AS CURRIOLAS
29 de dezembro de 2011
Quem teve o prazer de ler os comentários do Hugo Pinheiro, remédio valoroso para a memória de qualquer um, na certa se deliciou de ver lembrado tantas personalidades, então juvenis, do universo urbano, “lá de baixo” e “lá de cima”, de Baturité, sempre reunidos na Praça Santa a valorizar a criatividade mesma das brincadeiras, próprias dali, nos anos entre 1945 e 1951.
Pesquisador percuciente Hugo Pinheiro, em primeiro lugar rende homenagem à sua turma representada pelos “lá de baixo”, moradores da própria Praça Santa Luzia da Praça Santa e adjacências, a saber: Gilson Viana Martins (o Quirrite), ao Francisco Rocha Victor (o Neném); aos irmãos Rainá e Souzinha (filhos do Sr. Napoleão e Dona Raimundinha); José Alfredo Pinheiro, o Mandioca, Hugo Pinheiro (ele próprio, o Aguía) estes dois, irmãos de numerosa família; ao João Viana, (o João Caravana); ao Paulo Rocha; ao Luiz (o Loló da Dona Lica), ao Leônidas, ao Figueiredo, o “Aviador”; aos Joacy Pereira Lima e Romualdo Pereira Lima (filhos do Sr. Leôncio do Bar); ao Heleno, da família Arruda; aos irmãos Ivanirton e Airton Garcia, da Rua de Trás; Lindenberg e Cleto (filhos do capitão Faraó); aos irmãos Edmar, Eliomar (o Chinês) e Raimundo Alexandre (o Lambe-Lambe), estes três, filhos do Sr. Clarindo, comerciante do mercado residente no Calçamento (assim era chamada a Avenida Dom Bosco); Carlos Bandeira irmão da Lalá; Chico Victor (o Chico do Zé Lopes), Fernando Simões, Joselí Viana e Pinheirinho. Da peraltice destaca o famoso Benedito Mosquito pelo costume que tinha, nos tempos de São João, de estourar bombas debaixo de latas. À mania perigosa, Benedito, ainda, acrescentava o toque de maldade. Ao acender o pavio com fósforo, estando o rojão a explodir, além da lata que, rapidamente, colocava em cima da bomba, além disso, ele deitava, em cima da lata, um sapo cururu para, mediante o estouro, vê-lo subir com lata e tudo.
Dos menores “lá de baixo” – João Rodolfo Pinheiro; os irmãos, Mário Mendes Júnior (o Maninho), Pedro Alberto Mendes (o Bebeto); Marcelo Victor (Cabeça de Gato); Inácio (da Dona Lili Viana); Toinho, João Alberto, Zé de Deus, Luciano Santana, Aristóbulo, estes da Rua de Trás; por serem da raia miúdas todos eram simplesmente expulsos do patamar da igreja quando os maiores chegavam para brincar de RUBALÉ.
Da turma “lá de cima”, moradores das bandas da Rua Sete de Setembro, Rua Quinze, Avenida Proença, Praça da Matriz e seus arredores, memorialista, Hugo Pinheiro desenha o nome daqueles que não podia esquecer, dos amigos Zé Helder (o Jacaré);; dos irmãos Augusto, Luiz e Zezé Alves; dos, outros irmãos, João Batista, Bení e Ernani Furtado; Rômulo Barsi; José Ábner e seu irmão Carlos de Castro; os também, manos, Gil, Zoró e Múrcio Furtado; do José Olavo e Ernani Leal Dantas, os dois, irmãos da Tetê do Aedo e Maria do Carmo; do Juarez e Eurico Arruda, os irmão mais novos da numerosa família do Sr. Raimundo Arruda.
Dos bandalhos “lá de cima” o destaque ficou por conta do Luzardo Sampaio rapaz que dava muito trabalho a seu pai (o legendário dono do bar José Sampaio) que castigava as traquinagens do filho com boa “surra” de cinturão. Como uma coisa é “mapiar à toa e outra é falar com tento” Aguía tirou da cartola das diabruras duas figuras antológicas no cenário baturiteense de seu tempo: – O Miguelzinho Arruda, grande intérprete da música italiana e portuguesa, artista obrigatório dos programas promovidos pelas irradiadoras locais com a animação do Olavo Peixoto; e – Diderot Franco, que ao se embriagar desdizia da razão rasgando dinheiro. Numa dessas, atitude de doido confesso, uma vez quando rasgou várias cédulas de “um mil cruzeiros”, teve que ser internado pelo pai, intelectual e jurista Augusto Franco, num hospital psiquiátrico.
Mário Mendes Junior.
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