Tenente Luis Gomes da Silveira
Nascido em Mamanguape (antigo Monte Mor), Paraíba, em 1730, faleceu em Monte Mor, (Baturité) em 1780, filho do Capitão João Gomes da Silveira e de Isabel Barbalho de Vasconcelos. Vindo para o Ceará, viveu no Vale do Jaguaribe.
Casou-se na Freguesia de Icó, em 1755, com D. Maria Vidal de Mendonça, nascida em 1735, em Jaguaribe, falecida na localidade de Candéia, Monte Mor (Baturité), Ceará, em 1766, filha de Francisco Barbosa de Mendonça e de Maria José Soveral, com a qual teve sete filhos, dentre estes Isabel Gomes da Silveira.
Conquistou, por herança e compra, vastas glebas à margem do fértil vale do Candéia e na zona sertaneja adjacente.
Viúvo, anos após, contraiu núpcias com Rosa Maria de Vasconcelos (Ana Bonifácia de Vasconcelos), filha do Capitão Manoel de Souza Abreu e de Ana Maria de Vasconcelos, pertencentes a conceituadas famílias pernambucanas, com qem teve mais sete filhos, dentre estes: o Capitão Antonio Gomes da Silveira; Brásia Maria de Nazaré e Luis Gomes da Silveira.
O Capitão Antonio Gomes da Silveira tornou-se pai de Maria Sant’Ana da Silveira, (décima segunda neta de Luis Gomes da Silveira) que, casou-se com Camilo Henrique da Silveira Borges Távora, tendo com ele vários filhos entre os quais João Franklin da Silveira Távora.
Em 1847, apesar de todas as vantagens que a terra oferecia aos homens, Camilo Henrique da Silveira Borges Távora, já alcunhado de “o Indígena”, abandonou o Candéia, levando consigo inicialmente para Fortaleza, Ceará e depois para Recife, Pernambuco, sua esposa, Maria Sant’Ana da Silveira, e os filhos, entre estes João Franklin da Silveira Távora, que tinha então cinco anos, que passou a morar com seu tio Felizardo da Silveira Borges Távora.
A fisionomia da Vila de Monte Mor, o Novo da América, nos primeiros anos da década de 1840, já não se parecia em nada com a antiga povoação do século anterior. As aldeias dos indios haviam perdido os ares de um lugar inóspito, abandonado nas encostas da serra de Baturité, e começaram a surgir algumas edificações, onde o melhor exemplo ainda eram as casas construídas no Candéia por Luis Gomes da Silveira e outros que também acreditavam no progresso da região.
Desde o lançamento solene da base de fundação da Vila em 1764 à década de 1850, as mudanças foram importantíssimas. Há noticias de que pelos inventários estudados, que compreenderam os realizados num espaço de 40 anos, a começar por um datado de 1771, dos bens deixados pelo falecimento de D. Maria Vidal de Mendonça (1766), primeira esposa de Luis Gomes da Silveira, conforme registros trinta proprietários eram possuidores de fazendas de criar, vinte e oito tinham “sítios de plantas” e que oito ou nove, tinham propriedades de ambas as categorias.
Pelo primeiro inventário, nota-se o Status elevado da Família. Fora oferecido à coleção, bens móveis e imóveis no valor de 940$000 (novecentos e quarenta mil réis), quantia bem elevada para a época, quando um boi de açougue custava três patacas. Eram terras, no Candéia, Cangati, Quixeramobim e na Paraíba.
O segundo inventário do casal fundador, 14 anos mais tarde, por morte do patriarca, verifica-se a decadência da fortuna familiar. Agora, apenas 256$000 (duzentos e cinqüenta e seis mil réis) era o quanto alcançava, a “seca dos três sete” se encarregou de reduzir a escravaria, os animais, liquidara o ouro, a prata e até mesmo os objetos domésticos.
Aos Gomes da Silveira, restavam as terras do Candéia onde a família continuava, protegida de maiores adversidades pela fácil recuperação do solo fecundo e ubérrimo, pela amenidade do clima e salubridade das águas e alimentos’. (Franklin Távora. Dimensão Nacional de um Regionalista – Vinicius Barros Leal).
Uma característica importante de Baturité foi à ausência de um rigoroso regime de trabalho escravo. Ao se prepararem os livros de lavra de cartas de alforria da Vila de Baturité, constata-se que, com relativa freqüência os senhores proprietários de escravos os libertavam, inclusive nas décadas de 1850 e 1860. Assim procederam, os Silveiras do Candéia de Baturité.
Há, curiosamente, entre na Família Silveira, havia preferência pelo nome João, o Luis Gomes da Silveira, chegou a ter cinco escravos com o nome de João, e vários de seus descendentes também foram batizados com este nome.
Numa das secas que castigaram o Ceará, diante da escassez dos meios para a sobrevivência da família, Luis Gomes da Silveira, vendeu seus escravos, ficando sem esse tipo de mão de obra.
Mais tarde, principalmente seu filho, o Capitão Antonio Gomes da Silveira, seguindo seu exemplo, foi o primeiro a expedir cartas de alforria para alguns escravos de sua propriedade.
No ano de 1856, o então Presidente da Província do Ceará, Francisco Inácio Homem de Melo, ao passar pelas terras serranas de Baturité, escreveu em suas memórias:
“Atravessei diversas fazendas, muitas delas importantes. Não havia ali escravo. Homens bravos, bem conformados, sadios, mostrando em seus movimentos a dignidade de um ente livre, apareciam-me por toda a parte, executando, com desembaraço e alegria, os diferentes trabalhos da Lavoura”.
E acrescenta:
“Estas terras rateadas com tanto cuidado, brotando do seu seio os tesouros da abastança, não recolheram uma lágrima, nem ainda o sangue do escravo as tornou para sempre estéreis”. (Francisco Inácio Homem de Melo, Tricentenário da vinda dos primeiros portugueses ao Ceará (1603-1903) Fortaleza Ceará).
(Franklin Távora e o seu Tempo, por João Aguiar, páginas 26 e 27).(História Baturité, época colonial – Vinicius Barros Leal – Sec. Cultura e Desporto, 1981)
9 comentários:
Marcos, ótima sua pesquisa e fico bastante satisfeito por conhecer detalhes até agora desconhecidos da familia Silveira a qual tenho a honra de fazer parte.
Wanderley
Marcos, este trabalho de pesquisa da família Silveira é muito importante para todos que fazem parte desta Família. Fiquei muito feliz em saber um pouco da nossa origem e agradecido por esta obra de arte que você criou. Parabens...
Vandeglaucio
horiMarcus, sou neta de Elisa Silveira da Serra de Baturité, casada com Antonio Duarte Franco (meu avô) de Redenção do Ceará, você sabe se é a mesma família? Se for me conte um pouco; pois nem conhecí a minha avó. Agradeço Odete Duarte Franco de São Paulo
Marcus se voê puder mandar por email algumas informações da familia silveira da serra de baturité para mim agradeço muito: minha avó Elisa Silveira e Franco pelo casamento com Antonio Duarte Franco,este, de Redenção do Ceara,Acredito que a idade dela hoje seria de +ou- 125 anos, pois não tenho nenhuma informação nem nunca tive a respeito da familia Silveira, aguardo Odete Duarte Franco
Marcus, Sou Rose de Aracoiaba e estamos concluindo um livro que Dr. Salomão deixou iniciado sobre: "Aracoiaba, História em Retalhos", em que constam também as histórias de familias, contadas pelos integrantes das mesmas.
*Solicitaria sua permissão para incluir em nosso livro, sua matéria sobre LUIZ GOMES DA SILVEIRA. Meu email é rosemarysantanamatos@hotmail.com
Aguardo sua permissão, abraço Rose
Meu bisavô Luiz António da Silveira veio de baturité por volta de 1880 estabeleceu-se em Santarém do Pará
Onde construiu família e deixou descendentes como eu Levi de sousa
levicanario@gmail.com
Meus ancestrais na Paraíba, região de Sousa, Cajazeiras, Vale do Rio do Peixe, Lastro, Santa Cruz e São Francisco, vieram também de Mamanguape. Sou Silveira e Soares.
Junior Denes da Silveira
Sou Silveira e bisneto de João Soares da Silveira também vindo de Mamanguape
de onde saíram os Gomes Silveira que se estabeleceram no Ceará. Os meus Silveira, saídos também de Mamanguape e se estabeleceram no alto sertão paraibano, região do Vale do Rio do Peixe.
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