A Árvore
Francisca Clotilde
Ao contemplá-Ia, triste emurchecida,
Os galhos nus, de folhas despojados
Sem a seiva que outrora tanta vida
Lhe trazia em renovos delicados;
Ao vê-la assim tão só, tão esquecida,
Tendo gozado dias tão folgados,
Ao som dos passarinhos namorados,
Que nela achavam sombra apetecida;
Ai! sem querer encontro semelhanças
Entre meus sonhos, minhas esperanças
E a mirrada árvore dolente.
Ela perdeu as folhas verdejantes,
Bem como eu as ilusões fragrantes
Que outrora me embalavam docemente.
...
Francisca Clotilde Barbosa Lima nasceu nos Inhamuns, a 19 de outubro de 1862, e faleceu em Aracati, em 1932.
Professora da Escola Normal de Fortaleza e diretora do externato "Santa Clotilde", que funcionou em Fortaleza, por três anos. Passou, depois, a residir em Aracoiaba, Baturité e Aracati, sempre dedicada ao ensino.
D. Francisca Clotilde foi jornalista, poetisa, dramaturga, escritora, sobressaindo-se em todas as províncias do pensamento com marcante atuaçâo.
Jornais, revistas, almanaques, do Estado, do país e do estrangeiro publicaram trabalhos seus, que andam por aí esparsos.
BIBLIOGRAFIA
COLEÇÃO DE CONTOS, 1897, Fortaleza, com prefácio de Tibúrcio de Oli¬veira; NOÇÕES DE ARITMÉTICA, Fortaleza, 1889; A DIVORCIADA (romance), Fortaleza, 1902; FABÍOLA (drama em 3 atos).
Ao que nos consta, deixou alguns trabalhos inéditos.
CRÍTICA E REFERÊNCIAS
Barâo de Studart (Dic. vol. prim., pp. 279-280; A. Sales (Dic. Bist. Geog e Etn. Brasileiro, artigo "Mulheres escritoras", p. 27); A República, 1902; Província do Pará, 1898; Cruz Filho (Bist. do Ceará); Dorgoval de MeIo (Mercantil, P. Alegre,
Nenhum comentário:
Postar um comentário