sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

INSONE - João Gomes da Silveira

INSONE [556]

Não me sirvam angu ou iguarias,
quero o pão que me nutra mais interno;
as entranhas se mostram pelo externo,
já por isto degluto as utopias. 

Se dos ímpios restar amor fraterno,
a expressão somarei às serventias.
Do lirismo me arranjem poesias,
pois a ti hei de ser gentil e terno. 

E, o maior mercador da solidão,
para mais e melhor ser teu sozinho,
só me fiz, por ti só, um ermitão. 

Confinada nas brumas da quimera,
entre nós, por enlace o desalinho,
a minha alma nem dorme à tua espera. 

Fort., 25/12/2014.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Padre Artut Redondo

Padre Artur Redondo, S.J. – outro santo que viveu em Crato (Por Armando Rafael)


Faz muito anos, a primeira vez que ouvi falar no padre Arthur Emilio Azevedo Redondo, S.J. Foi quando li uma nota – publicada num jornal de Crato – na qual a freira Irmã Costa, da Congregação das Filhas de Santa Teresa, já falecida, agradecia a cura de uma enfermidade irreversível nos olhos dela, graça alcançada por intercessão do Padre Redondo. O médico desenganara a religiosa e anunciara a cegueira para sua visão. Ela não se abalou. Pediu a Deus, tendo como intercessor o Padre Redondo, que tal desgraça não acontecesse. E morreu velhinha, mas enxergando.
Tempos depois, passando por uma rua do bairro Parque Recreio, na cidade de Crato, li numa placa: Rua Padre Redondo. Soube que o sacerdote vivera alguns meses nesta cidade, como diretor espiritual do Seminário São José. Passagem rápida, mas que – semelhante a um meteoro – deixara um rastro luminoso em Crato, mercê suas virtudes de que era dotado.

No início desta semana recebi de um irmão residente em Fortaleza, o livro “Padre Artur Redondo–Um modelo de mansidão e amor a Deus”, escrito por Vinicius Barros Leal. Graças a este livro fiquei sabendo que o sacerdote jesuíta viveu e morreu – entre 1916 e 1966 --, na cidade serrana de Baturité, aonde seus restos mortais encontram-se sepultados. Para sua sepultura acorrem centenas de fiéis, a fim de agradecer as mais diversas graças alcançadas. Já se estuda – na Arquidiocese de Fortaleza – a abertura de um pedido do processo para beatificação do Padre Redondo.

Português de nascimento, Padre Redondo – segundo Vinicius Barros Leal – nasceu na Vila Nova de Foscoa, situada à margem do Rio Douro, a 27 de junho de 1873. Passou a infância no arquipélago de Açores e após concluir os estudos em seminários portugueses foi ordenado sacerdote no dia 19 de janeiro de 1896, aos 23 anos de idade. Pouco tempo depois entrou para a Companhia de Jesus. Trabalhou em Lisboa e em 1906 foi enviado para a Inglaterra. Retornou a Portugal em 1910, mas a República recém proclamada expulsou todos os jesuítas daquela nação. Padre Redondo ficou exilado na Espanha até 1925, quando seus superiores o mandaram para o Brasil.

Na nossa pátria atuou inicialmente em Salvador da Bahia e Ubá, em Minas Gerais. Em 1926 foi transferido para Baturité, Ceará, onde permaneceu durante 40 anos, até sua morte, com exceção de rápidos intervalos quando morou em São Luís do Maranhão, Fortaleza, Aracati e Crato.

Sobre o padre Redondo assim escreveu o padre Monteiro da Cruz, S.J.: “O Padre Redondo, em vida fez muitas graças extraordinárias. Deu vista a uma cega e deu vida a um morto, contaram-me. A sua vida era a presença de Deus. Diante dele não era preciso crer: via-se um crucificado com Cristo. Alegre e acolhedor. Nunca o vi falar mal de alguém. O seu silêncio tinha a luz de oração ininterrupta. Que majestade sacerdotal e que simplicidade de criança quando celebrava o Santo Sacrifício da Missa! Lembro-me de ter-lhe dado a Comunhão, e em profunda reverência, ao dizer-lhe: “O corpo de Cristo”, respondeu-me: “Creio”. Era um santo!”.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

domingo, 14 de dezembro de 2014

Histórias (ou estórias) da família - Meu avô, José Minau orgulhosamente me contou. - Proclamação da República.


A família Castelo Branco, como muitas outras, tradicionais em Baturité, sempre tiveram um grande respeito e deram apoio ao Regime Monárquico.

Isto pode ser percebido, no caminhar da história. Durante os embates, que poderiam colocar em perigo a instituição monárquica, destemidamente nos momentos decisivos, estavam na linha de frente em sua defesa. Por seus feitos, muitos baturiteenses, foram condecorados ou receberam patentes e títulos do Governo Imperial. 

Portanto, não é de estranhar, que quando o telegrafo da estação  ferroviária, recebeu a informação de que a República, havia sido proclamada, e quando os arautos do novo regime, saíram da Rua do Putiú, na direção da cidade levando a noticia, parte da população demonstrassem à sua maneira seu descontentatamento.

Os arautos, saíram do Putiú, por onde hoje é a Avenida Dom Bosco gritando: "Viva a Républica". 

De dentro da mata que circundava a estrada, os descontentes e impotentes monarquistas jogam pedras e respondiam: "Morra, Viva a Monarquia".    

Histórias (ou estórias) da família - Meu avô, José Minau orgulhosamente me contou. - Abertura da estrada do Putiú.

A abertura da Estrada para o Putiú

Conforme a tradição familiar, Pedro José Pereira Castello Branco, então presidente da Câmara Municipal de Baturité, pretendia realizar algumas obras que mudariam a feição da Vila (e depois cidade) de Baturité.

A construção do Mercado Público, não foi problema, apesar dos poucos recursos da municipalidade, o fez, usando o sistema de concessão.

Mas, a abertura da estrada ligando a sede a Vila (Cidade) a Rua do Putiú, enfrentava um obstáculo aparentemente intransponível: o Sitio do Juiz de Baturité, Antonio Benicio Saraiva Leão Castelo Branco, que apesar de ser seu parente, não permitia que a estrada atravessasse suas terras.

Pedro Castelo, então, com artimanha, como Presidente da Câmara, além de gestor municipal, era também chefe da Policia Local, preparou seus homens, e durante a noite, promoveu a demolição da cerca da propriedade do Dr. Antonio Benício, que impedia a abertura da estrada.

Quando o dia amanheceu, o trabalho de abertura da nova via, já  estava bastante adiantado, e de nada adiantou os protestos do Sr. Juiz. A estrada foi aberta, e hoje, denomina-se: Avenida Dom Bosco.

Em muitas outras ocasiões, Pedro Castelo (alcunhado de Pedro Cru), mostrou destemor. O que provavelmente o expôs a doença cardíaca que acabou ceifando sua vida aos 58 anos de idade.

Histórias (ou estórias) da família - Meu avô, José Minau, orgulhosamente me contou. - Prisão de Cazuzão.

A Prisão de Cazuzão

Conforme a tradição familiar, Cazuzão era primo de Pedro José Pereira Castello Branco, (Pedro Cru), e proprietário de fazendas de criação de gado na região de Tauá. Homem tosco criado de conformidade com as adversidades do sertão, achava-se senhor de tudo, até da vida das pessoas.

Em certo dia, um menino, filho de um morador, comia pequenas porções da farinha, que se assava no forno de sua Fazenda. Cazuzão vendo aquilo, encheu-se de ira e perdendo completamente a razão, ordenou que a criança, fosse jogada dentro da fornalha que aquecia o tacho que servia para cozer a farinha, causando-lhe a morte.

A maldade deste ato causou tamanha repercussão em toda a Provincia do Ceará, e no Imprério, que ordem para a prisão de Cazuzão, foi emitida pela Corte Imperial.

Mas quem se atreveria a cumpri-la?

Pedro Castelo, (Pedro Cru) então Delegado de Tauá, prontificou-se a obedecer à ordem.

Dirigiu-se para a Fazenda de Cazuzão com sua tropa. Este, sabedor do intento de Pedro Castelo, embrenhou-se na mata, de modo que se desconhecia o seu paradeiro.

Depois de alguma pesquisa, Pedro Castelo encontrou um casal de velhinhos que disseram que se ele lhes garantisse a vida, indicariam o esconderijo de Cazuzão. No que foram prontamente atendidos.

O Velho pediu que Pedro Castelo o seguisse pela Caatinga, e após alguma caminhada ao chegar numa clareira que havia na mata, bateu o pé no chão, e disse que debaixo do chão estavam Cazuzão e seus homens escondidos.

Pedro Castelo, percebeu que o solo de fato era uma cobertura de um buraco, engenhosamente camuflado com folhas, onde Cazuzão e seus homens se escondiam. Perfurou, portanto, em algumas extremidades e apontado seus rifles, gritou para Cazuzão, que ali estava seu primo Pedro Castelo para prendê-lo.

Cazuzão não tendo alternativas, rendeu-se.

Uma coisa era prendê-lo, outra era tirá-lo de Tauá. Sua família detinha a posse de vastas possessões de terra, por onde teria de ser escoltado até Fortaleza. Ademais, uma das irmãs de jurou que ele não seria levado.

Pedro Castelo, então, com artimanha, amarrou seu primo e o pôs à frente de sua tropa, ordenando aos soldados que marchassem em formação, e apontassem seus rifles para a cabeça do preso, e que ao primeiro sinal de tentativa de soltá-lo, que se atirasse em sua cabeça.

Saíram de Tauá e pusseram-se em marcha, atravessando o pátio da fazenda da irmã de Cazuzão, que embora tivesse vários homens fortemente armados, nada puderam fazer para não colocar em risco a vida de seu irmão.

Desta maneira, pode Pedro Castelo, conduzi-lo acorrentado a Fortaleza de onde seguiu para o Rio de janeiro, então, Capital do Império. Sendo por seu ato de coragem condecorado pelo Governo Imperial.

Anos após, em Baturité, na residência do então Coronel Pedro Castelo, chegaram 2 oficiais da Marinha que o procuravam. Para uma mãe trêmula, identificaram-se como filhos de Cazuzão. A Mãe achava que era em busca de vingança que aqueles homens procuravam a Pedro Castelo, que não se encontrava na ocasião.

Os homens procuraram acalmá-la, dizendo que estavam ali para expressar a gratidão pelo ato de Pedro Castelo. Eles agora com suas famílias viviam bem, tinham postos elevados na Marinha, e entendiam que tudo isso só tinha acontecido pelo destemor do primo de seu pai, não guardavam mágoa.

Assim o cumprimento da Lei levou auquele homem a prender seu próprio primo, mesmo não contando com o beneficio maior que faria, que era dar condições aos seus familiares de abandonar a então vida rude que tinham no sertão, estudar e adotar um modo de vida diferente, que encheu suas vidas de dignidade”.

Em muitas outras ocasiões, Pedro Castelo (alcunhado de Pedro Cru), mostrou destemor. O que provavelmente o expôs a doença cardíaca que acabou ceifando sua vida aos 58 anos de idade.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Desenvolvimento Urbano de Baturité - Pedro Jozé Nogueira



Escriptura de emphiteuzes perpetuo que faz a Camara Municipal de Baturité a favor do Pedro Jozé Nogueira, de trinta e um palmos de chão para edificação de caza, na rua do Aracauába.

Saibão quantos este publico instrumento de escriptura de imphiteuzes perpetuo virem, que, aos quatro dias do mez de Janeiro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e setenta e seis, nesta Secretaria da Camara Municipal de Baturité, aparecerão de uma parte o Major Antonio Pereira Castello Branco, Procurador da Camara, e de outra Pedro Jozé Nogueira, pelo Procurador me foi dito que em cumprimento ao despacho da Camara, exarado na petição de dito Nogueira, em sessão extraordinaria de vinte e sete de Dezembro do anno passado, por parte da Camara dava de afforamento perpetuo a dito Nogueira, trinta e um palmos de terreno para edificação de cazs na rua do Aracauaba nesta Cidade, limita-se dito terreno pelo lado de baixo com acaza do finado Raimundo Lopes da Silva Pão, e do lado de cima com a caza de Francisco Jozé Passarinho no oitão de dita caza, como consta da Certidão do Cordeador, que é do theor seguinte, Certifico que medi e alinhei trinta e um palmos de chão para edificação de caza na rua do Aracauaba, limitando-se do lado de baixo com a caza do finado Raimundo Pão, no oitão da caza e do lado de cima com a caza de Francisco Jozé Passarinho no oitão de dita caza, e assim
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  Ferr.a

Desenvolvimento Urbano de Baturité - Maria Joaquina da Conceição



Escriptura de emphiteuzes perpetuo que faz a Camara Municipal de Baturité a favor do Maria Joaquina da Conceição, de quatorza palmos de terreno para edificação de cazas, na rua do rio Aracauaba.

Saibam quantos este publico instrumento de escriptura de imphiteuzes perpetuo virem, que, aos trez dias do mez de Janeiro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e setenta e seis, nesta Secretaria da Camara Municipal de Baturité, aparecêrão de uma parte o Major Antonio Pereira Castello Branco, Procurador da Camara, e de outra Maria Joaquina da Conceição, pelo Procurador foi dito que em cumprimento da Camara, exarado na petição de dita Maria Joaquina da Conceição, em dez de Junho de mil oitocentos e setenta e cinco, por parte da Camara dava de afforamento perpetuo a dita Maria Joaquina, quatorze palmos de terreno para edificação de cazs na rua do Aracauaba nesta Cidade, limita-se dito terreno do lado de cima com o terreno da mesma Maria Joaquina e do lado de baixo com a caza de taipa de João Baptista, sendo os fundos para o rio, como consta da Certidão do Cordeador, que é do theor seguinte, Certifico que medi e alinhei quatorze palmos de terreno para edificação de caza na rua da beira do rio por detraz da rua do Rozario na frente de uma caza de tijolos, digo de taipa pertencente a requerente, limitando-se do lado de cima com o chão da mes-
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  Ferr.a
ma requerente, que houve por compra a Francisco Passarinho e do lado de baixo com a caza de taipa de João Baptista, sendo os fundos para o rio, e assim ficou medido e alinhado trezentos palmos de chão e entregue a requerente Maria Joaquina da Conceição. Baturité 13 de Novembro de 1875.  O Cordeador da Camara municipal de Baturité, João Francisco da Silva = Ficando a foreira sujeita a pagar ao Senhorio, dez reis annualmente por cada palmo de terreno, que importa em cento e quarenta reis, e também sujeita a todas as despozições das leis geráes relativas a imphiteuzes e as pusturas da Camara Municipal, por ella Maria Joaquina da Conceição, me foi dito que acceitava este afforamento perpetuo com todas as despozições acima especificadas, e depois de lhes ser esta lida por mim e elles tudo outhorgarem e acceitarem assignarão com as testemunhas atudo prezentes. Secretaria da Camara Municipal de Baturite 03 de Janeiro de 1876. O Secretario Tito Antonio Thaumaturgo o escrivi. 

Arrogo de Maria Joaquina da Conseição
José Gomes Pereira

Desenvolvimento Urbano de Baturité - Capitão Manuel Dutra de Souza



Escriptura de emphiteuzes perpetuo que faz a Camara Municipal de Baturité a favor do Capitão Manuel Dutra de Souza, de Trezentos palmos de chão para edificação de cazas, na rua do Assude.

Saibam quantos este publico instrumento de escriptura de imphiteuzes perpetuo virem, que, aos vinte dias do mez de Novembro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta Secretaria da Camara Municipal desta Cidade, aparecêrão de uma parte o Major Antonio Pereira Castello Branco, Procurador da Camara, e de outra o Capitão Manuel Dutra de Souza, pelo Procurador foi dito que em cumprimento ao despacho da Camara, exarada na petição de dito Capitão Dutra, em sessão extraordinária de nove de Junho de mil oitocentos e setenta e quatro, por parte da Camara, dava de afforamento perpetuo ao dito Capitão Dutra trezentos palmos de chão para edificação de cazas na rua do Assude desta Cidade, limita-se dito chão do lado de cima com a caza do Capitão Dutra e do lado de baixo com o quadro da Cadeia, fazendo quina com o sobrado do mesmo Capitão Dutra....
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  Ferr.a
 edificação de cazas na rua do Assude, extremando do lado de cima com a caza do Snr. Capitão Manuel Dutra de Souza e do lado de baixo com o quadro da Cadeia, fazendo quina com o sobrado do mesmo Capitão Dutra, cujo terreno pertencente a Camara Municipal, na planta desta Cidade, ficando os fundos para o lado do sul e assim ficou medido e alinhado trezentos palmos de chão e entregues ao requerente Capitão Manoel Dutra de Souza. Baturité 13 de Novembro de 1875.  O Cordeador da Camara municipal de Baturité, João Francisco da Silva = Ficando o foreiro sujeito a pagar ao Senhorio, dez reis annualmente por cada palmo de terreno, que importa em trez mil reis, e também sujeito a todas as despozições das leis geráes relativas a imphiteuzes e as pusturas da Camara Municipal, por elle Capitão Manuel Dutra de Souza foi dito que acceitava este afforamento perpetuo com todas as despozições acima especificadas, e depois de lhes ser esta lida por mim e elles tudo outhorgarem e acceitarem assignarão com as testemunhas atudo prezentes. Secretaria da Camara Municipal de Baturite 20 de Novembro de 1875. O Secretario Tito Antonio Thaumaturgo. 
O Procurador

Manuel Dutra de Souza

                                                              Test.a Antonio Tt.o Maria 
                                                                        Fran.co Raim.do de Oliv.a Gonçallo  (?)    

Desenvolvimento Urbano de Baturité - Tenente Antonio Alves da Rocha



Escriptura de emphiteuzes perpetuo que faz a Camara Municipal de Baturité a favor do Tenente Antonio Alves da Rocha, de oitenta e cinco palmos de chão na rua da laranjeira para edificação de caza.

Saibam quantos este publico instrumento de escriptura de imphiteuzes perpetuo virem, que aos dezoito dezenove dias do mez de Novembro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil oitocentos e setenta e cinco, nesta Secretaria da Camara Municipal de Baturité, aparecêrão de uma parte o Major Antonio Pereira Castello Branco, Procurador da Camara Municipal desta Cidade e de outra o Tenente Antonio Alves da Rocha, pelo Procurador foi dito que em cumprimento ao despacho da Camara, exarada na petição de dito
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  Ferr.a
Tenente Antonio Alves da Rocha em sessão extraordinária de dezoito de Novembro do corrente anno, por parte da Camara, dava de afforamento perpetuo ao Tenente Antonio Alves da Rocha oitenta e cinco palmos de terreno, para edificação de caza na rua Laranjeira, nesta Cidade, que limita ao lado de cima com a caza de Miguel da Costa Bôto e do lado de baixo com o terreno pertencente ao Capitão João Rodrigues Martins sendo os fundos para o sul correspondente a outra rua que corre por detraz, cujo terreno foi medido e alhinado como consta da Certidão do Cordeador da Camara Municipal desta Cidade, e pagará o foreiro ao Senhorio, dez reis  annualmente por cada palmo de terreno,  que importa em oitocentos e cincoenta reis, ficando também sujeito  a todas as despozições das leis geráes relativas a imphiteuzes e as pusturas da Camara. E por elle Tenente Antonio Alves da Rocha foi dito que acceitava este afforamento perpetuo com todas as dispozições acima especificadas, e depois de lhes ser esta lida por mim e elles tudo outhorgarem e acceitarem assignarão com as testemunhas atudo prezentes. Secretaria da Camara Municipal de Baturite 19 de Novembro de 1875. O Secretario Tito Antonio Thaumaturgo. 

O Procurador
                                            Tenente Antonio Alves da Rocha