Família Castelo Branco
As primeiras famílias das Margens do Rio Jaguaribe, Ceará, eram de origem Lusa, vinda via Recife ou Salvador, através das antigas trilhas indígenas que cortavam o sertão nordestino.
Fundaram fazendas de criação extensiva de gado bovino, as margens do Rio Jaguaribe, no início do século XVIII.
O Tenente Coronel Mathias Pereira Castello Branco, nascido em Viseu Portugal, freguesia de Nossa Senhora das Graças, por volta de 1710, foi um desses pioneiros.
A família “Castelo Branco” surgiu em Portugal na Idade Média, deles se dizendo que “nos campos d’Ourique Cartéis Brancos se chamavam àqueles que, sob a flâmula de Afonso Henriques, o sangue derramaram pela terra portuguesa”. Soldados valentes que eram, os Cartéis Brancos traziam nos escudos o “rompante lyão dourado” da nobreza. Eram os Paio Soares, os Vascos Pais, os Sueiro Eannes, os primeiros “Castelo Branco”.
“D. João Ribeiro Gaio, Bispo de Malaca, na sua ´Heraldologia Métrica`, dedica esta quintilha aos Castelo Branco:
“Dos que nos campos valentes
d’Ourique sacrificaram
seu sangue onde alcançaram
fama, mays seus descendentes
Casteis Brancos se chamaram.”
Esta é a mais antiga referência encontrada sobre os Castelo Branco e nos transporta à famosa batalha de Ourique, em que D. Afonso Henriques derrotou os muçulmanos a 25 de julho de 1139. A esta época Portugal ainda não existia como país e o Condado Portucalense, que se limitava entre o Douro e o Minho, era vassalo do Rei de Leão. (”Os Castelo Branco D’aquem e D’além Mar”, pág 5, Renato Castelo Branco, Ed. L.R. Editores Ltda.)
Mathias recebeu uma sesmaria na Barra do Sitiá, Fazenda Joazeiro de Cima, na Ribeira do Banabuiú. Casou-se com D. Emereciana Correa de Souza Barbalho, filha de Pascoal Correia Vieira e Ponciana de Souza Barbalho, nascida em 1715, batizada a 15/02/1715, na Igreja de São João do Jaguaribe, Freguesia de Russas, sendo seus padrinhos o Sargento Mór Luiz da Silva e Leonor dos Montes, com a qual teve 13 filhos.
Em fevereiro de 1734, aos 24 anos, nasceu seu primeiro filho em solo cearense, Manoel Pereira Castello Branco, batizado na Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Barra do Sitiá, Banabuiú, construída por volta de 1719, pelo pai de D. Emereciana, Pascoal Correia Vieira. Ainda vivia em 25/09/1788, quando testemunhou o casamento de seu neto Manoel Gonçalves Aguiar com Silvana Maria Leitão, tinha então aproximadamente 78 anos.
Seus descendentes diretos agregaram-se a diversas outras famílias, também pioneiras no desbravar e vencer os obstáculos no inicio do século XVIII, entre os quais destacamos os Silveira (Gomes da Silveira), que desbravaram sertões e iniciaram o povoamento da Serra de Baturité, por Acarape (Redenção), e os Corrêa Lima, vindos do sertão central do Ceará.
Exerceu decidida influência na vida civil e militar nos seus dias, deixando uma descendência que dignifica a História do Ceará e do Brasil.
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