A ÁRVORE
Ao contemplá-la, triste emurchecida,
Os galhos nus, de flores despojados
Sem a seiva que outrora tanta vida
Lhe trazia em renovos delicados;
Ao vê-la assim tão só, tão esquecida,
Tendo gozado dias tão folgados,
Ao som dos passarinhos namorados,
Que nela achavam sombra apeticida.
Ai! Sem querer encontro semelhanças
Entre meus sonhos e minhas esperanças
E a mirrada árvore dolente.
Ela perdeu as folhas verdejantes
Bem como eu as ilusões fragrantes
Que outrora me embalavam docemente
Francisca Clotilde, Almanack do Ceará, 1897
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