domingo, 4 de março de 2012

Francisca Clotilde

A Árvore


Francisca Clotilde



Ao contemplá-Ia, triste emurchecida,

Os galhos nus, de folhas despojados

Sem a seiva que outrora tanta vida

Lhe trazia em renovos delicados;



Ao vê-la assim tão só, tão esquecida,

Tendo gozado dias tão folgados,

Ao som dos passarinhos namorados,

Que nela achavam sombra apetecida;



Ai! sem querer encontro semelhanças

Entre meus sonhos, minhas esperanças

E a mirrada árvore dolente.



Ela perdeu as folhas verdejantes,

Bem como eu as ilusões fragrantes

Que outrora me embalavam docemente.



...





Francisca Clotilde Barbosa Lima nasceu nos Inhamuns, a 19 de outubro de 1862, e faleceu em Aracati, em 1932.

Professora da Escola Normal de Fortaleza e diretora do externato "Santa Clotilde", que funcionou em Fortaleza, por três anos. Passou, depois, a residir em Aracoiaba, Baturité e Aracati, sempre dedicada ao ensino.

D. Francisca Clotilde foi jornalista, poetisa, dramaturga, escritora, sobressaindo-se em todas as províncias do pensamento com marcante atuaçâo.

Jornais, revistas, almanaques, do Estado, do país e do estrangeiro publicaram trabalhos seus, que andam por aí esparsos.

BIBLIOGRAFIA

COLEÇÃO DE CONTOS, 1897, Fortaleza, com prefácio de Tibúrcio de Oli¬veira; NOÇÕES DE ARITMÉTICA, Fortaleza, 1889; A DIVORCIADA (romance), Fortaleza, 1902; FABÍOLA (drama em 3 atos).

Ao que nos consta, deixou alguns trabalhos inéditos.

CRÍTICA E REFERÊNCIAS

Barâo de Studart (Dic. vol. prim., pp. 279-280; A. Sales (Dic. Bist. Geog e Etn. Brasileiro, artigo "Mulheres escritoras", p. 27); A República, 1902; Província do Pará, 1898; Cruz Filho (Bist. do Ceará); Dorgoval de MeIo (Mercantil, P. Alegre,

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