Após realizar
o propedêutico pré-médico no Liceu do Ceará, em 1943, prestou vestibular para
Medicina, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nela se formando em
1948. Especializou-se em Pediatria no Hospital das Clínicas da Universidade de
São Paulo em 1959.
Foi médico da
Legião Brasileira de Assistência, ocupando o cargo de Diretor de Posto, de 1951
a 1967, e diretor do Departamento de Saúde Materno-Infantil, durante dois anos.
Como atividade voluntária e de benemerência, a pedido da Arquidiocese de
Fortaleza, foi diretor do Posto de Saúde de Parangaba por oito anos; diretor do
Asilo de Menores Juvenal de Carvalho, de 1950 a 1970; e diretor de Patrimônio
da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza e mordomo dessa instituição, desde
1984.
Foi professor
de Clínica Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Ceará, tendo ingressado em 1964, da qual se aposentou , como professor adjunto,
em 1987, após profíqua dedicação ao magistério superior, como docente e médico,
do Serviço de Pediatria do Hospital Universitário Walter Cantídio.
Em 1960,
juntamente com outros colegas, fundou a Sociedade Cearense de
Pediatria, da qual foi seu presidente de 1970-1971. Como pediatra de largo
conceito, foi examinador do Título de Especialista em Pediatria da Sociedade
Brasileira de Pediatria durante cinco anos.
Ex-presidente
do Centro Médico Cearense (hoje,
Associação Médica Cearense) de 1963-1964, foi também membro da Associação
Brasileira de Medicina, da Associação Regional de Escolas Médicas, da Academia
Americana de Pediatria e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará.
Foi sócio
efetivo do Instituto
Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará, eleito em 20/09/1974 e
empossado em 04/12/1974; integrou a Academia Cearense de Medicina, como
fundador em 1978, e guindado, posteriormente, a acadêmico emérito; e imortal da
Academia Cearense de Letras, admitido em 1984, sendo ocupante da Cadeira 34,
patroneada por Samuel Uchoa.
Publicou
diversos livros, dentre os quais se sobressaem: “História da Medicina no Ceará”
(Prêmio Governo do Estado do Ceará), “Villa Real de Monte Mor, o Novo
D’América” (história de seu município natal na época colonial), “A Colonização
Portuguesa no Ceará – O Povoamento”, Bumba-meu-boi (Prêmio Leonardo Mota),
ainda “Dom Antônio de Almeida Lustosa, um discípulo do Mestre – Manso e
Humilde” e Padre Artur Redondo: um modelo de Mansidão e Amor a Deus”, além de
extensa produção sob a forma de artigos na imprensa, nos Anais da Academia
Cearense de Medicina e na Revista do Instituto do Ceará.
Dedicou-se
durante anos ao estudo da formação social do Nordeste brasileiro,
debruçando-se, notadamente, sobre os fatos relacionados aos processos do
povoamento e da colonização lusitana.
Possuia um
amplo acervo de documentos sobre a história eclesiástica no Ceará, fruto de sua
intensa atuação como historiador sacro, mercê de sua prática de vida cristã e
da esmeralda educação católica recebida, que nutria as suas intervenções como
médico, professor, intelectual e cidadão.
Durante décadas,
enquanto a saúde permitiu, participou intensamente das atividades encetadas
pela Sociedade Médica São Lucas, o que incluía os Retiros Espirituais anuais,
pregados, amiúde, pelo Padre Monteiro da Cruz. Como reconhecimento dessa
atuação, particularmente por sua gestão na presidência dessa entidade, em
dezembro de 2004, foi agraciado com a Comenda Médica São Lucas.
Cônscio de
sua responsabilidade de cidadão, foi vereador de Fortaleza, de 1950 a 1954,
encerrando prematuramente sua carreira política, perdendo, com isso, o povo
fortalezense.
Era casado
com D.
Idilva de Castro Alves , de cuja duradoura união, marcada por amor e
compreensão, resultaram sete filhos: Angela, Virginia, Elizabeth, Fernando,
Adriano, Tarcísio e Maria de Lourdes, todos formados e reconhecidos como bons
profissionais, em seus respectivos campos de atuação.
Aos braços do
Pai, retornou em 13 de abril de 2010, deixando um legado de grande
responsabilidade aos seus herdeiros familiares e intelectuais, aos quais cabe
dar continuidade à sua preciosa obra.
Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva ,
da Academia Cearense de Medicina
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