sexta-feira, 13 de agosto de 2021

HISTÓRICO DE BATURITÉ PEDRO CATÃO REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA'

BATURITÉ (SUBSIDIO GEOGRÁFICO, HISTÓRICO E ESTATÍSTICO) PEDRO CATÃO Geografia política e estatística Cidade do Ceará, situada a 80 quilômetros, mais ou menos, em linha reta ao Sudoeste de Fortaleza,, capital do Estado, com a qual é ligada por duas rodovias, duas linhas telegraficas e 103 quil. da Estrada de Ferro de seu nome, da rede de Viação Cearense, com a extensão, em trafego, de 599 quil., 109 na linha-tronco (de Fortaleza ao Crato), TK.,246 no ramal de Maranguape, 33K.,220 no ramal de Cariús, 42k./750 no ramal de Orós, 57K.,500 no ramal de Itapipoca, e 121K,.69 no ramal Ceará-Paraíba, somando 860.,894. Localizada na vertente oriental da Serra de seu nome, é Baturité circundada por dois ribeiros, Aracoiaba ao Nordeste e Putiú ao Sudoeste, sendo sua posição astronômica, segundo José Pompeu, 4°,21' de latitude sul, e 4 ,30' de longitude oriental do meridiano do Rio de Janeiro. Sua altitude sobre o nivel do mar varia de: 123 m. local da Estação do Putiú 150 " " " Avenida Dr. Carneiro 165 " " do Manumento da Independência 145 " " da Ponte do Labirinto. Corre a cidade na direção de Noroeste a Sudeste, no comprimento de 2400 metros sobre 400 de largura, mais ou menos. Suas ruas, pouco alinhadas e em grande parte estreitas, são niveladas em forma de abaulamento, sendo as principais empedradas, notando-se entre estas uma espécie de viaduto térreo (Avenida João Cordeiro) terminado por uma ponte de cimento armado sobre o Putiú, para o arrabalde do mesmo nome, onde está assente a estação da Estrada de ferro. Ligada a cidade por uma ferro-carril Decauville em 1891, a empresa teve de baquear, pelo motivo de ser o declive da rampa existente só trafegavel a tração mecânica, e não a força animal como foi tentado. Atualmente se faz aquele trafego a automóvel e auto-onibus. Além deste bairro (Putiú), do de Santos Dumont (antigo da Boa Vista), Lajes e Alto da Cadeia (Gustavo Sampaio e Desembargador Estelita), no qual estão encravados o Cemitério e a Cadeia pública, tem a cidade 4 Avenidas-Dr. Epitacio Pessoa (antiga Labirinto), 2 de Novembro (para o Cemitério), Proença e João Cordeiro; 7 Praças—Matriz, Coronel Manuel Dutra, Dr. Cordolino, Senador Pompeu, Dr. Amaro Cavalcante, Santa Luzia e Dr. Francisco Sá (Estação da Estrade de ferro); 11 ruas (sem falar no bairro Putiú e nos outros) — 12 de Outubro (antiga da Lagoa), 26 de Agosto (antiga da Palha), Barão de Studart, S. José, 13 de Maio,25 de Março (atrás da 24 de Fevereiro), 24 de Fevereiro, 1o. de Março, 15 de Novembro, 7 de Setembro e 16 de Novembro; 7 Travessas —19 de Junho (antiga Cajueiro), 14 de Abril, 9 de Janeiro, 9 de Agosto, 2 de Fevereiro, 10 de Outubro e 16 de Maio (antigo Beco das Lajes). Além das rodovias para Fortaleza, a que já nos referimos, sendo uma por cima da Serra, passando pela viia de Pacoti, povoações de Guaramiranga, Pernainbuquinho e Palmeira e ligando-se com as povoações de Mulungu e Santos Dumont (antigo Coité), sôbr» a Serra; e outra partindo de Putiú e passando por Aracoiaba, Canafistula e Acarape, onde se entronca com a de Fortaleza, existe mais outra para a cidade de Quixadá, passando pelas povoa- çoes de Açudinho, Riachão ou Capistrano de Abreu, ltaúna e Cangatí e outra para a povoação de Candeia e uma estrada para Santos Dumont, passando pelas povoações de Bananeiras e Pindoba. Estas últimas ressentem-se ainda de obras darte e outros melhoramentos, que só a primeira possue, em parte. As avenidas, praças, ruas e travessas lembram, como se vê, datas e fatos da História Pátria, do Estado e do Município, e nomes de compatricios ilustrês de serviços aos mesmos. E a cidade abastecida dágua potável e iluminada a luz elétrica por Empresa particular, sob concessão de privilegio municipal. Conta sete templos católicos com a invocação de N. Senhora da Palma (Matriz), N. Senhora do Rosario, Santa Luzia, Cristo, o Redentor (Putiú) e capelas de S. Miguel Arcanjo (no Cemitério), Coração de Jesus (na Escola Apostólica), e N. Senhora Auxiliadora, no colégio Salesiano Domingos Savio. Existe também um templo do culto Presbiteriano. Seus principais edifícios e logradouros publi- cos são: Casa da Câmara Municipal e Fórum, pre- dio vasto, elegante e assobradado; Grupo Escolar, vasto prédio ajardinado; Cadeia, Cemitério de S. Miguel, Mercado de gêneros, Talhos de carne, Posto Sanitário, Jardim Dr. Carneiro, Dito 25 de Março, Monumento á Independência, Loja maçonica «Deus e Baturité», Matadouro de ferro em Putiú, Cinema Baturité, Círculo operário S José, Associação Comercial, onde funciona também o Sindicato agrícola, Banco Comercial agrícola de Baturité, Banco rural de Baturité, prédio do Correio e Telégrafo, e Estação da Estrada de ferro e suas dependências. Tem um Grupo Escolar; Escola Apostólica, em vasto prédio assobradado sobre a colina do Olho dagua, dirigida pelos Jesuítas; Colégio Domingos Savio, dirigido pelos Salesianos; Coiegio Maria Auxiliadora, dirigido pelas Salesianas; dois externatos partículares, escolas paroquiais Vicentinas. escola do Círculo de operários S. José, escolos reunidas na povuação de Riachão, e escolas isoladas no bairro Putiú e nas povoações de Itaúna, Cangatí, Candeia e Pesqueiro, e rurais ou municipais em Açudinho, Riachão do Panta, Bananeiras e Mondego. É sede da comarca de 2a. entrancia da sua denominação, constituída hoje do termo de Baturité e dos de Aracoiaba, Pacotí e Redenção. Comarca que ocupa o segundo lugar no Estado em população, rendas públicas e movimento forense e escolar. Sua Polícia é é exercida por um Delegado de Polícia regional, auxiliado por outros dos termos, um Escrivão e subdelegados nos distritos, e Inspetores nos quarteirões. Seu serviço postal é feito por uma Agencia de 3.a classe na cidade e agencias de 3.a classe no Putiú e de 4». nas povoações de Açudinho, Riachão, Itaúna e Cangatí. A sua população, como a de toda comarca, é na sua quasi totalidade católica e, afora os templos que já mencionámos, tem a freguesia as seguintes capelas: Candeia, Riachão do Panta, Bananeiras, Riachão, Mamoré ou Tronco, Carqueja, Itaúna, Itãs e Cangatí, e cinco oratórios ad instar do público. A igreja Matriz, começada em 1764 e terminada já no século passado, teve notável e bela remodelação devida aos esforços do pároco, Mons. Manuel Cândido dos Santos, de veneranda memória, grandemente auxiliado por Ananias Arruda. Tem 100 palmos de largura sobre 212 de comprimento, 2 naves, 7 altares, e comporta aproximadamente 3.000 pessoas. Tem um relógio público e 3 sinos e é iluminada a luz elétrica. Existem 6 conferências Vicentinas, 1 no Riachão, 2 associações de devoção e obra pia paroquial e vocações sacerdotais, 2 Congregações Marianas, Terceiros Franciscanos, Filhos de Maria e Santa Teresinha. Círculo operário S. José e Doutrina Cristã. População 1890 1900 1920 Mun. de Baturité 18.672 44.024 24.436 Não conhecemos a nossa cota local no censo de 1872, onde o Ceará atestou 721.689 almas; 241 escolas primarias com 6.740 alunos. A comarca atual perdeu o termo de Canindé, estando reduzida a 77.094 hab. O dist. da cidade, no censo de 1890, acusou 11.011 hab. e Putiú 1.399, sendo 5.974 homens e 6.436 mulheres, e 7 826 analfabetos. Neste censo o mun. atestou: 9.068 masc. e 9.604 fem., sendo 15.738 analfabetos. No de 1920 a Cidade atestou 1.437 fogos com 7.159 hab. e Putiú 382 fogos com 2.046 hab. Todo o mun. registrou 4.000 fogos. Guaramiranga e Pacotí, em 1900, com 12.152 e 10.020, respectivamente, eram distritos de Baturité, e hoje, com Mulungu e Santos Dumont, fazem o municipio de Pacotí. Dos 1.099 mun., afora as capitais, apurados no censo de 1.900, ocupámos o 36.o logar, e, com relação á população setentrional exclusiva do país, a nossa colocação elevava-se ao 10.° lugar. A pop. fem. era de 22.393 e a masc. de 21.631.

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