sábado, 23 de julho de 2016

A FAMÍLIA CASTELLO BRANCO - SITIO SÃO LUIZ



“A família Castello Branco não foi das primeiras a chegar em Baturité, mas ali já se encontrava no começo do século XIX. Veio de Quixeramobim, onde estava instalada com fazendas de gado. O Patriarca do Clã foi o português Tenente Coronel Mathias Pereira Castelo Branco, natural de Viseu. Vindo solteiro para o Brasil e aqui chegando nos anos trinta do século XVIII. Casou-se na Ribeira do Jaguaribe com Emerenciana Barbalho, descendente dos Correia – Vieiras, gente das mais abonadas da região. O casal fixou-se nas terras da família que eram muitas, abrangendo fazendas e currais nas margens do Sitiá e do Quixeramobim. Desse casamento nasceram treze filhos que por casamento se entrelaçaram com muitas outras famílias de criadores da mesma região. Os Pimenta de Aguiar, Saraiva Leão e Leitão foram os que mais constituíram união com os Castelo Branco.” Texto do Dr. Vinicius Barros Leal Publicado no Jornal “A Verdade” nº 3.017 de 1991


O Tenente Coronel MATHIAS PEREIRA CASTELLO BRANCO, nascido em Viseu, Portugal, Freguesia de Nossa Senhora das Graças, por volta de 1710. Veio para o Ceará onde recebeu uma sesmaria na Barra do Sitiá, Fazenda Joazeiro de Cima, na Ribeira do Banabuiú. Casou-se por volta de 1733, com Dona EMERENCIANA CORREIA DE SOUZA BARBALHO (filha do português Capitão Pascoal Correia Vieira e de Ponciana de Souza Barbalho), nascida em 1715 e batizada em 15/02/1715, na Igreja de São João do Jaguaribe, Freguesia de Russas. Foram seus padrinhos o Sargento-Mor Luiz da Silva e sua avó materna Vitória Leonor dos Montes.

Em 1824, Manuel Felipe Pereira Castello Branco introduziu a cultura do CAFÉ na Serra de Baturité, com sementes trazidas do Pará e plantadas no Sítio Bagaço, atual Sítio Correntes, de sua propriedade, às margens do Riacho Cruz, em Mulungú.

MANUEL FELIPE PEREIRA CASTELLO BRANCO, neto do português Mathias Pereira Castelo Branco, casou-se em Monte Mor, o Novo da América (antigo nome de Baturité), com ISABEL GOMES DA SILVEIRA, também conhecida como Isabel Maria de Nazaré, nascida em 1798 (filha de Manoel Nogueira de Queiroz e de Isabel Gomes da Silveira. Manoel Nogueira de Queiroz era neto de Antonio Duarte de Queiroz e dona Izabel Cavalcante Vasconcelos de Queiroz, herdeiros do Engenho Jacaré, em Pernambuco. Era filho de Bertholeza Cavalcante de Queiroz e Vitoriano Nogueira de Queiroz. (ver mais aqui)

Manuel Felipe e Isabel tiveram onze filhos, entre eles, Pedro José Pereira Castello Branco, nascido em 1818. Herdeiro do grande prestígio e poder, legados tanto pelo seu avô paterno como pelo próprio pai, o Tenente Coronel Pedro José Pereira Castello Branco, foi quem mais influência exerceu em Baturité e, comprovadamente, foi o maior chefe político de Baturité no século passado. Ocupou por quatro vezes o cargo de Presidente da Câmara Municipal de Baturité, sendo seu último mandato encerrado a 26/04/1877, data em que faleceu como deputado Provincial, aos 58 anos de idade, em Fortaleza.

No Livro de Ata da Câmara Municipal de Baturité, no registro da sessão do dia 26/04/1877, lê-se o seguinte: “... sobre a mesa existiam diversos requerimentos sobre variadas matérias mais ou menos importantes, que foram adiadas pela justa razão de haver constatado a esta Câmara ter falecido na cidade de Fortaleza o Presidente desta Municipalidade Tenente Coronel Pedro José Pereira de Castello Branco, ficando encerrados os trabalhos da Câmara por tempo de 8 dias em sinal de pesar por proposta do Sr. Presidente da Câmara Clementino de Holanda.”

O seu falecimento foi assim noticiado pelo Jornal O BATURITÉ de 28/04/1877: “FALECIMENTO - Sucumbiu a uma afecção do coração, na Capital da Província, onde seguira a procura de lenitivo ao mal que sofria o Tenente-Coronel Pedro José Castello Branco, membro proeminente da Família Castello Branco e Chefe de uma das facções do Partido Conservador nesta Localidade. O Tenente-Coronel Pedro Castello, filho legítimo do Coronel Manoel Felipe Castello Branco, nasceu em 1818. Casou-se com sua prima D. Thereza Antônia Castello Branco em 1842, e desde então residiu nos Inhamuns ate 1853, quando se mudou para Baturité, tendo exercido no Tahuá o Cargo de Delegado de Policia, prestando serviços relevantes, pelos quais o Governo Imperial condecorou-o. Eleito Presidente da Câmara deste Município, em 1856, foi reeleito em diversos quadriênios e ainda no atual ocupava o lugar. O finado foi também eleito Deputado Provincial em mais de uma Legislatura, e exerceu outros Cargos de nomeação do Governo. À sua família os nossos pêsames.”

O Tenente Coronel Pedro José Pereira Castello Branco casou-se em 1842 com sua prima D. Teresa Antônia Feitosa Castelo Branco, em São José dos Inhamuns (Tauá), terra de seu sogro, onde passou a residir. Como Delegado e Comandante da Polícia, manteve uma conduta de austeridade, energia e dureza, chegando mesmo a praticar excessos, o que lhe valeu o apelido de “Pedro Cru”. Sofrendo, então, tremenda perseguição por parte de familiares de sua esposa, os Feitosas, em 1853 voltou para Baturité onde fixou residência, sendo eleito Presidente da Câmara, cargo que ocupava quando a Vila foi elevada à categoria de cidade.

Deste casal descendem muitos baturiteenses de projeção. Foram seus genros os comerciantes João Correia Lima (casado com Anna Augusta Castelo Branco), Balduíno José de Oliveira, Porfírio Gurgel do Amaral, Francisco Bezerra de Menezes Soares, o professor Manuel Egídio da Costa Nogueira. São seus descendentes os Taumaturgos, Pinheiros, Falcões, Severiano Maciel, Paiva e Silva, Soares Arruda, Mattos Brito e tantos outros. O ministro Waldemar Falcão, o advogado Lauro Maciel, Érico Paiva, o Coronel Mário Ramos, os irmãos Luiz e Carlos Soares Arruda, todos descendentes de Pedro José Castelo Branco, e de sua mulher, Dona Theresa Antônia Feitosa Castelo Branco.

Outro filho de Manuel Felipe Pereira Castelo Branco que muito se destacou na história de Baturité foi o Coronel JOÃO PEREIRA CASTELLO BRANCO, nascido em Baturité em 1822. Casou-se com MARIA DE OLIVEIRA CASTELLO BRANCO e tiveram dez filhos. João Pereira Castelo Branco foi quem terminou a construção da casa do Sítio São Luís (iniciada por seu pai que mandou vir de Recife arquitetos holandeses responsáveis pelo projeto dessa obra que levou em torno de vinte anos até ser concluída).

O SÍTIO SÃO LUÍS, em Pacoti, foi uma das mais ricas propriedades da Serra de Baturité, onde João Pereira Castello Branco residiu com a família por muitos anos até o seu falecimento em Baturité em 01/11/1900.

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