sábado, 24 de dezembro de 2016

FAMÍLIA GOMES DA SILVEIRA - Como foi a ocupação holandesa no Brasil?


O holandês Maurício de Nassau ajudou a modernizar Recife, mas foi forçado a voltar para a Europa em 1644
 
Por Tiago Cordeiro

access_time 13 jan 2014, 12h12 - Atualizado em 19 ago 2016, 16h42
 
ILUSTRAS Blackzebra

1. Antes mesmo de ocupar parte do Nordeste, os holandeses já atuavam na economia do Brasil. Com apoio de Portugal, eles haviam investido no maquinário de processamento da cana-de-açúcar e cuidavam de parte do refino. A parceria entre os países acabou em 1580, quando a Espanha aproveitou um vácuo de poder em Lisboa e incorporou o reino português (e suas colônias).

2. Os espanhóis romperam o acordo sobre a produção de açúcar, que rendia bons lucros aos holandeses. Isso azedou ainda mais a relação entre os dois povos, que já era ruim porque, em 1581, a Holanda, ex-colônia da Espanha, conseguiu sua independência. A invasão do Brasil em 1624 foi quase uma “revanche”, integrando uma série de conflitos entre as duas nações.

3. A primeira investida militar dos Países Baixos contra o Brasil foi em Salvador. Durou apenas um ano, entre maio de 1624 e maio de 1625. Em 14 de fevereiro de 1630, atracaram em outro local: Pau Amarelo, no litoral de Pernambuco. Passaram os sete anos seguintes enfrentando vários focos de resistência, até, enfim, dominarem um território que ia do Maranhão a Alagoas.

4. Em 1637, a Companhia das Índias Ocidentais (empresa holandesa que administrava rotas comerciais no mundo todo) enviou um representante para botar ordem na “Nova Holanda”, destruída pelos sete anos de conflito. Era Johan Maurits von Nassau-Siegen, ou Maurício de Nassau. Ele chegou com sua própria “agência de publicidade”, formada por 46 artistas, cronistas e naturalistas.

5. Até então, Olinda era a cidade mais importante do estado. Mas Nassau queria transformar Recife na “capital das Américas”. Investiu em uma grande reforma no atual bairro de Santo Antônio, rebatizado como Mauritsstad. A vila caótica, onde as pessoas jogavam fezes na rua, virou uma cidade urbanizada, com novas ruas, praças, jardins, canais e a primeira ponte da América Latina.

6. Para os padrões da época, a Nova Holanda era bastante tolerante com outras religiões. Muitos judeus fugidos da Europa se instalaram em Recife, onde inauguraram a primeira sinagoga das Américas (na atual Rua do Bom Jesus). Pastores da Igreja Cristã Reformada ergueram 22 templos, tentaram traduzir a Bíblia para o tupi e até enviaram seis índios para aprender a nova fé na Europa.

7. A Companhia das Índias trouxe à região funcionários de várias partes do mundo. E o porto de Recife começou a bombar com a exportação de açúcar e com a chegada de navios negreiros (cuja carga era repassada para todo o Nordeste, Caribe e Virgínia, nos EUA). Logo, a cidade se tornou um centro cosmopolita, com alguns dos bordéis mais agitados do mundo.

8. Nassau se tornou bem-quisto na região – mas era cada vez menos popular na Holanda. Seu salário era alto, sua equipe era muito grande e suas obras eram caras. Para piorar, ele não era rigoroso com os senhores de engenho na hora de cobrar os empréstimos feitos pelo governo. Acusado de improbidade administrativa, foi forçado a voltar para a Europa em 1644.

9. Quando Nassau foi embora, Portugal já havia se separado da Espanha. Mas demorou para enviar soldados para retomar o Nordeste. A região só foi reintegrada ao Brasil após esforços dos próprios habitantes locais, revoltados com a nova política de cobrança de dívidas instituída pela Holanda. Mesmo mal armados e em menor número, conseguiram expulsar os invasores, em janeiro de 1654.

E se eles tivessem ficado no Brasil?
No lugar de parte do Nordeste haveria outro país: a Nova Holanda
Se a invasão tivesse dado certo, hoje o Brasil faria fronteira com a Nova Holanda. Recife seria conhecida como Mauritsstad, Natal como Nieuw-Amsterdam e João Pessoa como Frederikstad. Teriam uma típica arquitetura holandesa, com bom uso de canais e transporte por água. As universidades e os centros de pesquisa teriam se desenvolvido antes que as do resto do Brasil. Mas nada indica que esse país hipotético seria mais rico que o Nordeste atual. Basta ver o caso do Suriname e da Indonésia, colonizados pela Holanda e pouco desenvolvidos.

FONTES Livros O Brasil e os Holandeses, de Evaldo Cabral de Mello (org.), Guerra, Açúcar e Religião no Brasil dos Holandeses, de Adriana Lopez, Brasil Holandês: História, Memória e Patrimônio Compartilhado, de Hugo Coelho Vieira, Nara Neves Pires Galvão e Leonardo Dantas Silva
CONSULTORIA Marcos Galindo, historiador e professor da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

FAMÍLIA CASTELO BRANCO - Naturalidade do Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco



Naturalidade do Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco, o patriarca dos Castelo Branco no Ceará

 Matias Pereira Castelo Branco

     O enigma da naturalidade de Matias Pereira Castelo Branco resolvido com a colaboração do seu descendente Tenente - Coronel Rommel Diógenes Castello Branco e do bragantino Engº António José Dias Pereira Mendes.
Matias é natural da Freguesia de Nossa Senhora das Graças de Fragosela, Concelho e Distrito de Viseu. Nos termos cearenses, somente Freguesia de Nossa Senhora das Graças, Bispado de Viseu, o que mesmo assim permitiu documentar a sua naturalidade e termos de casamentos de seus pais e de batismos de seus irmãos.

Termo de casamento dos pais de Matias Pereira Castelo Branco.

“Em os vinte e cinco dias do mês de novembro de 1679 anos, nesta Igreja de Nossa Senhora das Graças das Fragozellas, Fragosela, se receberam por palavras de presente em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, na forma do Concílio Tridentino e Constituição deste Bispado, Antônio Pereira Queiroz Castelo Branco, (batizado a 07.05.1654), filho de Antônio Cardoso e de Cristina Pereira Castelo Branco, (casados a 05.09. 1649,) moradores que foram no lugar Tibaldinho, Freguesia de São Vicente de Alcafache, (Concelho de Mangualde, Viseu,) e Dona Isabel de Castelo Branco e Tábora (Távora, batizada a 04.01.1644), filha que ficou de O.?. Pedro Ferrão, Geraldo Ferrão e de Dona Margarida Rebello de Loureiro, moradores que foram no lugar de Prime, foram testemunhas Tomás da Silva e Antônio João deste lugar de Prime, e por verdade fiz este termo que assinei, o Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

Termos de batismos de irmãos de Matias Pereira Castelo Branco.

 “Em os doze dias do mês de fevereiro de 1681 anos, batizei a Mariana, filha de Antônio Pereira e de sua mulher Dona Isabel de Castelo Branco, (do lugar) de Prime, e foram padrinhos o Reverendo Cônego Pedro de Mesquita, da cidade de Viseu, e Dona Ana de Castelo Branco tia da batizada, e por verdade fiz este termo que assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

 Em os quatro de março de 1683 anos, batizei a Antônio, filho de Antônio Pereira de Queiroz Castelo Branco e de sua mulher Dona Isabel, do lugar de Prime; foram padrinhos Manoel de Azevedo, da cidade de Viseu, e Dona Maria Castelo Branco tia do batizado, do lugar de Prime, e por verdade assinei, O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

 “Em os dois dias do mês de maio de 1686 anos, batizai a Michaela, filha de Antônio Pereira e de sua mulher  Dona Isabel, do lugar de Prime, e foram padrinhos, Manoel de Almeida, da cidade de Viseu, e batizou o Padre Jorge de Vasconcelos da dita cidade, de que fiz este termo e assinei O Padre Cura Francisco Nunes Teixeira.”

Filhos por Antônio Cardoso e Cristina Pereira Castelo Branco.

Christa, Cristina, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher (Christa) Cristina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Padre Manoel Cardoso, tio, a 30 de maio de 1650, de que foram padrinhos Diogo Borges, tio, e Catarina Francisca do dito lugar, era ut supra. O Abade Sebastião Pinto.

Arcângela, filha de filha de Antônio Cardoso e de Christina Pereira, do Tibaldinho, batizou o Reverendo Abade a 16 de maio de 1652, e foram padrinhos João Cardoso de Abrantes e  morador em Viseu, e sua irmã  Madalena, era ut supra O Abade Bartolomeu Coelho Rosado.”

Antônio, filha de Antônio Cardoso e de sua mulher Cristina Pereira, moradores em Tibaldinho, batizou o Padre Antônio Marinho de minha licença, a 07 de maio de 1654, e foram padrinhos, eu o Abade Bartolomeu Coelho Rosado e Dona Maria da Silva todos desta Freguesia de São Vicente (de Alcafache), era ut supra o Abade Bartolomeu Coelho Rosado.”

Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1672/1747. familysearch.org. 27,30,36,57.
Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, N. Senhora das Graças, Fragosela, Viseu. 1638/1675. familysearch.org. 12,15.
Cf. Livro de Batismos, Matrimônios e Óbitos, São Vicente de Alcafache, Mangualde, Viseu. 1631/1688. familysearch.org. 31,34,38. 

familiascearenses.com.br
Francisco Augusto de Araújo Lima  

domingo, 23 de outubro de 2016

JOÃO GOMES DA SILVEIRA

O QUE NOS MARCA


Há joças mais ou menos, e esquecemos;
só coisas más agridem, nos perseguem;
as boas, tão fugazes, não nas vemos.

Amores, muitas vezes complicados,
como paixões, são fatos que nos seguem
– resistem pelos tempos estocados.

Marcam saudades dramas que nos picam.

Porque, no fundo, amores é que ficam.

Fort., 22/10/2016.  
http://www.recantodasletras.com.br/indrisos/5799528


SONETILHO DAS PAIXÕES  FINGIDAS [584]

 As coisas bem demarcadas,

 embora vindas do avesso,
 postas já em bom começo,
 costumam ser preservadas.


Sem lhes faltar um apreço,
 as nossas paixões seladas
 irão sempre ser guardadas
 dos corações no endereço.


Porém as coisas sem nexo,
 de contradições cingidas,
 tornam o simples complexo.


Também supostos amores,
 assim as paixões fingidas,
 tudo o mais dá dissabores.


Fort., 25/06/2015.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

FRANCISCO DA ROCHA VICTOR

 Francisco da Rocha Victor - Nina Viana

Grande pesar pelo falecimento do Desembargador Exmo. FRANCISCO DA ROCHA VICTOR, ocorrido no dia 28 de setembro de 2016.
Relato da vida do Exmo. Des. FRANCISCO DA ROCHA VICTOR, filho de MIGUEL VICTOR FILHO E ALTAIR DA ROCHA VICTOR, ambos falecidos. Era casado com ENEDINA AGUIAR VICTOR. Deixou esposa, filhas: TAMIA, MARCIA, PRISCILA, netos, irmão FLÁVIO, sobrinhos e genros.
Muito jovem e mercê de seus merecimentos na ira de Desembargador em 22.09.1994, dando-se a posse em 13.10 do mesmo ano. Quarenta e dois (42) anos a magistratura do Estado do á, dos quais 11 anos dedicadfos como Juiz em várias comarcas do interior do Ceará. Foi escolhido como Vice-presidente do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ e Diretor do FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA. Desempenhou com integridade as funções que exerceu no biênio 2003 a 2005. Entre as principais realizações de sua gestão como Diretor do FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA, implantação do Juizo Auxiliar na 3ª Unidade de Juizado Especial Cível e Criminal na Faculdade Farias Brito, e implentaão da 12ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal na Faculdade Integrada do Ceará (FIC) do cursinho pré-vestibular gratuito para os servidores. Aquisição de 300 computadores para as Secretarias das Varas da Comarca de Fortaleza. Contratação para 140 estagiários de Direito.
No dia 23 de dezembro de 2004, Francisco da Rocha Victor foi eleito por aclamação dos 22 Desembargadores do Pleno, PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ para o biênio 2005/2007, assumindo o cargo em 1º de fevereiro de 2005, ocupando a mais alta posição na Corte DA Justiça do Ceará. Implantou a criação da 4ª Vara Cível do Tribunal, passando assim o TRIBUNAL DE JUSTIÇA a contar com um total de 27 Desembargadores. Instituiu plantão judiciário do 2º Grau. Reformou vários Fórum do interior, da Capital e dos Juizados Especiais. Moderniou o parque tecnológico do Judiciário cearense. Realizou o Concurso Público para provimento de 25 cargos de Juízes Substitutos. Inaugurou o Fórum de Baturité, sua terra natal, Maracanaú, Chorozinho e a Unidade do Juizado Especial localiado na Universidade do Cariri(URCA). Os julgamento de processos cresceram. Na parte tecnológica da informação foi ampliada para 530 novos micro-computadores. Ocupou também vários altos cargos no TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ.
Momento de grande relevância na vida do Desembargador ocorreu no dia 28 de maio de 2006 quando por imposição constitucional, devido a viagem do Governador Dr. LÚCIO DE ALCANTARA a Roma, assumindo por um período de 28 de maio a 28 de junho de 2006, o Governo do Estado do Ceará.
Criou a Vara em sua gestão de DEFESA DA MULHER CONTRA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR, ambas integradas do FÓRUM CLÓVIS BEVILÁQUA.
Sua Excia. era íntegro, honesto, humano, justo, amigo, autêntica capacidade que muito ajudou a desenvolver a Justiça do Estado do Ceará.
Dados coletados por: NINA MOREIRA VIANA (02/10/2016).

Obs: Nasceu em Baturité-Ceará em 08 de novembro de 1936.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

FAMÍLIA PEIXOTO DE ALENCAR

José Olavo PEIXOTO DE ALENCAR - Nina Viana

Faleceu no dia 26.09.2016, o filho ilustre de Baturité, DR. JOSÉ OLAVO PEIXOTO DE ALENCAR.
Ele queria muito bem a sua terra natal, sempre vinha a Baturité. Faleceu com 89 anos de idade, completava 90 anos em dezembro próximo. Era uma pessoa alegre, brincalhão, amigo, comunicativo, ajudava as pessoas necessitadas, sempre fazendo o bem.

DR. JOSÉ OLAVO PEIXOTO DE ALENCAR, era Advogado, formado em Administração Pública e de Empresa, em Ciências Contábeis e Atuariais. Foi  Ssuperintendente do IAPAS. Delegado do Trabalho, Jornalista, Radialista, Fundador da RÁDIO IRACEMA, Locutor da Rádio Uirapurú, Rádio Assunção e Rádio Dragão do Mar, na qual tinha um slogan em seu programa: " QUANDO PEIXOTO DE ALENCAR FALA O CEARÁ ESCUTA," e foi também Deputado Estadual.

O grande intelectual DR. OLAVO PEIXOTO DE ALENCAR, marcou História em sua vida, em Baturité e no Ceará. Era casado com uma bonita Baturiteense, Gláucia Carvalho Furtado, deixou dois filhos: DR.Olavo Peixoto Filho, Formado em Direito e Anizia Carvalho Peixoto.
 NINA VIANA.

FAMÍLIA CASTELLO BRANCO - Venâncio Pereira Castello Branco




Olá Clã dos Castellos Brancos, sou José Castello (José Espedito Castello Branco), nascido em Guará (Região de Ribeirão Preto) Estado de São Paulo, filho de Manoel Castello Branco e Raimunda Martins Castello. Ele de Baturité e Ela de Mulungu, Ceará, Neto de Venâncio Castello Branco e Bisneto de Venâncio Pereira Castello Branco. O meu Avô Paterno contraiu duas nupcias, com a primeira Esposa, Maria José Castello Branco, nasceram os Filhos, Judith Castello Branco, Manoel Castello Branco ( meu Pai) Carmélia Castello Branco, Maria Amélia Castello Branco, Waldemar Castello Branco e José Demóstenes Castello Branco e com a segunda Esposa, Francisca de Oliveira Castello Branco (Chiquinha), nasceram os seguintes Filhos, Walquiria Castello Branco Carmuça, Joana Castello Branco de Oliveira (Joaninha), Noemi Castello Branco, Venâncio Castello Branco Filho, Geraldo Castello Branco, José Castello Branco e Manoel Gomes Castello Branco. Meu Avô Venâncio Castello Branco, viveu e criou a sua Família nos sítios Correntes e Santa Clara situados na Serra de Baturité, que até hoje pertence a Família. A minha Irmã Carmem Castello Branco Martins reside e vive em Baturité e completará no dia 15 de Novembro 90 anos de idade, a quem deixo os meus cumprimentos e peço o carinho dos Amigos e Familiares conhecidos e residentes próximos e finalmente deixo o meu abraço fraterno.

sábado, 23 de julho de 2016

A FAMÍLIA CASTELLO BRANCO - SITIO SÃO LUIZ



“A família Castello Branco não foi das primeiras a chegar em Baturité, mas ali já se encontrava no começo do século XIX. Veio de Quixeramobim, onde estava instalada com fazendas de gado. O Patriarca do Clã foi o português Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco, natural de Viseu. Vindo solteiro para o Brasil e aqui chegando nos anos trinta do século XVIII. Casou-se na Ribeira do Jaguaribe com Emerenciana Barbalho, descendente dos Correia – Vieiras, gente das mais abonadas da região. O casal fixou-se nas terras da família que eram muitas, abrangendo fazendas e currais nas margens do Sitiá e do Quixeramobim. Desse casamento nasceram treze filhos que por casamento se entrelaçaram com muitas outras famílias de criadores da mesma região. Os Pimenta de Aguiar, Saraiva Leão e Leitão foram os que mais constituíram união com os Castelo Branco.” Texto do Dr. Vinicius Barros Leal Publicado no Jornal “A Verdade” nº 3.017 de 1991


O Tenente Coronel MATHIAS PEREIRA CASTELLO BRANCO, nascido em Viseu, Portugal, Freguesia de Nossa Senhora das Graças, por volta de 1710. Veio para o Ceará onde recebeu uma sesmaria na Barra do Sitiá, Fazenda Joazeiro de Cima, na Ribeira do Banabuiú. Casou-se por volta de 1733, com Dona EMERENCIANA CORREIA DE SOUZA BARBALHO (filha do português Capitão Pascoal Correia Vieira e de Ponciana de Souza Barbalho), nascida em 1715 e batizada em 15/02/1715, na Igreja de São João do Jaguaribe, Freguesia de Russas. Foram seus padrinhos o Sargento-Mor Luiz da Silva e sua avó materna Vitória Leonor dos Montes.

Em 1824, Manuel Felipe Pereira Castello Branco introduziu a cultura do CAFÉ na Serra de Baturité, com sementes trazidas do Pará e plantadas no Sítio Bagaço, atual Sítio Correntes, de sua propriedade, às margens do Riacho Cruz, em Mulungú.

MANUEL FELIPE PEREIRA CASTELLO BRANCO, neto do português Mathias Pereira Castelo Branco, casou-se em Monte Mor, o Novo da América (antigo nome de Baturité), com ISABEL GOMES DA SILVEIRA, também conhecida como Isabel Maria de Nazaré, nascida em 1798 (filha de Manoel Nogueira de Queiroz e de Isabel Gomes da Silveira. Manoel Nogueira de Queiroz era neto de Antonio Duarte de Queiroz e dona Izabel Cavalcante Vasconcelos de Queiroz, herdeiros do Engenho Jacaré, em Pernambuco. Era filho de Bertholeza Cavalcante de Queiroz e Vitoriano Nogueira de Queiroz. (ver mais aqui)

Manuel Felipe e Isabel tiveram onze filhos, entre eles, Pedro José Pereira Castello Branco, nascido em 1818. Herdeiro do grande prestígio e poder, legados tanto pelo seu avô paterno como pelo próprio pai, o Tenente Coronel Pedro José Pereira Castello Branco, foi quem mais influência exerceu em Baturité e, comprovadamente, foi o maior chefe político de Baturité no século passado. Ocupou por quatro vezes o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Baturité, sendo seu último mandato encerrado a 26/04/1877, data em que faleceu como deputado Provincial, aos 58 anos de idade, em Fortaleza.

No Livro de Ata da Câmara Municipal de Baturité, no registro da sessão do dia 26/04/1877, lê-se o seguinte: “... sobre a mesa existiam diversos requerimentos sobre variadas matérias mais ou menos importantes, que foram adiadas pela justa razão de haver constatado a esta Câmara ter falecido na cidade de Fortaleza o Presidente desta Municipalidade Tenente Coronel Pedro José Pereira de Castello Branco, ficando encerrados os trabalhos da Câmara por tempo de 8 dias em sinal de pesar por proposta do Sr. Presidente da Câmara Clementino de Holanda.”

O seu falecimento foi assim noticiado pelo Jornal O BATURITÉ de 28/04/1877: “FALECIMENTO - Sucumbiu a uma afecção do coração, na Capital da Província, onde seguira a procura de lenitivo ao mal que sofria o Tenente-Coronel Pedro José Castello Branco, membro proeminente da Família Castello Branco e Chefe de uma das facções do Partido Conservador nesta Localidade. O Tenente-Coronel Pedro Castello, filho legítimo do Coronel Manoel Felipe Castello Branco, nasceu em 1818. Casou-se com sua prima D. Thereza Antônia Castello Branco em 1842, e desde então residiu nos Inhamuns ate 1853, quando se mudou para Baturité, tendo exercido no Tahuá o Cargo de Delegado de Policia, prestando serviços relevantes, pelos quais o Governo Imperial condecorou-o. Eleito Presidente da Câmara deste Município, em 1856, foi reeleito em diversos quadriênios e ainda no atual ocupava o lugar. O finado foi também eleito Deputado Provincial em mais de uma Legislatura, e exerceu outros Cargos de nomeação do Governo. À sua família os nossos pêsames.”

O Tenente Coronel Pedro José Pereira Castello Branco casou-se em 1842 com sua prima D. Teresa Antônia Feitosa Castelo Branco, em São José dos Inhamuns (Tauá), terra de seu sogro, onde passou a residir. Como Delegado e Comandante da Polícia, manteve uma conduta de austeridade, energia e dureza, chegando mesmo a praticar excessos, o que lhe valeu o apelido de “Pedro Cru”. Sofrendo, então, tremenda perseguição por parte de familiares de sua esposa, os Feitosas, em 1853 voltou para Baturité onde fixou residência, sendo eleito Presidente da Câmara, cargo que ocupava quando a Vila foi elevada à categoria de cidade.

Deste casal descendem muitos baturiteenses de projeção. Foram seus genros os comerciantes João Correia Lima (casado com Anna Augusta Castelo Branco), Balduíno José de Oliveira, Porfírio Gurgel do Amaral, Francisco Bezerra de Menezes Soares, o professor Manuel Egídio da Costa Nogueira. São seus descendentes os Taumaturgos, Pinheiros, Falcões, Severiano Maciel, Paiva e Silva, Soares Arruda, Mattos Brito e tantos outros. O ministro Waldemar Falcão, o advogado Lauro Maciel, Érico Paiva, o Coronel Mário Ramos, os irmãos Luiz e Carlos Soares Arruda, todos descendentes de Pedro José Castelo Branco, e de sua mulher, Dona Theresa Antônia Feitosa Castelo Branco.

Outro filho de Manuel Felipe Pereira Castelo Branco que muito se destacou na história de Baturité foi o Coronel JOÃO PEREIRA CASTELLO BRANCO, nascido em Baturité em 1822. Casou-se com MARIA DE OLIVEIRA CASTELLO BRANCO e tiveram dez filhos. João Pereira Castelo Branco foi quem terminou a construção da casa do Sítio São Luís (iniciada por seu pai que mandou vir de Recife arquitetos holandeses responsáveis pelo projeto dessa obra que levou em torno de vinte anos até ser concluída).

O SÍTIO SÃO LUÍS, em Pacoti, foi uma das mais ricas propriedades da Serra de Baturité, onde João Pereira Castello Branco residiu com a família por muitos anos até o seu falecimento em Baturité em 01/11/1900.