sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Baturité - Secas, Enchentes e Escravos (Serra do Evaristo)

É impossivel que a origem dos que moram na Serra do Evaristo tenha sido um quilombo. Inicialmente a serra chamava-se Castelo, devido pertencer a uma rica familia da região. Também sua localização testemunha contra ao que estão a afirmar, é facilmente vista pelas regiões circunvizinhas e não tem e nem tinha abundância de alimentos e especialmente água.

Pesquisas históricas também mostram esta impossibilidade, senão vejamos:

1775 - Grande Inverno.
1776 - Grande Inverno.

1777 - Seca.
1778 - Seca. - Em consequencia reduziu-se a oitava parte o gado da Capitania.

1782 - Grande Inverno, causou muitos prejuízos.

1789 - Grande Inverno.

1790 - Seca.
1791 - Seca.
1792 - Seca.
1793 - Seca. - Houve peste de varíola. Indios morreram ou fugiram para o interior do Piaui e ou Maranhão.
                       Matou quase todo o gado do sertão.

1797 - Grande Inverno, calamitoso fez perder todas as lavouras.

1804 - Seca.

1805 - Grande Inverno, grandes danos a agricultura.

1809 - Seca.
1810 - Seca.

1817 - Seca.

1819 - Grande Inverno.

1825 - Seca. Fome e peste fizeram a população emigrar em proporções espantosas. Forçaram-na também  ao roubo e ao assassinato.

1826 - Grande Inverno.

1828 - Seca.

1832 - Grande Inverno.

1837 - Seca.

1842 - Grande Inverno.

1845 - Seca. O Governo e as Provincias vizinhas enviaram algum socorro, os quais chegaram um pouco tarde.

1877 - Seca. – Novamente, o flagelo atingiu o sertão. A pecuária foi severamente atingida, Segundo Thomaz Pompeu, no Ceará o gado ficou reduzido a 1/8. Fazendeiros que recolhiam 1.000 bezerros não ficaram com 20 nos anos seguintes.
                        Os efeitos da seca, fome, cólera, febre amarela, varíola e devido ao desequilíbrio ecológico: praga de cascáveis.
                        A miséria reinante e o alto preço do café no sul do Império, exagerou o valor dos escravos e produziram espantosa exportação deles.

1878 - Seca. - A Igreja de Santa Luzia de Baturité foi inaugurada em 07/09/1879. Sua construção foi iniciada na grande seca de 1877/1878 pelo Governo Imperial como obra de assistência aos flagelados.
                       O Prédio da Prefeitura Municipal de Baturité, teve sua construção iniciada em 1878, como obra de assistência aos flagelados. Assim como também o prédio da Cadeia Pública.
                       Milhares de cearenses acabaram forçados a emigrar para o Amazonas. Só de janeiro a junho de 1878, pelos portos de Fortaleza e Aracati, cerca de 35.000 deixaram a Província, a maioria para a Amazônia. O próprio Governo estimulava a emigração ao distribuir as rações dos flagelados e pagando passagens.
                       Em Baturité, a população dobrou com a chegada de flagelados de todas a resgiões da Provincia. Infelimente devido a fome e as doenças, pelo menos a metade morreu. Era comum naqueles dias, encontrar homens bancos e escravos mortos pela fome na porta do cemitério. Ainda assim a Câmara foi acusada de não só se desinteressar dos problemas dos flagelados – chegando a demitir o médico que cuidava dos pobres, como também de aumentar os salários dos seus funcionários.
                       Morreram no Ceará cerca de 200.000 de 1877 a 1880.

1879 – Seca.

1880 - Seca.

25/03/1883 - Abolição dos Escravos em Baturité.

1888 - Seca - O Governo Imperial constrói a estrada Baturité a Conceição (Guaramiranga), usando a mão de obra dos flagelados da seca.

1898 a 1900 – Seca.

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcos, Parabéns pelo blog!
Qual a fonte destas datas sobre secas? Abraço. Levi