segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Filhos de Baturité - Cel Antonio Couto Pereira.


Cel Antonio Couto Pereira.

Nasceu em Baturite - Ceará. em 23/01/1896. Faleceu em Coritiba - Paraná em 12/12/1976.

Seus pais foram:. Cel Lindolfo Pereira Lima e Sinhá Maria.Couto Pereira.
O grande latifundiário, Coronel Lindolfo Pereira Lima, filho do português João Manoel Pereira com a Sra. Maria Pereira Lima (Mãedona), natural de Guaramiranga - Ceará, foi proprietário da Fazenda Touro, em Itapiúna - Ceará, então Município de Baturité - Ceará. Após a morte do Coronel Lindolfo, a propriedade passou a ser administrada pela sua filha caçula, Francisca de Lima Pereira (Mimosa Braga) e por seu esposo, o Sr. Paulo Braga, ilustre funcionário do DNOCS. Em 1977, pouco tempo antes de morrer, o Sr. Paulo Braga vendeu toda a propriedade da fazenda para o ex-prefeito de Itapiúna, Valdemar Antunes.

Couto Pereira, transferiu-se para Coritiba Paraná e em 04/04/1916 associou-se ao Coritiba Foot Ball Club, do qual foi presidente de 1926 a 1927; 1930 a 1933; 1936 a 1945 e 1947
 
Principais ações: Escolheu o uniforme e o escudo e construiu o estádio que hoje recebe o seu nome Cel Couto Pereira. Inaugurado a 15/11/1932

Foi Deputado Estadual em 1930.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

As Curriolas - Mário Mendes Junior

          Quem teve o prazer de ler os comentários do Hugo Pinheiro, na certa tirou do esquecimento  personalidades, jovens do universo urbano dos bairros, “lá de baixo” e “lá de cima”, de Baturité. O ponto de encontro de todos era a Praça Santa Luzia.   Dalí, entre 1945 e 1951 fruto  nasceram as melhores bricadeiras nascidas da criatividade mesma das duas turmas.
           Pesquisador percuciente Hugo Pinheiro, em primeiro lugar rende homenagem à sua curriola “lá de baixo”. Primiro os moradores da própria Praça Santa Luzia. Seus amigos: Gilson Viana Martins (o Quirrite); Francisco Rocha Victor (o Neném); os irmãos Rainá e Souzinha (filhos do Sr. Napoleão e Dona Raimundinha); José Alfredo Pinheiro, o Mandioca o irmão dele ; João Viana, (o João Caravana);  Paulo Rocha, filho do seu Rocha; Luiz, o Loló da Dona Lica, o Aviador da família Figueiredo;  Joacy Pereira Lima e Romualdo Pereira Lima, filhos do Sr. Seu Leôncio do Bar; Heleno, da família Arruda; Ivanirton e Airton Garcia ( os irmão da Rua de Tras),  Lindenberg e Cleto, filhos do tenete Faraó;  Raimundo Alexandre (o Lambe-Lambe), Edmar e Eliomar, o Chinês os tres filhos do Sr. Clarindo, comerciante do mercado residente no Calçamento; Carlos Bandeira irmão da Lalá; Chico Victor, o Chico do Zé Lopes;  Fernando Simões; Joselí Vian, Pinheirinho e Leônidas. Deu enfase ao mais endiabrado: o Benbedito Mosquito, famoso pelo costume de explodir bombas rasgra lata com um sapo cururu em cima para subir às alturas. Dos menores Hugo citou  João Rodolfo Pinheiro; os irmãos Maninho e Bebeto, filhos do Mario Mendes;  Marcelo Victor, o cabeça de gato; Inácio, filho da Dona Lili; e os da da Rua Trás: Toinho e João Alberto, filhos da dona Puri, Zé de Deus, Luciano Santana e Aristóbulo. Estes pela condição de menor, eram expulsos do patamar da Igreja para dar lugar aos maiores que chegavam para brincar de RUBALÉ.
            Dos “lá de cima”, moradores das bandas da Rua Sete de Setembro, Rua Quinze, Avenida Proença, Praça da Matriz e seus arredores, o memorialista desenha nomes inequecíveis: Zé Helder, o Jacaré; os irmãos alves, Augusto, Luiz e Zezé;  os Furtados, João Batista, Ernani e Beni; o Rômulo, o Seu Romulo; José Ábner e o irmão Carlos Gomes; os outros Futados, Gil, Zoró, Múrcio e Marcio, José Olavo e Ernani Dantas, estes irmãos da Tetê do Aedo e da Maria do Carmo; Juarez e Eurico Arruda, os filhos mais novos do Sr. Raimundo Arruda.
           Dos bandalhos “lá de cima” o destaque ficou por conta do Luzardo Sampaio rapaz que dava muito trabalho a seu pai, Zé Sampaio do Bar, que castigava as traquinagens do filho com “surra” de cinturão.
            Como uma coisa é “mapiar à toa e outra é falar com tento” Aguía tirou da cartola as diabruras de duas figuras antológicas no cenário baturiteense de seu tempo:
         - O Miguelzinho Arruda, grande intérprete da música italiana e portuguesa, artista obrigatório dos programas promovidos pelas irradiadoras locais com a animação do Olavo Peixoto; e
          - Diderot Franco, que ao se embriagar desdizia da razão rasgando dinheiro. Numa dessas, atitude de doido confesso, uma vez quando rasgou várias cédulas de “um mil cruzeiros”, teve que ser internado pelo pai, intelectual e jurista Augusto Franco, num hospital psiquiátrico.

 
Obs: Conforme Luiz Alves (Luiz Castelo Branco dos Santos), era costume colocar apelidos nos colegas, e o Miguel Arruda, tinha o apelido de: Micanhanô cocopeco (cujo significado desconheço).  Marcus Castelo Branco.

Coisas do Além - Mário Mendes Junior


COISAS DO ALÉM
                        Mario Mendes Junior

            A interessante estória abaixo a tirei de um e-mail recebido do amigo conterrâneo João Alberto Figueiredo. Ela gira em torno dois tipos populares ainda contidos no inconsciente coletivo da urbe: o bodegueiro Zé Pinto e o Carpinteiro Zé Vicente.
            Zé Pinto morava pros lados da Igreja Matriz. No mercado público sua bodega ficava vizinha ao portão do lado da Rua 15 de Novembro, em frente à Padaria Portuguesa do Sr. Manoel Simões.  
            Zé Vicente residia na vila operária construída pelo Sr. Ananias Arruda, no Bairro do Labirinto. Tinha carpintaria no centro, na travessa lado sul da Igreja de Santa Luzia, vizinho ao Genésio, mecânico soldador, cuja oficina ficava na esquina com a Rua Senador João Cordeiro.
            No inicio da primeira metade do século passado apesar de figurar no rol dos 10 municípios mais progressistas do Brasil, naquele tempo, em Baturité, quando morria alguém do “povão” os atinentes restos mortais eram conduzidos para o cemitério em redes. Dos mais arranjados os corpos eram levados para o campo santo em caixão emprestado pelo Círculo Operário. Desta opção, sobrevinha ao defunto, o infortúnio de devolver o caixão. Deste a restituição harmonizaria o serviço para finado adjacente. 
            Para suprir o absurdo, notadamente quando da morte de quem a família pudesse lhe enterrar em caixão próprio, Zé Pinto encomendou à Zé Vicente para que lhe fornecesse seis caixões, tamanho adulto, verniz preto.   
            Ao receber a mercadoria agourenta, porém necessária, Zé Pinto, por escrúpulos, não se permitiu deixar nenhum caixão exposto. Preferiu estocá-los no forro da bodega.
            Terminado o intróito. Retornemos a estória do João Alberto:
            Certo dia, sua mãe pediu que ele fosse à bodega do seu Zé Pinto comprar açúcar. Deveria ter seus oito anos, aproximadamente. De pronto atendeu ao pedido, pois na oportunidade, com a caderneta de compras na mão, poderia comprar, também, alguns bombons já que não havia reclamação por isso.
            De calças curtas, alpercata de pneu comprada no Seu Leôncio, João Alberto chega à bodega do Zé Pinto, ambiente sempre escuro, mesmo com a claridade do dia. Com oito anos de idade, criança, mal podia alcançar, com o queixo, o balcão preto de sujo. Foi preciso esticar o pescoço para fazer o pedido. Primeiro o açúcar. Enquanto isso a boca já salivava para pedir os bombons… De repente, se arrepiou ao ouvir o barulho de coisa se arrastando no forro da bodega… Debaixo da penumbra do forro de pano mal cuidado, o arrepio aumentou quando escutou uma voz rouca a dizer:
            – Pode empurrar!
            Nessa altura quando João Alberto olhou de soslaio para cima viu um tremendo caixão preto, dos tais que todo menino morria de medo. Tentou sair rápido pela porta que dava para o lado de dentro do mercado… A mesma estava bloqueada com sacos… Correu então para a porta da rua onde exatamente, já em pé, se encontrava o caixão. Na santa inocência de criança: tinha certeza que lá dentro havia um defunto! O medo era tanto que sentia odor de cadáver… Desabou na carreira no rumo de casa. Nessa altura com os pés descalços… As alpercatas ficaram no primeiro impulso na carreira… Sem açúcar. Sem bombons. Sem caderneta. Sem nada… Com medo somente… Felizmente a porta do grande corredor da sua casa estava aberta quando chegou. Passou direto, foi parar no tanque dos altos, no final do quintal.
            Dona Puri, sua mãe, ao vê-lo correndo saiu junto com a empregada, às pressas, atrás do filho que não conseguia sequer puxar ar dos pulmões para chorar.
            – Pelo amor de Deus o que aconteceu, João Alberto! E cadê o açúcar e a caderneta? Perguntou-lhe a mãe.  
            – Eu vi, eu vi, e é verdade! Foram suas primeiras palavras.
            – Viu o que menino? O que foi que você viu? Perguntou Dona Puri jogando na cabeça do filho a água que não quis beber, porquanto ainda resfolegava.
            Quando a criança se acalmou, sua mãe já estava quase se aborrecendo, pois não via nada no filho. Nada no seu corpo que justificasse aquilo tudo…
            Então, já mais calmo, ele contou:
            – Mamãe, seu Zé Pinto guarda gente morta em cima da bodega!
            Na visão e no entender da criança o caixão tinha gente dentro, e se estava dentro do caixão, estava morto!  Isto se constituiu um rebuliço. Dona Puri não entendeu a história do filho porque, ela não sabia que Zé Pinto vendia caixões. Caixões que já tinha pronto escondido no sótão da bodega.
            Depois de tudo, mesmo convencido de que não havia ninguém dentro do caixão João Alberto nunca quis pisar na bodega do seu Zé Pinto! Ao andar por ali, passava pela calçada do outro lado.


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domingo, 11 de janeiro de 2015

Retorno - Renato Castelo Branco



O escritor Renato Castelo Branco nasceu na Parnaíba, litoral do Piauí, em 1914. Faleceu em 1995.

 
Retorno


Um dia voltarei a ser terra
e de meu seio brotarão
flores agrestes.

Um dia voltarei a ser húmus
e nutrirei velhas árvores
de rubros frutos.

Um dia voltarei a ser pó
e água
e seiva.
E viverei em rochas,
raízes vegetais,
vagas do oceano.

Um dia eu serei
o que já fui.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Castelo de Pirescoxe - Família Castelo Branco




Castelo de Pirescoxe


Castelo situado na Freguesia Santa Iria de Azoia, Conselho de Lourdes, Distrito de Lisboa. Pertenceu aos Viscondes de Castelo Branco, cujo antepassado Nuno Vasques de Castelo Branco instituíra este morgadio em 1442. Anselmo Braamcamp Freire ainda aí viu, no final do século XIX, o Brasão dos Castelo Branco. (Carlos de Azevedo, “Solares Portugueses”)


CASTELO BRANCO, Renato. Os Castelo Branco D' aquém e D'além Mar. São Paulo: LR Editores Ltda, 1980.