TERMO EM COMO SE LEVANTOU O PELOURINHO
Aos 14 dias do mez de Abril do dito anno de 1764 na praça publica e termo della, onde foi o dito doutor e ou¬vidor geral e corregedor desta comarca Victorino Soa¬res Barbosa, commigo escrivão do seu cargo, pelas tres horas da tarde do mesmo dia, estando ahi todos os mo¬radores da terra e de fóra, logo no meio da dita praça e centro d'ella, depois de repetidas todas as ordens dc Sua Magestade Fidelissima, que acima estão copiadas, immediatamente mandou o dito minístro levantar o pe¬lourinho que no dito lugar estava feito e posto no em que havia de ficar, e em claras e intelligiveis vozes aclamou esta dita villa, dizendo as seguintes que o porteiro do seu juízo João Pinheiro proferio também: Real, Real ! Viva o nosso augusto soberano fidelissimo rei o Sr. D. José I de Portugal, que mandou crear esta villa, cujas vozes repetio o mesmo povo e circunstantes d’elle, como fieis vassallos, em reconhecimento do que receberam pela mercê da sua creação, e logo o mesmo ministro a denominou por Villa Real de Monte-Mór o novo da America, declarando que o seu orago ficava sendo a Mãe Santíssima a Senhora da Palma da sua própria freguesia e que o padroeiro da dita freguesia era o Senhor S. João Nepomuceno, e que a ambos deviam por tal reconhecer e festejar, pedindo-lhe o augmento d'el1a, e também determinou que junto ao dito pelourinho se fariam todas as arrematações, que houvessem e mais actos que se devessem cele¬brar em publico; e para constar todo o referido man¬dou fazer este termo que assignou com o dito porteiro e mais pessoas da nobreza e povo que sabiam escrever. E eu Elias Paes de Mendonça, escrivão nomeado para esta diligencia o escrevi,—Barbosa,—O padre Theodosio de Araújo e Abreu,— Ingacio Moreira Barros,— João Rodrigues de Freitas,— Francisco Simões Tinôco, Thomas Pinheiro de Mello,—Francisco Teixeira de Ma¬galhães e Almeida, —Francisco Barbosa de Souza,— José dos Santos e Silva,—Amaro Rodrigues Moreira, —Cipriano Ferreira Vieira.
Francisco Augusto Nunes Pinheiro