quarta-feira, 4 de março de 2015

ROSENDO RIBEIRO DE SOUZA






Filho de Francisco Antonio de Souza e D,a Idalina Ribeiro de Souza, nasceu a 24 de Dezembro de 1886 no sitio “Bananal”, propriedade de seus paes, município de Coité, na serra de Baturité. De modesta familia de agricultores, ficando orphão de mãe com menos de um anno de idade, creou-se em companhia de seus avós maternos João Ribeiro de Farias e D.a Maria Raymunda do Monte Farias, que, pobres, não poderam dar-lhe a instrucção precisa. Frequentando pouco tempo a escola primaria de sua terra natal, com grandes sacrifícios de umas suas bondosas e dedicadas tias para fazerem-no aprender alguma cousa, infelizmente, não obstante demonstrar muito gosto e aproveitamento nos seus estudos, depressa teve que abandonados para entregar-se á lucta pela vida. Por curiosidade, dedicara-se ao humilde officio de funileiro, executando trabalhos admiráveis, sobretudo na invenção de artísticos brinquedos para creanças, dignos de attenção não só pela idade do pequeno artífice, como mais ainda pela falta dos utensílios necessários. Em fins de 1898 tendo-se transferido para Fortaleza, empregou-se logo no commercio em pequenos estabelecimentos retalhistas, deixando-o depois de pouco tempo obrigado pela exiguidade de ordenado que lhe não chegava para suas principaes despezas. Em busca de melhores recursos, em 1900 entrou para as officinas da Estrada de Ferro de Baturité como aprendiz de carpinteiro, que, apezar de sua aptidão para a arte, teve de abandonar por motivo de saúde e por sua organisação débil não permittir-lhe continuar nesse trabalho superior ás suas forças. Nesse mesmo tempo matriculou-se em uma escola nocturna mantida pela benemérita sociedade Congresso de Sciencias Praticas e dirigida pelo provecto professor José Henrique Teixeira de Andrade (vide), cursando as poucas disciplinas do programma alli estabelecido durante dois annos com real aproveitamento, attestando sua applicação aos estudos os prêmios que conquistou. Empregando-se novamente no commercio, e em 1906 desejando ainda estudar, procurou filiar-se á Phenix Caixeiral, em cuja escola matriculou-se, cursando também com muito êxito até o 3.° anno do programma commercial. Juntamente com outros moços, dirigiu em 1907 e 1908 o periódico “A Independência”, orgam litterario e independente. Foi sócio do “Centro Calliope”, sociedade de lettras, desde a sua fundação, que teve logar no anno de 1908. Tendo-se estabelecido no commercio, por conta propria, em 1909, os seus affazeres nessa afanosa occupação dt alta responsabilidade não lhe permittiram continuar os estudos. Em 1911 foi eleito e em 1912 e 1913 re-eleito membro da Directoria da Phenix Caixeiral. Ainda junto com outros moços, fundou e redigiu o jornalzinho “A Fagulha”, orgam litterario e noticioso, publicado em Fortaleza em 1911 e 1912. Tem collaborado em alguns jornaes e revistas litterarias do Estado e de S Paulo. Adepto ardoroso das idéas monarchicas, na imprensa tem se dedicado á defeza das instituições decahidas.


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