domingo, 12 de janeiro de 2014

Baturiteeenses na Guerra do Paraguai - Francisco Antonio de Oliveira Sobrinho



Francisco Antonio de Oliveira Sobrinho - Nasceu em Baturité a 23 de Outubro de 1844, sendo seus paes o Coronel Manoel Antonio d'Oliveira e D. Francisca Leopoldina d'Oliveira.

Tendo feito os estudos primários na cidade natal, seguiu para o Recife, matriculou-se no Imperial Instituto de N. Senhora do Bom Conselho e, concluídos os preparatórios, entrou para a Faculdade de Direito na qual se diplomou em 1870. Quando alumno do 3.o anno offereceu-se como voluntário e seguiu para a Campanha do Paraguay donde regressou com as divisas de capitão por actos de bravura.


De volta ao Ceará, exerceu os cargos de juiz municipal dos termos do Pereiro e Jaguaribe-mirim e honrou a tribuna politica como deputado provincial. Com a proclamação da Republica foi nomeado juiz de casamentos da Fortaleza, e fez parte da Assembléa Constituinte, mas a revolta das tropas federaes tendo apeado do governo ao general José Clarindo de Queiroz, foi elle demittido do cargo e viu-se afinal forçado para manter-se e a numerosa família a procurar recursos, como muitos outros, nas regiões inhospitas da Amazónia.

Alli, em Manaos, entregou-se á advocacia e redigiu o Amazonas Commercial, como em Fortaleza fora durante o ostracismo politico um dos redactores do Norte.


Falleceu a 4 de Outubro de 1897 em Fortaleza, victi-ma de padecimentos pulmonares aggravados com sua estada das regiões do extremo Norte. Poucos dias depois de sua morte Drumond da Costa, José Lino, Rodrigues de Carvalho e outros distinctos amigos de Oliveira Sobrinho publicaram uma Polyanthéa, significativa demonstração de apreço aos méritos do illustre morto.


Oliveira Sobrinho é autor de um poemeto intitulado Sonhos do livre, que dedicou a José de Alencar; d'O Escravo, drama em 3 actos, Recife, Typ. Mercantil de C. Q. Muhlert & C.a, 8.o de 117 pags. publicado em 1870; de Julia, drama lido na Escola Popular de Fortaleza e sobre o qual Th. Pompeu escreveu uma critica em um dos Cearense de Abril de 1875 e de Mario ou as Desventuras de um voluntário, romance publicado em folhetim no jornal Constituição de Fortaleza em 1869.

O drama O Escravo deu-lhe entrada no Grémio Dramático do Recife ao lado de Castro Alves, Joaquim Villela, Almeida Cunha e outros bellos talentos daquella epocha.
Consta que deixara ainda em manuscripto uma biographia do senador Thomaz Pompeu, uns apontamentos para a historia do abolicionismo no Ceará, que ninguém melhor que elle poderia escrever attento a parte saliente que tomou nessa campanha gloriosa, e uma traducção dos Cânticos de David.

Um comentário:

Unknown disse...

Após alguns anos de estudo e orientaçoes do mais velhos e expediente de minha descobrimos o parentesco existente com este senhor.Bisavô.pai de meu avô Antonio Pinto de Oliveira e de meio tio-avô Julio de Oliveira Sobrinho (Ministro do TSE). Ele era casado com Mariana Pinto de Oliveira, filha de Victorino Pinto Nogueira (Tio do Comendador Antonio Pinto Nogueira Acioly) e este casado com Margarida Augusto de Carvalho Pinto (Irmã de Bernardo Duarte Brandão - Barão do Crato/CE).Hoje entendemos o gosto familiar por armas, equinos, poesias e outros hábitos lícitos e de boa moral.Atenciosamente.Jos Eduardo de Oliveira Carlos (dreducarlos@yahoo.com.br)