Quem
teve o prazer de ler os comentários do Hugo Pinheiro, na certa tirou do
esquecimento personalidades, jovens do universo urbano dos bairros, “lá
de baixo” e “lá de cima”, de Baturité. O ponto de encontro de
todos era a Praça Santa Luzia. Dalí, entre 1945 e 1951 fruto
nasceram as melhores bricadeiras nascidas da criatividade mesma das duas
turmas.
Pesquisador percuciente Hugo Pinheiro, em primeiro lugar rende homenagem
à sua curriola “lá de baixo”. Primiro os moradores da própria Praça
Santa Luzia. Seus amigos: Gilson Viana Martins (o Quirrite); Francisco
Rocha Victor (o Neném); os irmãos Rainá e Souzinha (filhos do Sr.
Napoleão e Dona Raimundinha); José Alfredo Pinheiro, o Mandioca o irmão
dele ; João Viana, (o João Caravana); Paulo Rocha, filho do seu
Rocha; Luiz, o Loló da Dona Lica, o Aviador da família Figueiredo;
Joacy Pereira Lima e Romualdo Pereira Lima, filhos do Sr. Seu Leôncio do
Bar; Heleno, da família Arruda; Ivanirton e Airton Garcia ( os irmão da
Rua de Tras), Lindenberg e Cleto, filhos do tenete Faraó; Raimundo
Alexandre (o Lambe-Lambe), Edmar e Eliomar, o Chinês os tres filhos do
Sr. Clarindo, comerciante do mercado residente no Calçamento; Carlos
Bandeira irmão da Lalá; Chico Victor, o Chico do Zé Lopes; Fernando
Simões; Joselí Vian, Pinheirinho e Leônidas. Deu enfase ao mais
endiabrado: o Benbedito Mosquito, famoso pelo costume de explodir bombas
rasgra lata com um sapo cururu em cima para subir às alturas. Dos
menores Hugo citou João Rodolfo Pinheiro; os irmãos Maninho e Bebeto,
filhos do Mario Mendes; Marcelo Victor, o cabeça de gato; Inácio, filho
da Dona Lili; e os da da Rua Trás: Toinho e João Alberto, filhos da
dona Puri, Zé de Deus, Luciano Santana e Aristóbulo. Estes pela condição
de menor, eram expulsos do patamar da Igreja para dar lugar aos maiores
que chegavam para brincar de RUBALÉ.
Dos “lá
de cima”, moradores das bandas da Rua Sete de Setembro, Rua Quinze,
Avenida Proença, Praça da Matriz e seus arredores, o
memorialista desenha nomes inequecíveis: Zé Helder, o Jacaré; os irmãos
alves, Augusto, Luiz e Zezé; os Furtados, João Batista, Ernani e
Beni; o Rômulo, o Seu Romulo; José Ábner e o irmão Carlos Gomes; os
outros Futados, Gil, Zoró, Múrcio e Marcio, José Olavo e Ernani Dantas,
estes irmãos da Tetê do Aedo e da Maria do Carmo; Juarez e Eurico
Arruda, os filhos mais novos do Sr. Raimundo Arruda.
Dos
bandalhos “lá de cima” o destaque ficou por conta do Luzardo Sampaio
rapaz que dava muito trabalho a seu pai, Zé Sampaio do Bar, que
castigava as traquinagens do filho com “surra” de cinturão.
Como uma
coisa é “mapiar à toa e outra é falar com tento” Aguía tirou da cartola
as diabruras de duas figuras antológicas no cenário baturiteense de seu
tempo:
- O
Miguelzinho Arruda, grande intérprete da música italiana e portuguesa,
artista obrigatório dos programas promovidos pelas irradiadoras locais
com a animação do Olavo Peixoto; e
- Diderot
Franco, que ao se embriagar desdizia da razão rasgando dinheiro. Numa
dessas, atitude de doido confesso, uma vez quando rasgou várias cédulas
de “um mil cruzeiros”, teve que ser internado pelo pai, intelectual e
jurista Augusto Franco, num hospital psiquiátrico.