sábado, 29 de novembro de 2014

Desenvolvimento Urbano de Baturité - Família Diniz

Origem das famílias Diniz

Detalhe de uma representação do
nascimento de Dionísio, talhada em um
sarcófago romano do século II d.C. O
bebê é ninado por uma ninfa.
Atualmente, encontra-se no
Museu deArte Walters, em Baltimore,
Maryland, Estados Unidos.

A origem da palavra

A maioria das famílias Diniz do Brasil e originaram de Portugal. A palavra portuguesa "Dinis", com "s", originalmente era nome, não um sobrenome, e é uma contração de "Dionísio".

A palavra "Dionísio", por sua vez, era usada pelos gregos - é o nome do deus das vinhas e dos vinhos. Corresponde ao deus romano Baco. A primeira parte da palavra, "Dio-", era associada a "Zeus" (Dionísio era filho de Zeus); a segunda, "-nísio", tem origem controvertida. Muitos historiadores acham que se refere aos montes Nisa, um lugar mitológico onde Dionísio teria nascido e crescido.

Porém, a origem da palavra era anterior aos próprios gregos. A primeira referência ao nome "Dionísio" data do século XII ou XIII a.C., em uma tábua de barro encontrada em Pylos, no sul da Grécia. A civilização grega propriamente dita ainda não existia, pois floresceu apenas a partir do século VIII a.C. A região era habitada por outras culturas que  precederam, como a cultura micênica. Foram essas culturas que teriam se envolvido, por exemplo, na Guerra de Tróia, mais ou menos por essa mesma época.


A origem do sobrenome

Em vários momentos, a palavra passou para "sobrenome patronímico", isto é, um sobrenome derivado do nome do pai. Sobrenomes patronímicos eram comuns em Portugal e várias partes da Europa durante a Idade Média; hoje, ainda aparecem muito na Rússia e em outros países. Por exemplo, "Fernandes" quer dizer "Filho de Fernando"; "Peres", "filho de Pero" ou de Pedro; "Henriques", "filho de Henrique" etc.

A palavra "Dinis", porém, não variava a terminação (decerto porque já tinha o "s" final). Assim, "Dinis" pode ser ou um nome então o sobrenome do "filho de Dinis", ou mesmo do "filho de Dionísio".

Com o tempo, os sobrenomes ganharam "vida própria" e passaram a ser transmitidos de pais para filhos. Alguns, inclusive, sobreviveram aos próprios nomes originais a que fazem referência e que caíram em desuso: "Soares" quer dizer "filho de Soeiro", um nome muito usado durante a Idade Média; mas hoje esse nome praticamente não é mais usado, apesar do sobrenome "Soares" ser comum. Desta forma, devem ter surgido muitas famílias Dinis sem necessariamente qualquer conexão entre si.

Várias delas passaram ao Brasil. Só em Minas Gerais no início do século XVIII, o pesquisador Antônio Gabriel Diniz identificou mais de vinte famílias com esse sobrenome que ali viviam, contemporâneas entre si[1]. As de genealogias mais bem documentadas são a Diniz Junqueira a de Manuel Pinheiro Diniz, que se casou em 1723 em Sabará com Cláudia de Azevedo e Silva[2]. Outro português Diniz que iniciou grande família em Minas foi Domingos Diniz Couto (1716-1763), cujos descendentes povoaram locais como Contagem, Esmeraldas, Curvelo e Pará de Minas. Há genealogias esparsas de seus descendentes; neste blog há um esboço geral.


Referências:


[1] DINIZ, Antônio Gabriel, "Pinheiro Diniz - Soares Diniz". Jornal "Centro de Minas", Curvelo, MG, número 29 (fevereiro de 1958).

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