Biografia
(l888-1967)
Estamos nos aproximando cada vez
mais da fase pré-modernista e do Modernismo, quando muitos poetas já vão
tentando, por conhecimento ou intuitivamente, deixar a ortodoxia do Simbolismo
e do Parnasianismo, mas, curiosamente, fazendo ainda reverência ao sentimento
romântico. No caso de Júlio Maciel, quando larga as amarras formais (sonetos de
rimas irregulares), assina seus versos com pseudônimo.
Júlio Barbosa Maciel nasceu em
Baturité, no dia 28 de abril de 1888 e cedo transferiu-se para Fortaleza, onde
estudou no Colégio Colombo e no Liceu do Ceará. Viaja para o Rio de Janeiro
para estudar na Faculdade de Direito. Formado, volta ao Ceará e terá um grande
périplo como Promotor Público pelo interior do Estado, Quixeramobim, Baturité,
Crato. Foi juiz ainda em Caririaçu, Cedro, Assare, Icó, Russas, Granja.
Como poeta, começa cedo Júlio
Maciel a lidar com os versos, publicando seus sonetos nas revistas 31 de
Agosto e Fortaleza, isso quando andava ainda pelos quinze anos de
idade, em 1902. Ainda colabora noutra revista de Joaquim Pimenta, Terra da
Luz, em 1908. Os poemas reunidos, em livro de estréia, só saíriam em 1918, Terra
Mártir. O segundo livro só virá em 1943, Poemas da Solidão.
Obra poética definida, os
cearenses destacam dois, de fato, extraordinários sonetos de Júlio Maciel, Jacarecanga
e Verde, em que o poeta, com dicção forte e pessoal, exalta o passado
histórico do Ceará e o verde na "ressurreição do Sertão rudo".
Para o crítico e também poeta
Sânzio de Azevedo, o segundo soneto citado é "um dos mais belos de toda a
poesia cearense", pelo apuro formal, pelo lirismo, e que poderá ser lido
daqui a vinte anos "com o mesmo prazer estético, sem o ranço que costumam
criar as ortodoxias".
Júlio Maciel pertenceu à Academia
Cearense de Letras, onde ocupou a Cadeira de nº 28, patrono Mário da Silveira.
Morreu em Fortaleza no dia 8 de abril de 1967.
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