sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

INSONE - João Gomes da Silveira

INSONE [556]

Não me sirvam angu ou iguarias,
quero o pão que me nutra mais interno;
as entranhas se mostram pelo externo,
já por isto degluto as utopias. 

Se dos ímpios restar amor fraterno,
a expressão somarei às serventias.
Do lirismo me arranjem poesias,
pois a ti hei de ser gentil e terno. 

E, o maior mercador da solidão,
para mais e melhor ser teu sozinho,
só me fiz, por ti só, um ermitão. 

Confinada nas brumas da quimera,
entre nós, por enlace o desalinho,
a minha alma nem dorme à tua espera. 

Fort., 25/12/2014.

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