da rede de Viação Cearense, com a extensão, em trafego, de 599 quil., 109 na linha-tronco (de Fortaleza ao Crato), TK.,246 no ramal de Maranguape, 33K.,220 no ramal de Cariús, 42k./750 no ramal de Orós, 57K.,500 no ramal de Itapipoca, e 121K,.69 no ramal Ceará-Paraíba, somando 860.,894. Localizada na vertente oriental da Serra de seu nome, é Baturité circundada por dois ribeiros, Aracoiaba ao Nordeste e Putiú ao Sudoeste, sendo sua posição astronômica, segundo José Pompeu, 4°,21' de latitude sul, e 4 ,30' de longitude oriental do meridiano do Rio de Janeiro. Sua altitude sobre o nivel do mar varia de: 123 m. local da Estação do Putiú 150 " " " Avenida Dr. Carneiro 165 " " do Manumento da Independência 145 " " da Ponte do Labirinto. Corre a cidade na direção de Noroeste a Sudeste, no comprimento de 2400 metros sobre 400 de largura, mais ou menos. Suas ruas, pouco alinhadas e em grande parte estreitas, são niveladas em forma de abaulamento, sendo as principais empedradas, notando-se entre estas uma espécie de viaduto térreo (Avenida João Cordeiro) terminado por uma ponte de cimento armado sobre o Putiú, para o arrabalde do mesmo nome, onde está assente a estação da Estrada de ferro. Ligada a cidade por uma ferro-carril Decauville em 1891, a empresa teve de baquear, pelo motivo de ser o declive da rampa existente só trafegavel a tração mecânica, e não a força animal como foi tentado. Atualmente se faz aquele trafego a automóvel e auto-onibus. Além deste bairro (Putiú), do de Santos Dumont (antigo da Boa Vista), Lajes e Alto da Cadeia (Gustavo Sampaio e Desembargador Estelita), no qual estão encravados o Cemitério e a Cadeia pública, tem a cidade 4 Avenidas-Dr. Epitacio Pessoa (antiga Labirinto), 2 de Novembro (para o Cemitério), Proença e João Cordeiro; 7 Praças—Matriz, Coronel Manuel Dutra, Dr. Cordolino, Senador Pompeu, Dr. Amaro Cavalcante, Santa Luzia e Dr. Francisco Sá (Estação da Estrade de ferro); 11 ruas (sem falar no bairro Putiú e nos outros) — 12 de Outubro (antiga da Lagoa), 26 de Agosto (antiga da Palha), Barão de Studart, S. José, 13 de Maio,25 de Março (atrás da 24 de Fevereiro), 24 de Fevereiro, 1o. de Março, 15 de Novembro, 7 de Setembro e 16 de Novembro; 7 Travessas —19 de Junho (antiga Cajueiro), 14 de Abril, 9 de Janeiro, 9 de Agosto, 2 de Fevereiro, 10 de Outubro e 16 de Maio (antigo Beco das Lajes). Além das rodovias para Fortaleza, a que já nos referimos, sendo uma por cima da Serra, passando pela viia de Pacoti, povoações de Guaramiranga, Pernainbuquinho e Palmeira e ligando-se com as povoações de Mulungu e Santos Dumont (antigo Coité), sôbr» a Serra; e outra partindo de Putiú e passando por Aracoiaba, Canafistula e Acarape, onde se entronca com a de Fortaleza, existe mais outra para a cidade de Quixadá, passando pelas povoa- çoes de Açudinho, Riachão ou Capistrano de Abreu, ltaúna e Cangatí e outra para a povoação de Candeia e uma estrada para Santos Dumont, passando pelas povoações de Bananeiras e Pindoba. Estas últimas ressentem-se ainda de obras darte e outros melhoramentos, que só a primeira possue, em parte. As avenidas, praças, ruas e travessas lembram, como se vê, datas e fatos da História Pátria, do Estado e do Município, e nomes de compatricios ilustrês de serviços aos mesmos. E a cidade abastecida dágua potável e iluminada a luz elétrica por Empresa particular, sob concessão de privilegio municipal. Conta sete templos católicos com a invocação de N. Senhora da Palma (Matriz), N. Senhora do Rosario, Santa Luzia, Cristo, o Redentor (Putiú) e capelas de S. Miguel Arcanjo (no Cemitério), Coração de Jesus (na Escola Apostólica), e N. Senhora Auxiliadora, no colégio Salesiano Domingos Savio. Existe também um templo do culto Presbiteriano. Seus principais edifícios e logradouros publi- cos são: Casa da Câmara Municipal e Fórum, pre- dio vasto, elegante e assobradado; Grupo Escolar, vasto prédio ajardinado; Cadeia, Cemitério de S. Miguel, Mercado de gêneros, Talhos de carne, Posto Sanitário, Jardim Dr. Carneiro, Dito 25 de Março, Monumento á Independência, Loja maçonica «Deus e Baturité», Matadouro de ferro em Putiú, Cinema Baturité, Círculo operário S José, Associação Comercial, onde funciona também o Sindicato agrícola, Banco Comercial agrícola de Baturité, Banco rural de Baturité, prédio do Correio e Telégrafo, e Estação da Estrada de ferro e suas dependências. Tem um Grupo Escolar; Escola Apostólica, em vasto prédio assobradado sobre a colina do Olho dagua, dirigida pelos Jesuítas; Colégio Domingos Savio, dirigido pelos Salesianos; Coiegio Maria Auxiliadora, dirigido pelas Salesianas; dois externatos partículares, escolas paroquiais Vicentinas. escola do Círculo de operários S. José, escolos reunidas na povuação de Riachão, e escolas isoladas no bairro Putiú e nas povoações de Itaúna, Cangatí, Candeia e Pesqueiro, e rurais ou municipais em Açudinho, Riachão do Panta, Bananeiras e Mondego. É sede da comarca de 2a. entrancia da sua denominação, constituída hoje do termo de Baturité e dos de Aracoiaba, Pacotí e Redenção. Comarca que ocupa o segundo lugar no Estado em população, rendas públicas e movimento forense e escolar. Sua Polícia é é exercida por um Delegado de Polícia regional, auxiliado por outros dos termos, um Escrivão e subdelegados nos distritos, e Inspetores nos quarteirões. Seu serviço postal é feito por uma Agencia de 3.a classe na cidade e agencias de 3.a classe no Putiú e de 4». nas povoações de Açudinho, Riachão, Itaúna e Cangatí. A sua população, como a de toda comarca, é na sua quasi totalidade católica e, afora os templos que já mencionámos, tem a freguesia as seguintes capelas: Candeia, Riachão do Panta, Bananeiras, Riachão, Mamoré ou Tronco, Carqueja, Itaúna, Itãs e Cangatí, e cinco oratórios ad instar do público. A igreja Matriz, começada em 1764 e terminada já no século passado, teve notável e bela remodelação devida aos esforços do pároco, Mons. Manuel Cândido dos Santos, de veneranda memória, grandemente auxiliado por Ananias Arruda. Tem 100 palmos de largura sobre 212 de comprimento, 2 naves, 7 altares, e comporta aproximadamente 3.000 pessoas. Tem um relógio público e 3 sinos e é iluminada a luz elétrica. Existem 6 conferências Vicentinas, 1 no Riachão, 2 associações de devoção e obra pia paroquial e vocações sacerdotais, 2 Congregações Marianas, Terceiros Franciscanos, Filhos de Maria e Santa Teresinha. Círculo operário S. José e Doutrina Cristã. População 1890 1900 1920 Mun. de Baturité 18.672 44.024 24.436 Não conhecemos a nossa cota local no censo de 1872, onde o Ceará atestou 721.689 almas; 241 escolas primarias com 6.740 alunos. A comarca atual perdeu o termo de Canindé, estando reduzida a 77.094 hab. O dist. da cidade, no censo de 1890, acusou 11.011 hab. e Putiú 1.399, sendo 5.974 homens e 6.436 mulheres, e 7 826 analfabetos. Neste censo o mun. atestou: 9.068 masc. e 9.604 fem., sendo 15.738 analfabetos. No de 1920 a Cidade atestou 1.437 fogos com 7.159 hab. e Putiú 382 fogos com 2.046 hab. Todo o mun. registrou 4.000 fogos. Guaramiranga e Pacotí, em 1900, com 12.152 e 10.020, respectivamente, eram distritos de Baturité, e hoje, com Mulungu e Santos Dumont, fazem o municipio de Pacotí. Dos 1.099 mun., afora as capitais, apurados no censo de 1.900, ocupámos o 36.o logar, e, com relação á população setentrional exclusiva do país, a nossa colocação elevava-se ao 10.° lugar. A pop. fem. era de 22.393 e a masc. de 21.631.

domingo, 1 de agosto de 2021

A Família no mês de Agosto

03/08/1966 FALECEU Miguel Corrêa Lima Fortaleza 10/08/2004 NASCEU Mateus Coelho, filhho de Helayne Corrêa Fortaleza 11/08/1988 FALECEU Maria Haydee Silveira Corrêa (Pereira Lima) Fortaleza 11/08/2003 NASCEU Alidja Dafne, filha Arlindo Neto Fortaleza 13/08/1962 NASCEU Magda Rosimeyre Silveira Castelo Branco Baturité 15/08/2012 NASCEU Heitor de Vasconcelos Castelo Branco Tianguá 17/08/1958 NASCEU Marcus Venicius Silveira Castelo Branco Baturité 17/08/2005 NASCEU Alline Silva Corrêa Fortaleza 19/08/2006 NASCEU Kaique Silva Corrêa Fortaleza 21/08/2016 FALECEU Roberto Silveira Corrêa Fortaleza 26/08/1941 NASCEU Deomar Nogueira Rodrigues Solonopoles

quinta-feira, 15 de julho de 2021

A Família no mês de julho

05/07/1906 NASCEU Miguel Corrêa Lima, f de Raimundo Corrêa Lima Baturité 13/07/1818 NASCEU José Castello Branco, f de Pedro Pereira Castello Branco Monte Mór 13/07/1978 NASCEU Emanuela Araújo Pereira (Pereira da Silva), f de Wbiratan Pereira Lima Sobrinho Fortaleza 16/07/2001 NASCEU Bruno Semião Castelo Branco, f de Francisco Marcelo Silveira Castelo Branco Baturité 18/07/1942 NASCEU Maria Ivanilce Silveira Corrêa (Silveira Castelo Branco), f de Miguel Corrêa Lima Baturité 31/07/1995 NASCEU Raquel Russo Silveira Correia,f de Miguel Wilton Sileira Corrêia Fortaleza

domingo, 24 de maio de 2020

‘OS “DO RÊGO FALCÃO” DE BATURITÉ.






... Ao sair da “minha pobre casinha” mirei quase defronte as casas dos Rêgo Falcão, comerciantes da cidade, relembrando as distintas famílias.

            O Cel. Francisco do Rego Falcão e Da. Conceição Castelo Branco, irmã da Professora de piano Da.  Edwiges, que ensinava de graça a minha irmã Alzira, sua afilhada.

            O filho mais velho do casal era o Waldemar, que acrescentou um Cromwell no nome, chamando-se Waldemar Cromwell do Rego Falcão.

            Agnóstico até certa idade, com o que entristecia Da. Conceição, mito religiosa, tornou-se depois bom católico. Influente advogado do Banco do Brasil, político, Chefe de Policia do estado, deputado federal, Ministro do Trabalho e Presidente do Superior Tribunal Eleitoral. Ainda exercia este cargo, quando viajou para os USA à procura de tratamento médico especializado, ali falecendo.

            Waldemar mereceu da cidade de Baturité uma elevada homenagem póstuma. O Prefeito Comendador Ananias Arruda, deu o seu nome à antiga Praça João Ramos, constituída de metade da grande e antiga Praça Alfredo Dutra, convivendo atualmente as duas em simbiose.

            No lado da Praça Waldemar Falcão contíguo à Rua Sete de Setembro, o Comendador erigiu um bonito pedestal de granito e sobre ele o busto de bronze do homenageado.

            Outro filho, o Edgard – apelidado de “cabeça de manga”, desde criança mostrava pendor para o comércio, tendo prosperado muito e emigrado. Outro – o Oscar, era uma rapaz muito moderado e estudioso. Foi representante no Estado da Bahia da grande empresa Bayer. Já é falecido, outro ainda – o Fernando, foi presidente do extinto Instituto Nacional do Sal. Por intermédio do Ministro Waldemar, requisitou-me ao antigo IAPI para servir no seu Instituto como Inspetor, função que exerci no Maranhão, chefiando dois fiscais. Tinha finalmente o Edmilson, promotor de Justiça, falecido no Rio, há um decênio.

            Entre as filhas relembro a Dinorá, hoje viúva, técnica de educação, aposentada como Inspetora de Ensino do Ministério da Educação e Cultura: a Suzete e a Rosely.

            Elas formavam um excelente trio que nas festinhas caseiras, em atraentes serestas, deliciavam os convidados e o numeroso “sereno”.

            O piano de Dinorá exercia sobre mim uma influência a uirapuru e muito me embeveciam os cantos e recitativos das outras. Parece-me estar vendo a Rosely, ligeiramente estrábica e muito bonitinha, cantando em 1912, acompanhada pela Dinorá:



            Recordo-me querida       

            Risonha e prazenteira

            Qual vi a vez primeira

            O meigo rosto teu.

            ........



            Waldemar era casado com Da. Ademir Ribeiro, colega interna de escola de minha mulher Delcarlina Araripe. Era filha do Cel. Abel Ribeiro, industrial e comerciante maranguapense; irmã do livreiro Humberto Ribeiro, um dos maiores futebolistas que o Ceará já deu.

             .....

           



            A outra família era a do Coronel Manoel do Rego Falcão, casado com Da. Isabel Parente Falcão, natural de Sobral, que faleceu viúva aos cem anos de idade!

            O Coronel era comerciante, estabelecido na antiga Rua do Comércio, perto da Praça Santa Luzia, lado oposto ao Mercado.

            Foi assassinado em frente ao seu estabelecimento, por ocasião de um tiroteio ocorrido juma baderna organizada por seus inimigos políticos, na qual tomaram parte saliente os baturiteenses Francisco Mendes e Júlio Severiano. A justiça nunca apurou devidamente esse crime, para punir os responsáveis.

            O filho mais velho do Coronel era o Edmundo, que sempre foi muito meu amigo desde a infância até há alguns anos quando faleceu aqui no Rio de janeiro. Foi funcionário do Banco do Brasil, nomeado em 1923, em Fortaleza.

            Era casado com Da. Laura Ribeiro Falcão, filha do Sr. João da Mata Severo e  Da. Amélia Ribeiro Severo, quixeramobienses. Tinha três filhos – Armando, Maria Laura e José.

            O Armando – ex-Ministro da Justiça pela segunda vez, é tabelião no Rio de Janeiro; foi herdeiro de uma grande fazenda em quixeramobim, do espólio de seu avô materno, faro que os baturiteenses muito lastimam porque ele com essa fazenda como segunda residência, tem concorrido para o progresso da cidade, com sua operosidade e recursos financeiros, deixando de prestar a sua valiosa ajuda à cidade de Baturité, reduto das famílias Rego Falcão.

            O Segundo filho foi o Francisco, representante no Ceará da grande organização Singer que dirigia de Fortaleza, onde faleceu.

            O terceiro – Dr. Rubens do Rego Falcão que tenho a honra e o prazer de incluir no número dos meus amigos, reside em Niterói. È advogado, jornalista, técnico em educação e escritor, com diversas obras publicadas. Tem prestado valiosos serviços à Alta Administração do Estado do Rio de Janeiro, tanto na Educação como na Justiça. Foi duas vezes Diretor de Ensino e, por último, Secretário de Educação e Cultura. Aposentou-se quando exercia com brilhantismo o cargo de Consultor Jurídico da Secretaria do Interior e Justiça.

            Rubens não descura das atividades literárias e sociais. È membro qui no Rio, da Casa do Ceará e do Centro Clóvis Beviláqua, do Instituto Histórico de Niterói, do seu xará do Rio Grande do Norte e sócio correspondente do xará do Ceará.

            Vieram em seguida, o Manoel, coronel reformado da Força Pública do Ceará, e José Nestor, Delegado do Trabalho, residente em Fortaleza, e Maria Esther, ex-funcionária da Secretaria de Agricultura, falecida.

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(Págs. 137 – 140)



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Numa casa desta rua morou o Dr. Alfredo de Oliveira, que tinha uma filha muito apreciada pela rapaziada, porque era muito graciosa e usava trajes que salientavam a sua elegância, como a silhueta do violão.

            O Dr. Alfredo, Juiz Substituto influiu, dizem que decisivamente, e erradamente, para o arquivamento de um processo criminal relativo ao assassínio do Cel. Manoel do Rego, autoridade policial e vereador municipal, num motim organizado por seus inimigos políticos.

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(Pág. 148)



Mundim de Baturité (Traquinices e Traquinadas) – Raimundo Barros Filho. Jowil Editora e Artes Gráficas, Rio de Janeiro – 1987.

terça-feira, 14 de abril de 2020

FORMAÇÃO HISTÓRICA DO TERRITÓRIO - BATURITÉ



FORMAÇÃO HISTÓRICA DO TERRITÓRIO


O início do processo data no ano de 1702, quando foi concedida a primeira
sesmaria na área do Município de Redenção (Acarape), na Serra do Acará, no Poço
Paracupeba. Entretanto as terras do Maciço continuaram sem uma efetiva ocupação
até a segunda década do século XVIII, quando foi ocupada parte da região
atualmente denominada Aracoiaba.


Várias sesmarias foram concedidas na Serra de Baturité entre os anos de
1718 a 1736. Em 1738 foi tomada a parte poente da serra, na região da atual
Aratuba. Em 1740, os irmãos Arnáu, Sebastião e Cristóvão Holanda, junto com
Manoel Ferreira da Silva, viúvo de Maria Trindade Holanda habitaram,
temporariamente, a Serra. Os descendentes destes pioneiros são alguns dos
responsáveis pela colonização de grande parte do Maciço de Baturité. Muitos de
seus quintos e sextos netos, ainda têm propriedades em Aratuba, Baturité,
Guaramiranga, Mulungu e Pacoti.


Em 1758 nasceu a missão Nossa Senhora de Palma, através do alvará que a
transformou em freguesia em 1762. Em 1764 foi fundada a Vila Real, com território
abrangendo toda a vertente ocidental da Serra de Baturité, exceto Ocara e
Palmácia, cujos territórios pertenciam a Quixadá e Maranguape, respectivamente.
O nome Barturité foi adotado em 1841, com a Lei Nº. 226, quando foi criada a
Comarca com sede na Vila de Baturité e jurisdição sobre todo o território de Canindé
e Imperatriz, atual Itapipoca. Em agosto de 1858, a Vila de Baturité foi elevada à
categoria de cidade. Baturité, de meados da década de 60 até os finais do século
XIX, acompanhava o ritmo geral de desenvolvimento do Ceará, sem dúvida,
impulsionado por dois fatos relevantes. Primeiro, o longo período praticamente sem
secas, entre 1845 e 1877. Segundo, nos anos da Guerra da Secessão nos Estados
Unidos, de 1861 a 1865, que aumentara fortemente o comércio do algodão com a
Inglaterra, temporariamente privada do produto americano.



O Ceará revelava-se propício ao cultivo de algodão, que antes era utilizado
apenas para artefatos indígenas ou para confecção de tecidos rústicos usados pelos
escravos. Em pouco tempo, sua produção suplantou a das províncias vizinhas,
atingindo alta cotação internacional. Em parte do Maciço e no Sertão de Canindé, a
cotonicultura aliada à criação de gado foi largamente difundida e a região teve rápida
expansão econômica. A antiga Montemor e atual Cidade de Baturité passaram a ser
ponto de convergência regional....




Parabéns minha linda e amada terra.....Baturité Ceará

Claudia Souza,