sábado, 24 de dezembro de 2016

FAMÍLIA GOMES DA SILVEIRA - Como foi a ocupação holandesa no Brasil?


O holandês Maurício de Nassau ajudou a modernizar Recife, mas foi forçado a voltar para a Europa em 1644
 
Por Tiago Cordeiro

access_time 13 jan 2014, 12h12 - Atualizado em 19 ago 2016, 16h42
 
ILUSTRAS Blackzebra

1. Antes mesmo de ocupar parte do Nordeste, os holandeses já atuavam na economia do Brasil. Com apoio de Portugal, eles haviam investido no maquinário de processamento da cana-de-açúcar e cuidavam de parte do refino. A parceria entre os países acabou em 1580, quando a Espanha aproveitou um vácuo de poder em Lisboa e incorporou o reino português (e suas colônias).

2. Os espanhóis romperam o acordo sobre a produção de açúcar, que rendia bons lucros aos holandeses. Isso azedou ainda mais a relação entre os dois povos, que já era ruim porque, em 1581, a Holanda, ex-colônia da Espanha, conseguiu sua independência. A invasão do Brasil em 1624 foi quase uma “revanche”, integrando uma série de conflitos entre as duas nações.

3. A primeira investida militar dos Países Baixos contra o Brasil foi em Salvador. Durou apenas um ano, entre maio de 1624 e maio de 1625. Em 14 de fevereiro de 1630, atracaram em outro local: Pau Amarelo, no litoral de Pernambuco. Passaram os sete anos seguintes enfrentando vários focos de resistência, até, enfim, dominarem um território que ia do Maranhão a Alagoas.

4. Em 1637, a Companhia das Índias Ocidentais (empresa holandesa que administrava rotas comerciais no mundo todo) enviou um representante para botar ordem na “Nova Holanda”, destruída pelos sete anos de conflito. Era Johan Maurits von Nassau-Siegen, ou Maurício de Nassau. Ele chegou com sua própria “agência de publicidade”, formada por 46 artistas, cronistas e naturalistas.

5. Até então, Olinda era a cidade mais importante do estado. Mas Nassau queria transformar Recife na “capital das Américas”. Investiu em uma grande reforma no atual bairro de Santo Antônio, rebatizado como Mauritsstad. A vila caótica, onde as pessoas jogavam fezes na rua, virou uma cidade urbanizada, com novas ruas, praças, jardins, canais e a primeira ponte da América Latina.

6. Para os padrões da época, a Nova Holanda era bastante tolerante com outras religiões. Muitos judeus fugidos da Europa se instalaram em Recife, onde inauguraram a primeira sinagoga das Américas (na atual Rua do Bom Jesus). Pastores da Igreja Cristã Reformada ergueram 22 templos, tentaram traduzir a Bíblia para o tupi e até enviaram seis índios para aprender a nova fé na Europa.

7. A Companhia das Índias trouxe à região funcionários de várias partes do mundo. E o porto de Recife começou a bombar com a exportação de açúcar e com a chegada de navios negreiros (cuja carga era repassada para todo o Nordeste, Caribe e Virgínia, nos EUA). Logo, a cidade se tornou um centro cosmopolita, com alguns dos bordéis mais agitados do mundo.

8. Nassau se tornou bem-quisto na região – mas era cada vez menos popular na Holanda. Seu salário era alto, sua equipe era muito grande e suas obras eram caras. Para piorar, ele não era rigoroso com os senhores de engenho na hora de cobrar os empréstimos feitos pelo governo. Acusado de improbidade administrativa, foi forçado a voltar para a Europa em 1644.

9. Quando Nassau foi embora, Portugal já havia se separado da Espanha. Mas demorou para enviar soldados para retomar o Nordeste. A região só foi reintegrada ao Brasil após esforços dos próprios habitantes locais, revoltados com a nova política de cobrança de dívidas instituída pela Holanda. Mesmo mal armados e em menor número, conseguiram expulsar os invasores, em janeiro de 1654.

E se eles tivessem ficado no Brasil?
No lugar de parte do Nordeste haveria outro país: a Nova Holanda
Se a invasão tivesse dado certo, hoje o Brasil faria fronteira com a Nova Holanda. Recife seria conhecida como Mauritsstad, Natal como Nieuw-Amsterdam e João Pessoa como Frederikstad. Teriam uma típica arquitetura holandesa, com bom uso de canais e transporte por água. As universidades e os centros de pesquisa teriam se desenvolvido antes que as do resto do Brasil. Mas nada indica que esse país hipotético seria mais rico que o Nordeste atual. Basta ver o caso do Suriname e da Indonésia, colonizados pela Holanda e pouco desenvolvidos.

FONTES Livros O Brasil e os Holandeses, de Evaldo Cabral de Mello (org.), Guerra, Açúcar e Religião no Brasil dos Holandeses, de Adriana Lopez, Brasil Holandês: História, Memória e Patrimônio Compartilhado, de Hugo Coelho Vieira, Nara Neves Pires Galvão e Leonardo Dantas Silva
CONSULTORIA Marcos Galindo, historiador e professor da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

FAMÍLIA CASTELO BRANCO - Naturalidade do Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco



Naturalidade do Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco, o patriarca dos Castelo Branco no Ceará

 Matias Pereira Castelo Branco

     O enigma da naturalidade de Matias Pereira Castelo Branco resolvido com a colaboração do seu descendente Tenente - Coronel Rommel Diógenes Castello Branco e do bragantino Engº António José Dias Pereira Mendes.
Matias é natural da Freguesia de Nossa Senhora das Graças de Fragosela, Concelho e Distrito de Viseu. Nos termos cearenses, somente Freguesia de Nossa Senhora das Graças, Bispado de Viseu, o que mesmo assim permitiu documentar a sua naturalidade e termos de casamentos de seus pais e de batismos de seus irmãos.

Termo de casamento dos pais de Matias Pereira Castelo Branco.

“Em os vinte e cinco dias do mês de novembro de 1679 anos, nesta Igreja de Nossa Senhora das Graças das Fragozellas, Fragosela, se receberam por palavras de presente em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, na forma do Concílio Tridentino e Constituição deste Bispado, Antônio Pereira Queiroz Castelo Branco, (batizado a 07.05.1654), filho de Antônio Cardoso e de Cristina Pereira Castelo Branco, (casados a 05.09. 1649,) moradores que foram no lugar Tibaldinho, Freguesia de São Vicente de Alcafache, (Concelho de Mangualde, Viseu,) e Dona Isabel de Castelo Branco e Tábora (Távora, batizada a 04.01.1644), filha que ficou de O.?. Pedro Ferrão, Geraldo Ferrão e de Dona Margarida Rebello de Loureiro, moradores que foram no lugar de Prime, foram testemunhas Tomás da Silva e Antônio João deste lugar de Prime, e por verdade fiz este termo que assinei, o Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

Termos de batismos de irmãos de Matias Pereira Castelo Branco.

 “Em os doze dias do mês de fevereiro de 1681 anos, batizei a Mariana, filha de Antônio Pereira e de sua mulher Dona Isabel de Castelo Branco, (do lugar) de Prime, e foram padrinhos o Reverendo Cônego Pedro de Mesquita, da cidade de Viseu, e Dona Ana de Castelo Branco tia da batizada, e por verdade fiz este termo que assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

 Em os quatro de março de 1683 anos, batizei a Antônio, filho de Antônio Pereira de Queiroz Castelo Branco e de sua mulher Dona Isabel, do lugar de Prime; foram padrinhos Manoel de Azevedo, da cidade de Viseu, e Dona Maria Castelo Branco tia do batizado, do lugar de Prime, e por verdade assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

 “Em os dois dias do mês de maio de 1686 anos, batizai a Michaela, filha de Antônio Pereira e de sua mulher  Dona Isabel, do lugar de Prime, e foram padrinhos, Manoel de Almeida, da cidade de Viseu, e batizou o Padre Jorge de Vasconcelos da dita cidade, de que fiz este termo e assinei O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

Filhos por Antônio Cardoso e Cristina Pereira Castelo Branco.

Christa, Cristina, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher (Christa) Cristina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Padre Manoel Cardoso, tio, a 30 de maio de 1650, de que foram padrinhos Diogo Borges, tio, e Catarina Francisca do dito lugar, era ut supra. O Abade Sebastião Pinto.

Arcângela, filha de filha de Antônio Cardoso e de Christina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Reverendo Abade a 16 de maio de 1652, e foram padrinhos João Cardoso de Abrantes e  morador em Viseu, e sua irmã  Madalena, era ut supra O Abade Bartolomeu Coelho Rosado.”

Antônio, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher Cristina Pereira, moradores em Tibaldinho, batizou o Padre Antônio Marinho de minha licença, a 07 de maio de 1654, e foram padrinhos, eu o Abade Bartolomeu Coelho Rosado e Dona Maria da Silva todos desta Freguesia de São Vicente (de Alcafache), era ut supra o Abade Bartolomeu Coelho Rosado.”

Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1672/1747. familysearch.org. 27,30,36,57.
Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1638/1675. familysearch.org. 12,15.
Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Vicente de Alcafache, Mangualde, Viseu. 1631/1688. familysearch.org. 31,34,38. 

familiascearenses.com.br
Francisco Augusto de Araújo Lima