segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

JÚLIO SEVERIANO DA SILVEIRA E MANUEL DO RÊGO FALCÃO

Um Certo Cabo Naurício
novembro 17th, 2009 - Publicado por: Maninho

A SUSPEIÇAO

A Revolução de 1930, distanciada do ideário tenentista, nomeou o civil Fernandes Távora primeiro interventor do Ceará. Desses que distribuem os privilégios do cargo de acordo com os interesses clientelistas, o dito, tradicional politiqueiro, também fazia uso da intransigência para acusar e perseguir aos que não rezavam pelos “estatutos” de sua facção política.
O diminuto período de oito meses em que esteve à frente do governo só lhe serviu para acossar, desarmar, prender e reabrir processos criminais esquecidos no tempo, principalmente, é claro, quando os incriminados não pertenciam seu grupo oligárquico.
Para falar a verdade, além de prejudicar os outros, tal interveniente nada realizou.
Sem mostrar a cara, em Baturité, ele resolve jogar duro com dois líderes da passeata de janeiro de 1912, durante a qual o delegado Manoel do Rego Falcão, foi morto com um tiro no pescoço. Um crime, perpetrado há justos dezoito anos, sem solução, por absoluta falta de provas da autoria.
Como as aparências do delito respingavam suspeição nos cidadãos Júlio Severiano da Silveira e Francisco Mendes Machado os dois não escaparam da sanha do justiçoso.
Vítima de pistolagem, Julio Severiano da Silveira enquanto bebia no bar do cinema local foi alvejado por um tiro que Antonio Ramos, arrendatário do referido bar, lhe deu à traição. Durante muito tempo prostrado pelo balaço que o atingiu na coluna, Julio, nunca mais se levantou. Depois de sua morte a viúva, dona Honorina Maciel Severiano, renunciando aos recursos familiares, mudou-se para Fortaleza, onde conseguiu, a duras penas, com o suor do seu rosto, educar seus filhos, Dr. Lauro Maciel Severiano e Laysce Severiano Bonfim.
O infortúnio de Francisco Mendes Machado saiu da caneta do implacável interventor: foi exonerado do emprego de Coletor Estadual.
Inapto para o comércio, depois da exoneração Chico Mendes, como era conhecido, fracassa como lojista e, em seguida, como dono de caminhão de cargas, dois negócios montados com a fiança do tio major Pedro Mendes Machado.
Depois de passar maus bocados em Baturité, pai de grande família, Chico Mendes só consegue, mesmo, ter uma vida digna quando se muda para Fortaleza, ocasião em que os sete filhos vão se acomodando em diferentes atividades de labor, principalmente, com a orientação da mãe Noemi.


Baturité - Praça Santa Luzia, Lado do Sol
janeiro 27th, 2010 - Publicado por: Maninho

Honorina Maciel Severiano, nascida em 1886, esposa de Julio Severiano da Silveira, (1884-1923), o ativista político que em 1912 organizou a passeata para comemorar o fim da oligarquia (1896-1912) de Nogueira Acioli. Em determinado momento dessa caminhada o delegado Manoel do Rego Falcão foi morto com um tiro no pescoço. Acusado de autoria do disparo Julio Severiano foi submetido a processo arquivado por falta de provas. Apesar de inocente, anos depois Julio Severiano foi justiçado com um tiro, à traição, que o deixou prostrado por muito tempo. Júlio e Honorina, enquanto casados moraram no anexo vizinho ao sobrado. (Sobrado dos Mácieis).
Site: www.maninhodobaturite.com.br

Obs: Apesar de opostos politicamente, Manuel do Rego Falcão e Júlio Severiano da Silveira, tinham ligações familiares. (Marcus Silveira Castelo Branco).

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